
Bras�lia – Pouco mais de uma semana depois de entregar a reforma da Previd�ncia ao Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que cogita rever alguns pontos da proposta de reforma da Previd�ncia, inclusive a idade m�nima de aposentadoria para as mulheres, que poderia passar de 62 para 60 anos. Ele fez a afirma��o durante um caf� da manh� com um grupo de jornalistas.
"As modifica��es que ser�o feitas pelo Congresso n�o podem desfigurar a proposta"
Jair Bolsonaro, presidente da Rep�blica
O presidente tamb�m sinalizou que a regra de pens�o por morte � uma das “gorduras” que podem ser cortadas no Congresso. Hoje, a pens�o por morte � de 100% para segurados do INSS, respeitando o teto atual de R$ 5.839,45. Pela proposta, o benef�cio ser� de 60% do valor mais 10% por dependente adicional. Segundo o UOL, Bolsonaro disse que esse valor pode subir para 70%.
“As modifica��es que ser�o feitas pelo Congresso n�o podem desfigurar a proposta”, afirmou o presidente. Ele disse que a n�o aprova��o do texto far� com que o pa�s passe por muitas consequ�ncias negativas, como alta do d�lar, queda das a��es das empresas listadas na Bolsa, suspens�o de pagamento a servidores e enfraquecimento do governo. “Sem a reforma da Previd�ncia, n�o h� solu��o, n�o h� perspectiva para o Brasil.”
O presidente tamb�m disse que “os filhos n�o mandam no governo” ao comentar sobre o comportamento do vereador Carlos Bolsonaro, piv� de uma crise que culminou com a queda do ministro Gustavo Bebianno do governo.
‘SEM CHANTAGEM’ Mais tarde, a possibilidade de redu��o da idade m�nima para mulheres foi confirmada pela l�der do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que disse ter se reunido com a equipe do Minist�rio da Economia logo ap�s a fala do presidente. “Conversei com a equipe econ�mica. O Congresso Nacional tem poder de mexer na reforma, mas precisa entender que, a cada mexida, corremos o risco de perder na economia (prevista para R$ 1 trilh�o em 10 anos). Mas o presidente � muito sens�vel (...)”, afirmou. “O que (o presidente) est� fazendo � mandar recado, dizer que est� disposto a negociar.”
Joice confirmou que o governo negocia emendas e cargos para viabilizar a aprova��o da proposta de emenda � Constitui��o (PEC), o que considerou um movimento “saud�vel”, parte do processo pol�tico. “� saud�vel, desde que as emendas sejam levadas para o bem da popula��o. N�o existe chantagem”, disse, acrescentando que h� boa vontade para negociar as quest�es envolvendo o projeto, ainda que o governo corra o risco de ver a reforma desidratar.
Perguntado ap�s participar de evento promovido pelo grupo Globo, sobre se seria poss�vel a volta do sistema “toma l�, d� c�”, onde o governo concede cargos ou outros benef�cios para os partidos para conseguir aprovar suas propostas, o secret�rio especial da Previd�ncia e Trabalho, Rog�rio Marinho, foi enf�tico. “Este governo mostra disruptura com o status quo da pol�tica brasileira. Este � um governo que quando foi formado n�o levou em considera��o partidos pol�ticos. O presidente Bolsonaro est� inovando o processo pol�tico, o problema � que existem rea��es, quem est� acostumado com a situa��o se ressente, mas haver� acomoda��o natural, e isso ser� customizado”, afirmou ele.
Marinho est� otimista com a vota��o da reforma da Previd�ncia pelo “novo Congresso”, referindo-se � renova��o sofrida pelo Congresso Nacional este ano. Ele disse que o seu papel depois de ter finalizado o texto � conversar com esses parlamentares. “At� porque conhe�o eles individualmente, estava l� havia 20 dias.”
Ele ressaltou, no entanto, que o papel de articula��o pol�tica para garantir a aprova��o � dos l�deres do governo, apesar de reconhecer que tem um bom tr�nsito no Parlamento ap�s tr�s mandatos como deputado, o que facilita as conversas, na opini�o do secret�rio. Para ele, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia, ser� fundamental nessa negocia��o e tem ajudado bastante o governo.