
A tentativa n�o foi conclu�do, mas a tentativa frustrada apontada pelo Coaf foi citada pelos procuradores como mais um ind�cio de lavagem de dinheiro do esquema em que o ex-presidente Temer era o cabe�a.
Segundo o Minist�rio P�blico Federal, al�m de tudo, ele continua a lavar dinheiro. "prova de que Coronel Lima continua atuando na lavagem de capitais em prol da organiza��o criminosa � a informa��o do COAF sobre a tentativa de dep�sito de R$ 20.000.000,00 (vinte milh�es de reais) em esp�cie, em 23/10/2018, na conta banc�ria da Argeplan, que apenas n�o se concretizou diante da negativa da institui��o banc�ria".
Uma pris�o na Opera��o Skala, da Pol�cia Federal, e uma devassa na Opera��o Patmos n�o impediram o coronel Jo�o Baptista Lima Filho, amigo do ex-presidente Michel Temer, de tentar movimentar altas cifras em dinheiro vivo, segundo constatou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Coronel Lima foi preso nesta quinta-feira, 21, ao lado do ex-presidente e outros investigados por propinas em obras da Eletronuclear para a Usina de Angra 3.
Lima j� havia sido alvo de buscas e apreens�es na Opera��o Patmos (maio de 2017), embasada na dela��o da JBS, e preso na Skala (mar�o de 2018), que mirava o circulo de amizades do ex-presidente emedebista.
Desde que entrou na mira da PF, em maio de 2017, coronel Lima tem se esquivado de prestar depoimentos sob a alega��o de que est� doente, e que teve um AVC.
Segundo os investigadores, no entanto, ele n�o afirmou � Receita Federal ser portador de qualquer doen�a grave. "Isso leva a crer que o Coronel Lima n�o apresenta doen�a grave que possa, de alguma forma, interferir na decreta��o da pris�o preventiva."
O Coaf recebeu as informa��es de uma ag�ncia banc�ria na rua Heitor Penteado, na Vila Madalena, mesmo bairro onde fica sediada a Argeplan.
O banco informou ao Conselho que a conta da empresa de Coronel Lima foi aberta naquela ag�ncia e � "de conhecimento p�blico que este s�cio � acusado de ser suposto intermediador no recebimento de recursos de origem duvidosa".
No dia 23 de outubro de 2018, entre o primeiro e o segundo turnos das elei��es, o banco reporta, "de boa f�", ao Coaf que houve uma "tentativa de dep�sito em esp�cie no valor de R$ 20 milh�es".
"O dep�sito foi recusado na ag�ncia, sendo que na abordagem foi solicitado ao portador a comprova��o da origem dos valores para recebimento e reativa��o da conta, em atendimento � legisla��o de PLD vigente. O portador, que n�o se identificou, se retirou da ag�ncia e n�o obteve �xito na realiza��o do dep�sito", diz.
Segundo a for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato no Rio, h�, "portanto, demonstra��o concreta da necessidade de decreta��o da pris�o preventiva de Jo�o Baptista Lima Filho para assegurar a ordem p�blica e impedir a continuidade dos atos criminosos que j� se perpetuam h� 40 anos (e continuaram a acontecer mesmo ap�s a decreta��o de sua pris�o tempor�ria)".
Desde a d�cada de 1980
A Procuradoria da Rep�blica no Rio afirma que Coronel Lima "� a pessoa de confian�a de Michel Temer desde a d�cada de 80".
"Juntos constru�ram uma vida de cometimento de il�citos em preju�zo ao Er�rio. N�o por outra raz�o, Coronel Lima � uma figura de destaque na organiza��o criminosa, sendo o respons�vel por administrar as empresas Argeplan e PDA. Dentre outras, ambas as empresas foram constitu�das em nome de Lima e outros para encobrir as negociatas il�citas realizadas por Michel Temer, bem como para realizar os atos de lavagem de dinheiro."
"V�-se que por quase 40 anos a parceria criminosa atua de forma est�vel, perpetuando-se por d�cadas. H� demonstra��o concreta de que Michel Temer acumulou um 'cr�dito' de propina para receber no presente e no futuro, durante anos, pois os seus atos que beneficiaram o setor empresarial permitiram a barganha de uma 'poupan�a de propina' com resgate quase que vital�cio", diz o Minist�rio P�blico Federal.
Segundo a Lava Jato, o "modus operandi utilizado pela organiza��o criminosa para acertar o recebimento da propina ao longo de d�cadas, ultrapassando o per�odo do exerc�cio do cargo p�blico (no caso, o de Deputado Federal e, depois, o de vice e de Presidente da Rep�blica), � fundamento bastante para demonstrar a necessidade da pris�o preventiva para interromper os delitos que permanecem ocorrendo".
"E mais: investiga��es, den�ncias e uma pris�o tempor�ria (de Jo�o Baptista Lima Filho) foram absolutamente insuficientes para barrar a atua��o do grupo criminoso. Tal objetivo apenas poder� ser atingido mediante a pris�o preventiva dos integrantes do n�cleo s�lido", argumentam os procuradores.