
Campos do Jord�o – O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu ontem, durante palestra a empres�rios, que as mudan�as propostas pelo governo no Benef�cio de Presta��o Continuada (BPC) t�m “enorme chance de cair” no Congresso. Ele voltou a criticar a “f�brica de desigualdades” da Previd�ncia brasileira e disse que a obriga��o dele � “correr at� o fim” pelas mudan�as nas aposentadorias. “Mas entenderei se for derrotado”, disse. Tamb�m ontem, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou sobre o tema. Disse que a retirada do BPC e das mudan�as na aposentadoria rural da reforma da Previd�ncia teria um impacto fiscal pequeno, portanto, n�o seria um problema retir�-los da proposta.
Guedes disse que, “se tirar algumas coisas”, a reforma da Previd�ncia ainda pode ter pot�ncia fiscal. Se n�o houver reforma com pot�ncia fiscal suficiente, ele afirmou que n�o ter� a irresponsabilidade de lan�ar um novo regime, em refer�ncia � proposta de criar um sistema de capitaliza��o.
O ministro afirmou que o lema interno dele na equipe � “sem recuo e sem rendi��o”. “Se abrir a porta um pouco, avan�amos. Avan�a e para, mas sem recuo”, comentou. Disse tamb�m que a rela��o dele com a classe pol�tica � boa, embora haja uma minoria barulhenta, em mais uma refer�ncia ao bate-boca que ocorreu na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara, na quarta-feira, quando se irritou ao ser chamado de tchutchuca pelo deputado Zeca Dirceu.
Para Guedes, o governo de Jair Bolsonaro agiu com presteza, ao propor o pacote anticrime e a reforma da Previd�ncia em 60 dias de novo Congresso, que tomou posse em 1º de fevereiro. “H� impaci�ncia, mas como Bolsonaro em pouco tempo vai mudar o discurso da campanha?”, afirmou o ministro. “Em menos de 60 dias n�o d� para operacionalizar tudo certinho, demanda certo tempo.”
Na palestra a empres�rios, Guedes fez afagos � classe pol�tica. “Tenho tido total apoio (…) A classe pol�tica tem maturidade e lideran�a suficiente, para conduzir a transforma��o”, disse. Ele fez elogios ao presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), presentes no evento. Sobre Maia, Guedes disse que ele tem dado “apoio total”. “Ele entende, � experiente, apesar de jovem”, afirmou. Sobre Doria, disse que o tucano � “lideran�a atuante, construtiva”. “Ele faz reuni�es, pensa no futuro”, afirmou.
Sem provoca��es Depois da audi�ncia tumultuada na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ), na quarta-feira, o ministro da Economia avalia que, ao reagir �s provoca��es de parlamentares, deu holofote desnecess�rio � oposi��o. Ele acredita que, apesar de alguns deputados merecerem resposta, sua forte rea��o acabou dando palanque a parlamentares de menos express�o. Os pr�prios parlamentares governistas admitiram que faltou articula��o da base para a audi�ncia de Guedes, o que acabou deixando o ministro exposto aos ataques oposicionistas.
Presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR) reconheceu que faltou articula��o da base do governo para garantir a alterna��o das perguntas dos oposicionistas e dos parlamentares aliados. Segundo ele, o recado foi dado ao governo e a expectativa daqui para frente � de um outro cen�rio.