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Estado de Minas

Press�o de caminhoneiros faz governo Bolsonaro segurar pre�o do diesel

Presidente se diz preocupado com transporte de carga no pa�s, suspende reajuste e cobra explica��es da Petrobras sobre a alta acima da infla��o. A��es da companhia despencam


postado em 13/04/2019 06:00 / atualizado em 13/04/2019 07:46

O presidente Jair Bolsonaro foi a Macapá, capital do Amapá, na manhã de ontem, inaugurar o aeroporto internacional da cidade (foto: Alan Santos/PR )
O presidente Jair Bolsonaro foi a Macap�, capital do Amap�, na manh� de ontem, inaugurar o aeroporto internacional da cidade (foto: Alan Santos/PR )

Macap� – O presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, determinou a suspens�o do reajuste de 5,7% no pre�o do diesel (o litro passaria de R$ 2,1432 para R$ 2,2662), anunciado pela Petrobras. O novo valor come�aria a ser cobrado ontem, mas vai ficar suspenso at� que os t�cnicos da estatal justifiquem ao presidente a necessidade do aumento. A empresa manteve sem altera��o o pre�o m�dio do litro da gasolina A sem tributo nas refinarias, v�lido para hoje, em R$ 1,9354. Al�m disso, a estatal manteve sem altera��o o pre�o do diesel, em R$ 2,1432, conforme tabela dispon�vel no site da empresa. “Liguei para o presidente, sim. Eu me surpreendi com o reajuste de 5,7%. N�o vou ser intervencionista. N�o vou praticar a pol�tica que fizeram no passado, mas quero os n�meros da Petrobras”, afirmou Bolsonaro no Amap�, onde inaugurou o aeroporto internacional de Macap�. A alta divulgada na quinta-feira seria a maior desde que os presidentes da Rep�blica e o da petroleira, Roberto Castello Branco, assumiram os cargos. Press�o de caminhoneiros contra o aumento est� por tr�s da decis�o de Bolsonaro, que disse ontem estar preocupado com o transporte de cargas.

A decis�o do presidente, entretanto, causou apreens�o no mercado financeiro. O principal indicador da bolsa paulista, a B3, fechou em queda ontem. O Ibovespa terminou o �ltimo preg�o da semana com queda de 1,98%, a 92.875 pontos. J� a a��es ordin�rias da Petrobras ca�ram 8,54%, negociadas abaixo de R$ 30 por papel. As preferenciais recuaram 7,75%, perto de R$ 25 por a��o. Apesar do forte tombo, os pap�is da Petrobras ainda acumulam valoriza��o de mais de 15% no ano. A estatal perdeu quase R$ 34 bilh�es em valor de mercado. O movimento refletiu preocupa��es sobre a liberdade operacional da petrol�fera de controle estatal depois que a companhia recuou da decis�o de aumentar o pre�o do diesel. Ap�s o fechamento do preg�o, a Petrobras era avaliada em R$ 390,52 bilh�es.

Na quinta-feira, a Petrobras anunciou um aumento de 5,7% no pre�o do diesel, 15 dias ap�s o �ltimo ajuste. Em nota divulgada horas depois, no entanto, a petroleira suspendeu o aumento, afirmando que “avaliou ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que h� margem para espa�ar mais alguns dias o reajuste no diesel”. Segundo Pablo Spyer, da corretora Mirae Asset, o recuo gerou rea��o dos investidores avessos � medida. “Traz um desconforto, principalmente, porque mudou muito radicalmente a decis�o.” At� ent�o, a maior alta tinha sido de 3,5%, registrada em 23 de fevereiro. Com exce��o desses dois casos, os pre�os variaram em intervalos de 1% a 2,5%.

Para Bolsonaro, o valor n�o corresponde � infla��o projetada para o per�odo. “Convoquei para ter�a-feira todos da Petrobras para me esclarecerem o porqu� dos 5,7%, quando a infla��o projetada para este ano est� abaixo de 5%. S� isso e mais nada. Se me convencerem, tudo bem. Se n�o me convencerem, vamos dar a resposta adequada a voc�s”, afirmou Bolsonaro. Em mar�o, a Petrobras se comprometeu a congelar o pre�o do �leo diesel nas refinarias por pelo menos 15 dias. Por causa da pol�tica de pre�os dos combust�veis da estatal, os caminhoneiros pararam o pa�s em maio do ano passado. Neste in�cio de ano, com o petr�leo em alta, o diesel voltou a ser uma amea�a e mais uma vez a classe avalia cruzar os bra�os.

A mudan�a na pol�tica de pre�o dos combust�veis foi adotada na gest�o do ex-presidente da companhia Pedro Parente, que determinou a revis�o di�ria da tabela nas refinarias, em linha com o mercado internacional. Sem saber o pre�o que pagaria pelo combust�vel no fim de uma viagem, os caminhoneiros entraram em greve. Al�m disso, para encerrar os protestos, o governo ainda subsidiou o diesel por um semestre. Apenas em 2019, o diesel voltou a ser reajustado periodicamente, semanalmente. Na ter�a, sob amea�a de nova greve, a Petrobras anunciou que vai manter os pre�os inalterados por, pelo menos, mais uma semana.

MAL-ESTAR O conselho de administra��o da Petrobras recebeu mal a not�cia de que a empresa voltou atr�s na decis�o de reajustar o pre�o do diesel. O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse aos conselheiros de administra��o da empresa, em teleconfer�ncia, que segurou o pre�o do �leo diesel e desistiu do reajuste de 5,7% que chegou a ser anunciado na quinta-feira, por determina��o do presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro. A teleconfer�ncia foi convocada no fim da manh�, ap�s not�cias de que os conselheiros desaprovaram a medida. A ideia era que a diretoria se posicionasse apenas na pr�xima reuni�o, marcada para o dia 24. Mas, diante do mal-estar, Castello Branco optou por antecipar seu posicionamento. Esta � a segunda vez em poucos dias que membros do colegiado demonstram insatisfa��o com decis�es tomadas pela diretoria. A primeira foi com o tamanho do cr�dito acertado com a Uni�o pela cess�o onerosa. O valor de cerca de US$ 9 bilh�es foi considerado baixo por alguns deles.

Comemora��o nas estradas 


Bras�lia – “Estou preocupado com o transporte de carga, com os caminhoneiros. S�o pessoas que realmente movimentam as riquezas. Queremos um pre�o justo para o �leo diesel”, disse o presidente Jair Bolsonaro, para justificar a decis�o de segurar o pre�o do diesel. A avalia��o de um integrante do governo � de que os caminhoneiros “conheceram a sua for�a” na �ltima greve e que agora possuem maior poder de negocia��o. Na manh� de ontem, um dos principais l�deres dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chor�o, creditou ao presidente Bolsonaro e a ministros palacianos o recuo da Petrobras sobre o aumento do diesel, na noite da quinta-feira. “Isso prova que mais uma vez o presidente est� do nosso lado, ao lado da categoria. � um comprometimento que ele teve com a categoria e que a gente teve apoiando a sua candidatura.”

Ele afirmou que os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria-Geral, Floriano Peixoto, foram os respons�veis por levar o “problema” do aumento de pre�os para Bolsonaro na quinta-feira. “Preciso agradecer num primeiro momento ao ministro Onyx (Lorenzoni, da Casa Civil) e ao ministro Floriano Peixoto (da Secretaria-Geral), que levaram o problema (do aumento de pre�os) para o nosso presidente”, afirmou. “A gente fica muito feliz, porque v� que ele (Bolsonaro) est� olhando por n�s. S� que a gente tamb�m sabe que n�o � uma situa��o muito f�cil, vem chumbo grosso por a�, pode ter certeza, porque querendo ou n�o interfere na pol�tica de pre�os (da Petrobras)”, declarou.

O vice-presidente da Rep�blica, Hamilton Mour�o, disse que a determina��o de Bolsonaro para a Petrobras recuar do reajuste no diesel foi caso “isolado”, que cr� em bom senso e que n�o se repetir� a pol�tica de pre�os adotada do governo Dilma Rousseff (PT). O Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI) da Presid�ncia monitora atentamente as movimenta��es de caminhoneiros em dire��o a uma nova greve desde o m�s passado. O governo quer evitar o in�cio de uma greve com receio de que tome as mesmas propor��es da que ocorreu no ano passado, quando a paralisa��o durou 11 dias. O estopim, na �poca, foi justamente as altas do pre�o do diesel. Vice-diretor do Departamento do Hemisf�rio Ocidental do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Krishna Srinivasan foi questionado sobre a movimenta��o do presidente Jair Bolsonaro para barrar um reajuste do pre�o do diesel. Segundo Srinivasan, a empresa vinha em uma trajet�ria positiva e n�o � poss�vel dizer, j� neste momento, se isso provocaria uma revis�o para um lado ou para outro na perspectiva para a estatal brasileira.

 

 


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