
A procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, enfrentou seu momento mais tenso no cargo bem longe do gabinete em Bras�lia. A decis�o que deixou o Supremo Tribunal Federal em suspense por cerca de quatro horas veio dos Estados Unidos, onde Raquel curte alguns dias de f�rias.
Mesmo em recesso, a procuradora-geral da Rep�blica tem a prerrogativa de responder em qualquer situa��o. Assim o fez. Numa canetada, determinou o arquivamento do inqu�rito aberto pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, para investigar fake news e a divulga��o de mensagens nas redes sociais que atentem contra a honra dos ministros.
N�o foi um ato impensado. As discuss�es sobre que medida tomar come�aram na segunda-feira, 15. Depois de fazer contatos com a c�pula da Procuradoria, como o vice-procurador geral Luciano Mariz Maia, Raquel decidiu por assinar a manifesta��o que determinou o fim do inqu�rito e a anula��o das provas colhidas e das medidas determinadas pelo relator, Alexandre de Moraes. Algo que, horas depois, foi ignorado pelo ministro e pelo presidente do Supremo.
Raquel vinha fiel ao seu estilo de n�o se posicionar publicamente. Sua �nica atua��o neste caso, at� agora, tinha se limitado a um pedido de informa��es � Corte, o que foi sumariamente ignorado e considerado "pouco" pelos seus pares diante de tantas pol�micas envolvendo o inqu�rito contra fake news.
Disputa
Indicada para a Procuradoria pelo ex-presidente Michel Temer, Raquel tem mandato at� setembro. A disputa � acirrada e as apostas s�o de que ela n�o dever� ser reconduzida pelo presidente Jair Bolsonaro, embora esteja na corrida para ocupar a chefia do Minist�rio P�blico por mais dois anos. Bolsonaro n�o descarta indicar um membro do Minist�rio P�blico Militar, o que quebraria uma tradi��o no �rg�o.
Ao atuar de forma mais incisiva nesta ter�a-feira, 16, Raquel ganhou pontos entre seus colegas procuradores. Mas houve quem observasse que faltou uma defesa enf�tica � liberdade de imprensa na sua manifesta��o. Por determina��o do inqu�rito que ela tentou anular, dois �rg�os de imprensa tiveram uma reportagem retirada do ar.
Raquel voltar� ao Brasil no domingo e, at� l�, deve decidir se vai recorrer do "contra-ataque" do STF.