
Em entrevista concedida na manh� desta quinta-feira � R�dio Bandeirantes, o presidente do STF, Dias Toffoli, negou que a Suprema Corte brasileira tenha imposto censura � revista Cruso�. Na sua avalia��o, a institui��o apenas se defendeu de ataques e not�cias que ele classifica de inver�dicas.
"Hoje sou presidente da Corte, querem atingir o STF, por isso temos de ter defesa, n�o podemos deixar o �dio entrar na nossa sociedade", destacou o ministro na entrevista, que foi retransmitida tamb�m em outros ve�culos do Grupo Bandeirantes.
Segundo Toffoli, a medida adotada pelo ministro Alexandre de Moraes, com rela��o � reportagem intitulada "O amigo do amigo de meu pai", foi respaldada pela Constitui��o, ao contr�rio dos que pregam os cr�ticos, alegando que a a��o foi uma afronta � Carta Magna.
A publica��o toma por base um documento da Opera��o Lava Jato no qual Marcelo Odebrecht revela que o codinome utilizado em mensagem a executivos de sua empreiteira se referia a Toffoli, que na ocasi�o era o Advogado-Geral da Uni�o.
"N�o se trata de censura. A Constitui��o fala em censura pr�via e � clara quanto ao abuso no conte�do divulgado", argumentou o presidente do STF. Toffoli disse ter a tranquilidade de que a decis�o de Moraes n�o foi censura, mas uma "proibi��o", em raz�o da "veicula��o de mat�ria inver�dica e n�o devidamente apurada".
Indagado na entrevista ao Jornal Gente, da R�dio Bandeirantes, se ele era "o amigo do amigo do meu pai", como disse Marcelo Odebrecht � Lava Jato, Toffoli riu e disse: "� curioso, dou at� risada". E argumentou que as pessoas acabam acusando as outras, muitas vezes, sem base alguma.
Questionado se pretende processar Marcelo Odebrecht por ter dito que "o amigo do amigo do meu pai" era o codinome utilizado para se referir a Toffoli, o presidente do STF disse que "essas quest�es ser�o resolvidas posteriormente". Ele admitiu, contudo, que na ocasi�o em que chefiou a AGU, tratou de quest�es relacionadas � empreiteira, mas que o pleito dela foi negado. "Como AGU, atendi todos que me procuravam, o que era demanda da Odebrecht, foi negado."
Segunda inst�ncia
No in�cio da entrevista, Toffoli disse que o documento com o e-mail de Marcelo Odebrecht com cita��o ao seu nome "surgiu" um dia antes da Corte pautar a decis�o sobre um tema pol�mico, pris�o em segunda inst�ncia. A mat�ria estava prevista para ser julgada no dia 10 de abril, mas segundo ele foi adiada em raz�o de um pedido da OAB. "O documento (da Lava Jato com o e-mail de Odebrecht) entrou no dia 9 de abril e no dia 10 seria julgado a pris�o em segunda inst�ncia, tirem suas conclus�es", emendou.
Sobre a possibilidade de o Senado instaurar a CPI da Lava Toga, Toffoli disse que "nenhum ministro do STF tem qualquer raz�o para ser investigado." Segundo ele, isso � ilegal porque afronta a divis�o de Poderes. "Os Poderes s�o harm�nicos, h� coisas mais importantes no Brasil, como a reforma da Previd�ncia. H� o desemprego a ser enfrentado e n�o devemos gastar energia com algo desnecess�rio. Temos de gerar emprego, temos de desenvolver o Brasil, temos de parar de jogar pedras e �dio."
Ainda na entrevista, Toffoli defendeu o tribunal que que preside, dizendo que n�o h� corte suprema no mundo que julgue mais que a brasileira. "N�o h� suprema corte mais transparente no mundo do que a nossa - pois os julgamentos s�o transmitidos pela TV, r�dio e internet." E continuou: "xomos a favor de passar o Pa�s a limpo. Quem desvia dinheiro p�blico deve ser investigado e cumprir a sua pena. O Supremo � protagonista no combate � corrup��o."
Questionado sobre ter participado do governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, hoje preso em Curitiba no �mbito da Lava Jato, Toffoli voltou a falar que o preconceito leva ao �dio e quem o conhece sabe que mesmo no comando da AGU (no governo petista), sempre agiu baseado nas convic��es que defendia. "Inclusive, fui muito criticado por ter defendido, naquela ocasi�o, a anistia para todos, inclusive para os militares." E frisou: "N�o sou influenci�vel."