
Com o caixa no vermelho e ainda sem conseguir aprovar a reforma administrativa, o governador Romeu Zema (Novo) fez um apelo aos demais poderes e �rg�os p�blicos pela economia nos gastos. "Somos servidores p�blicos e temos o dever de defender o interesse de 21 milh�es de mineiros e mineiras sem distin��o. Olhem ao seu redor", discursou o governador em Ouro Preto, durante a solenidade de entrega da Medalha da Inconfid�ncia.
Ao lado dos presidentes da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV), e do Tribunal de Justi�a, desembargador Nelson Missias, al�m de representantes do Minist�rio P�blico, Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Defensoria P�blica, Romeu Zema argumentou que atualmente os mineiros sofrem com a falta ou m� qualidade de servi�os b�sicos, como a sa�de e a educa��o. E lembrou que desde o in�cio da gest�o tem adotado medidas para cortar gastos, como exemplo, a op��o por fazer uma solenidade mais simples neste domingo.
“Os mineiros est�o clamando por socorro, por respeito, por responsabilidade e por zelo com o dinheiro p�blico e n�s n�o podemos fingir que n�o estamos escutando”, afirmou. “E s� h� uma dire��o: temos que fazer um pacto para salvar o estado com di�logo e uni�o”, completou o governador. “Temos que fazer um pacto pela recupera��o financeira. Um estado sem dinheiro est� condenado a ficar inoperante, em um buraco profundo", argumentou.
Embora Romeu Zema tenha ressaltado que o passado deve ser substitu�do por um futuro melhor “sem cor nem bandeira partid�ria”, coube ao vice-governador Paulo Brant (Novo) o recado mais direto aos deputados estaduais mineiros. A rela��o entre o Executivo e o Legislativo n�o tem sido das melhoras, prova disso � a lentid�o na vota��o da reforma administrativa, projeto considerado essencial pelo estado para as medidas de ajuste fiscal no estado.
Paulo Brant defendeu o di�logo e a uni�o para tirar o estado da crise. “Precisamos recuperar a velha e boa pol�tica. Pol�tica n�o tem raiva de quem pensa diferente”, discursou o vice, que afirmou ainda ver o estado "acabrunhado, acanhado e cabisbaixo". Ao terminar o r�pido discurso, Paulo Brant pediu a “ben��o” a alguns dos maiores nomes da pol�tica mineira, os ex-governadores Milton Campos, Jo�o Pinheiro, Tancredo Neves e Juscelino Kubitscheck.
Sil�ncio
Grande homenageado do evento, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) n�o foi a Ouro Preto. Em v�deo publicado nas redes sociais, agradeceu o convite mas afirmou que passaria o feriado com a fam�lia. O governador Romeu Zema fez quest�o de agradecer o empenho do Corpo de Bombeiros, pol�cias civil e militar e Defesa Civil na trag�dia do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho. V�rios dos profissionais foram homenageados com medalhas. Antes da solenidade ainda foi pedido um minuto de sil�ncia em mem�ria das v�timas do maior acidente socioambiental do Brasil, que deixou 231 mortos e 41 feridos.
Para evitar impacto na rotina dos moradores de Ouro Preto, neste ano o governo trocou o lugar da solenidade: a entrega das medalhas ocorreu no Centro de Artes e Conven��es da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Antes, na Pra�a Tiradentes, o governador passou pela ala dos drag�es. Em seguida, colocou flores no monumento a Tiradentes, enquanto acontecia uma salva de 21 tiros.
A Medalha da Inconfid�ncia foi criada em 1952 pelo ent�o governador Juscelino Kubitscheck e tem quatro designa��es: Grande Colar, Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da Inconfid�ncia. Neste ano foram indicados 30 agraciados com a Grande Medalha, 52 com a Medalha de Honra e 43 com a Medalha da Inconfid�ncia.
No dia da solenidade, h� a transfer�ncia simb�lica da capital de Minas para Ouro Preto – cidade que foi capital de 1823 a 1897.