Por 10 votos a quatro, o Conselho Nacional do Minist�rio P�blico (CNMP) abriu um procedimento administrativo disciplinar contra o procurador Deltan Dallagnol - coordenador da for�a-tarefa da Lava-Jato em Curitiba - por afirmar que tr�s ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formam "uma panelinha" e passam para a sociedade uma mensagem de "leni�ncia com a corrup��o".
Em entrevista � r�dio CBN, em 15 de agosto de 2018, Deltan se referia aos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, ao criticar uma decis�o da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Os tr�s mesmos de sempre do Supremo Tribunal Federal que tiram tudo de Curitiba e que mandam tudo para a Justi�a Eleitoral e que d�o sempre os habeas corpus, que est�o sempre formando uma panelinha, mandam uma mensagem muito forte de leni�ncia a favor da corrup��o. Objetivamente, Milton, eu n�o estou dizendo que est�o mal-intencionados nem nada, estou dizendo que objetivamente a mensagem que as decis�es mandam � de leni�ncia. E esses tr�s de novo olham e querem mandar para a Justi�a Eleitoral como se n�o tivesse indicativo de crime? Isso para mim � descabido", disse Dallagnol ao jornalista Milton Young.
Um dia antes da entrevista de Deltan Dallagnol, a Segunda Turma havia determinado, no dia 14 de agosto de 2018, a transfer�ncia de termos de colabora��o premiada da Odebrecht da Justi�a Federal em Curitiba para a justi�a federal e eleitoral do Distrito Federal. O conte�do do material era sobre o ex-presidente Lula e o ex-ministro Guido Mantega.
"Agora, o que � triste ver � o fato de que o Supremo, mesmo j� conhecendo o sistema, e lembrar que a decis�o foi 3 a 1, os tr�s mesmo de sempre do STF que tiram tudo de Curitiba e que mandam tudo para a Justi�a Eleitoral e que d�o sempre os habeas corpus, que est�o sempre formando uma panelinha, assim mandam uma mensagem muito forte de leni�ncia a favor da corrup��o", afirmou Dallagnol.
Alvo de procedimento tamb�m no Conselho Superior do Minist�rio P�blico Federal (CSMPF), esse mesmo processo havia sido arquivado em 2 de abril deste ano por entenderem que a declara��o n�o extrapolou do direito de liberdade de express�o.