
Bras�lia – A alta do desemprego est� sendo um tormento para o governo. S�o s� quatro meses completos de gest�o, mas o presidente Jair Bolsonaro est� preocupado com a lentid�o do reaquecimento da economia. A ministros e interlocutores mais pr�ximos, demonstra ang�stia com o crescimento das pessoas que n�o trabalham, nem estudam, os “nem-nem”. Por mais que desdenhe das pesquisas que apontam para o crescimento da rejei��o ao governo – por consider�-las um recorte de momento –, o chefe do Executivo federal sabe que a retomada econ�mica � essencial para melhorar a popularidade, e pode ajudar a reverter a press�o do Congresso.
Especialistas afirmam que, normalmente, h� queda na popularidade de presidentes nos primeiros meses porque, na maioria dos casos, a elevada expectativa do in�cio � frustrada, j� que as mudan�as n�o se concretizam da noite para o dia. Para economistas, por�m, uma recupera��o na taxa de emprego vai demorar para acontecer.
E os n�meros n�o jogam a favor do governo. No primeiro trimestre deste ano, as admiss�es superaram as demiss�es em 164,2 mil. Ou seja, foram criados postos de trabalho. No entanto, o saldo foi 15,9% inferior ao mesmo per�odo em 2018, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foi um dos motivos, al�m do aumento da taxa de desemprego e subutiliza��o da massa de trabalho – medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) – que levaram Bolsonaro a adotar um pronunciamento conservador na quarta-feira, Dia do Trabalho, sem fazer men��o a dados de empregabilidade.
�nimo A equipe econ�mica tem sido cobrada por Bolsonaro a adotar a��es que ampliem a gera��o de empregos. O IBGE mostrou que o n�mero de pessoas que procuram emprego subiu para 13,4 milh�es nos tr�s primeiros meses, o que representa uma alta de mais de 10% em compara��o com o �ltimo trimestre de 2018. Al�m disso, a popula��o subutilizada bateu o recorde da s�rie hist�rica, atingindo 28,3 milh�es de brasileiros.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e t�cnicos da pasta adotam o discurso de que os atuais problemas de curto prazo s�o quest�es de longo prazo n�o resolvidas anteriormente, em refer�ncia � gest�o petista. O argumento, no entanto, n�o tem convencido o presidente, que exige medidas ainda para este ano, a fim de melhorar o �nimo da sociedade e, consequentemente, trabalhar o convencimento de parlamentares para a aprova��o das agendas reformistas.
O ministro tem uma expectativa otimista, mas cuidadosa em rela��o ao atual cen�rio. Guedes sabe que cautela, no caso dos consumidores, significa recuo da demanda no mercado de bens e servi�os. Mas, pressionado por Bolsonaro, pediu para que os t�cnicos da pasta intensifiquem estudos e an�lises para destravar interven��es microecon�micas de inje��o no consumo, como no governo Temer.
Uma das propostas � liberar saques de contas inativas do PIS, voltado para trabalhadores do setor privado, e do Pasep, que atende aos servidores p�blicos. As medidas ainda est�o sendo estudadas, mas c�lculos da equipe econ�mica apontam para uma inje��o de at� R$ 10 bilh�es. Atualmente, apenas pessoas com mais de 60 anos podem acessar os recursos.
Resposta
Em seu perfil no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) reagiu � campanha do Burger King que convoca para v�deo publicit�rio participantes “de um comercial de banco que tenha sido vetado e censurado nas �ltimas semanas”. A rede de fast food lan�ou a��o de marketing em que critica a retirada do ar de propaganda do Banco do Brasil, que ocorreu ap�s pedido de Bolsonaro. “Pode ser homem, mulher, negro, branco, gay, h�tero, trans, jovem, idoso. Curtir fazer selfie � opcional. No Burger King, todo mundo � bem-vindo. Sempre”, diz o v�deo de convoca��o, em refer�ncia direta � propaganda do banco, em que a selfie era um dos crit�rios para a abertura da conta por aplicativo. Em resposta, o presidente postou: “Qualquer empresa privada tem liberdade para promover valores e ideologias que bem entende. O p�blico decide o que faz. O que n�o pode ser permitido � o uso do dinheiro dos trabalhadores para isso. N�o � censura, � respeito com a popula��o brasileira”.