
O sucesso do governo Jair Bolsonaro depende da melhora na economia, mas, completados quatro meses da nova gest�o, o otimismo diminuiu, ap�s v�rios resultados desanimadores. O desemprego, em especial, � a maior amea�a � popularidade do governo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), h� 13,4 milh�es de pessoas sem trabalho no pa�s, n�mero que aumentou 10,2% no primeiro trimestre, em compara��o com os tr�s �ltimos meses de 2018.
A baixa oferta de empregos est� associada � baixa confian�a de empres�rios e consumidores e � atividade econ�mica fraca, situa��o que s� ser� poss�vel reverter com aprova��o da reforma da Previd�ncia.
Apesar de dram�tico, o quadro n�o foi mencionado por Bolsonaro no pronunciamento que fez em cadeia de TV no Dia do Trabalho.
O presidente preferiu enfatizar que o governo tem compromisso com a “plena liberdade econ�mica”, citando a medida provis�ria, assinada na �ltima ter�a-feira, que facilita a gest�o de pequenas empresas e startups, e entre outras medidas, as desobriga de conseguirem alvar� de funcionamento para testar novos produtos e servi�os.
A equipe econ�mica tem outras a��es em estudo, como o chamado “Simplifica”, um conjunto de 50 medidas para reduzir a burocracia para o setor produtivo.
Outras iniciativas est�o sendo pensadas, mas, para analistas, tais a��es n�o t�m impacto significativo a curto prazo, j� que o problema fiscal do pa�s gera a crise de confian�a.
A falta de articula��o pol�tica do governo n�o tem contribu�do para atrair investimentos e o pr�prio presidente d� sinais de que a reforma da Previd�ncia poder� se desidratar mais do que a equipe econ�mica admite.
Segundo analistas, enquanto o discurso n�o convergir e n�o houver uma atua��o mais forte do governo, o impacto positivo na economia ser� pequeno, o que pode aumentar a insatisfa��o da popula��o.
O Ibope mostrou, em estudo encomendado pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), que Bolsonaro tem a pior avalia��o inicial de um governo eleito desde a redemocratiza��o, com apenas 35% das pessoas considerando a gest�o como �tima ou boa.
Para o economista Silvio Campos Neto, da Tend�ncias Consultoria, as medidas adotadas at� agora, como a MP da Liberdade Econ�mica, v�o na dire��o correta. “Mas n�o h� uma bala de prata para a queda r�pida dos �ndices de desemprego, at� porque isso ser� gradual, j� que h� pouca capacidade do setor p�blico para est�muar a economia”, afirmou.
Cartola
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse, no Dia do Trabalho, que o desemprego � heran�a dos governos petistas. Mas analistas observam que culpar governos passados n�o ajuda.
Na avalia��o do economista-chefe da SulAm�rica Investimentos, Newton Rosa, n�o existe milagre. “Reduzir o desemprego depende do crescimento da economia, que est� estagnada h� muitos anos”, explicou.
Para ele, o mercado de trabalho n�o vai se recuperar em 2019. “Talvez no ano que vem, mas isso depender� da capacidade do governo de aprovar as reformas”, frisou.