Ato em SP tem ataques a Maia, ao Centr�o e defesa da reforma da Previd�ncia

Convocada pelas redes sociais, a manifesta��o em defesa do presidente Jair Bolsonaro reuniu milhares de pessoas neste domingo, 26, na Avenida Paulista, em S�o Paulo, e foi marcada por ataques ao presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Faixas e cartazes replicados pela avenida exibiam uma pauta bem combinada para as manifesta��es: defesa da reforma da Previd�ncia, da Medida Provis�ria 870 (Reforma Administrativa), do pacote anticrime do ministro S�rgio Moro (Justi�a e Seguran�a P�blica) e da CPI Lava Toga, para investigar ministros do STF.

O n�mero de manifestantes foi visivelmente menor que nas manifesta��es pelo impeachment de Dilma Rousseff, mas a Pol�cia Militar n�o deu uma estimativa oficial do p�blico. Os participantes se concentraram ao redor de nove carros de som espalhados por oito quadras da Paulista, entre a Avenida Brigadeiro Lu�s Ant�nio e a Rua Augusta.

O maior foco de concentra��o de p�blico foi no trecho entre a Rua Peixoto Gomide e o pr�dio da Federa��o das Ind�strias de S�o Paulo (Fiesp). Estacionado na esquina da Avenida Paulista com Peixoto Gomide, o caminh�o do Nas Ruas foi o ponto de encontro dos pol�ticos presentes, a maioria do PSL, e tamb�m o principal foco de aglomera��o de manifestantes.

O grupo Nas Ruas e o Revoltados Online ocuparam o espa�o que nas manifesta��es de 2014 foi do Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua. As duas organiza��es optaram dessa vez em n�o apoiar o movimento em defesa de Jair Bolsonaro.

O Nas Ruas levou um boneco infl�vel gigante do presidente Jair Bolsonaro e tocou o jingle de campanha de Bolsonaro. Os parlamentares presentes minimizaram as palavras de ordem mais radicais que pregavam o fechamento do Congresso e interven��o no STF.

"A pauta oficial � reforma j� e defesa do pacote do Moro, mas cada grupo traz a sua pauta. A pauta extra � de cada grupo. N�o podemos controlar", disse ao Estado o deputado federal Felipe Barros (PSL-PR).

Fundadora do Nas Ruas, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) fez o discurso mais longo e fez uma brincadeira com o p�blico.

Ela citava nomes e media a rea��o dos manifestantes. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e a deputada Maria do Ros�rio (PT-SP) receberam as maiores vaias. Moro foi ovacionado e o nome de Alexandre Frota, deputado do PSL, n�o gerou rea��es.

A ouvir vaias para Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da C�mara, Zambelli contemporizou no microfone e disse que ele ser� o respons�vel pela aprova��o das reformas.

"Nosso papel na C�mara � diferente do papel de voc�s nas ruas. Voc�s v�o entender isso. D�i n�o poder falar o que a gente pensa", disse a deputada em seu discurso.

Maia, ali�s, foi alvo de cr�ticas furiosas dos manifestantes, que levaram faixas e cartazes ofensivos a ele. Um grupo levou um cartaz com a foto do deputado e a inscri��o: "Chileno Traidor" (temos foto).

"Rodrigo Maia prevarica quando n�o atua. � dever dele votar o impeachment do Gilmar Mendes (ministro do STF). Os pol�ticos do Centr�o est�o acostumados a trocar voto por verba", disse a advogada Luiza Rayol, 66, l�der do movimento 'Fiscais da Na��o', que levou um carro de som para a Avenida Paulista.

Em discurso em cima do carro de som do Revoltados Online, o senador Major Ol�mpio (PSL-SP) disse que as manifesta��es de apoio ao governo Jair Bolsonaro realizadas pelo Pa�s revelam quem � mesmo aliado do presidente da Rep�blica.

"Na campanha eleitoral, quando Bolsonaro estava na crista da onda e perto de ser eleito, tinha gente se estapeando para tirar selfie com ele", disse Major Ol�mpio. "Hoje n�s sabemos quem s�o os verdadeiros aliados de Bolsonaro", afirmou o senador.

Vestindo uma camiseta da Sele��o Brasileira, o aposentado Paulo Handa, 65, tamb�m recorreu ao 'toma l�, d� c�" para justificar sua participa��o na manifesta��o. "O toma l� d� c� � o maior problema, Muitos pol�ticos se elegem para tirar proveito pr�prio", afirmou.

Fam�lia real

A manifesta��o desse domingo tamb�m registrou a presen�a de grupos com demandas pr�prias e discurso conservador.

Os descendentes da fam�lia real pregavam a restaura��o da monarquia, enquanto a TFP (Tradi��o Fam�lia e Propriedade), organiza��o ultra conservadora ligada � Igreja Cat�lica, defendia os valores crist�os.

D.Bertrand Orleans e Bragan�a, segundo imperador na linha sucess�ria da fam�lia real, chamou o PT de "seita vermelha marxista" e disse que Bolsonaro � uma etapa antes da restaura��o da monarquia.

"D.Pedro foi o maior per�odo de estabilidade institucional do Brasil. Defendemos que a elei��o do Bolsonaro � uma etapa para a retomada das vias hist�ricas", afirmou.

Deputado federal eleito pelo PSL, Luiz Philippe Orl�ans e Bragan�a, sobrinho de Bertrand, disse que o parlamentarismo ser� a etapa anterior a restaura��o da monarquia. "A restaura��o da monarquia vem depois do parlamentarismo", afirmou.

Um dos presentes no caminh�o do "Nas Ruas", o deputado refor�ou as cr�ticas ao Centr�o. "O Centr�o tem falsas lideran�as vazias. � preciso um novo bloco governista", disse ele ao Estado.

O fiscal da receita aposentado Jos� Eduardo Rebou�as, 74, levou para a Avenida Paulista uma faixa com os dizeres: "Fora Centr�o traidores da p�tria".