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Estado de Minas POL�TICA

'Ou fazemos reformas ou vamos para o colapso', afirma Rodrigo Maia

Para o presidente da C�mara, deputado Rodrigo, partidos hoje tratados "de forma pejorativa" por integrarem o chamado Centr�o podem "entrar para a hist�ria" como os que "salvaram" o Brasil


postado em 03/06/2019 11:00 / atualizado em 03/06/2019 11:59

Deputado Rodrigo Maia(foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados )
Deputado Rodrigo Maia (foto: Najara Araujo/C�mara dos Deputados )

O presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao jornal O Estado de S. Paulo que, em cinco meses de governo, o presidente Jair Bolsonaro sofre com a redu��o de expectativas positivas e defendeu a aprova��o de uma agenda de reformas para o Pa�s.

"Chegamos num ponto onde ou n�s constru�mos essa agenda em conjunto ou vamos para o colapso. Vai entrar no colapso de ruptura das rela��es sociais. � nisso que vai chegar", afirmou.

Para o deputado, partidos hoje tratados "de forma pejorativa" por integrarem o chamado Centr�o podem "entrar para a hist�ria" como os que "salvaram" o Brasil, se ajudarem a aprovar medidas para impulsionar o crescimento.

Alvo de ataques em manifesta��es de rua, Maia disse ter certeza de que a reforma da Previd�ncia ser� aprovada, mas observou que s� essa medida n�o � suficiente para tirar o Pa�s da crise. O deputado est� montando grupos de trabalho para discutir propostas sobre emprego, renda, sa�de e parcerias p�blico-privadas. Ele criticou ainda o ministro da Educa��o, Abraham Weintraub: "Educa��o n�o pode ser o que esse ministro est� fazendo."

Cinco meses de governo depois, qual a sua avalia��o sobre a gest�o Bolsonaro?

Em cinco meses, o presidente est� vendo que os desafios do Brasil s�o enormes e que todo mundo quer ajudar, cada um com seu ponto de vista. E que ele vai conseguir construir, como tem constru�do nas �ltimas semanas, por meio do Onyx (Lorenzoni, ministro da Casa Civil), o di�logo necess�rio para que as coisas possam avan�ar.

O sr. apoia a iniciativa de alguns senadores de encaminhar proposta de emenda � Constitui��o para instituir o parlamentarismo no Brasil, a partir de 2022?

Discutir isso agora � antecipar um debate. Acho que pode ser o melhor mecanismo para governar o Brasil, mas n�o est� na hora. Tem cinco meses de governo. Pode enfraquecer um governo que come�ou com grandes expectativas e elas est�o se reduzindo. N�o � bom para o Brasil que as expectativas positivas desse governo, com a crise que a gente vive, estejam caindo t�o r�pido.

O sr. se refere ao impacto sobre investimentos?

Quando a popularidade do presidente cai, a confian�a dos investidores em aplicar os seus recursos no Brasil tamb�m cai. Se voc� olhar os n�meros da economia, vai ver dados desastrosos. N�o � bom que ele j� esteja em algumas pesquisas com 25% de �timo e bom, que entre os formadores de opini�o no mercado financeiro tenha ca�do de 80% para 14%. Vai ver o que est� acontecendo com a constru��o civil. Pararam o Minha Casa Minha Vida, e isso � muito grave.

Agora h� muitos protestos em rela��o ao bloqueio de recursos na educa��o...

Acho que tem de se perguntar o que a direita pensa sobre habita��o, sa�de, educa��o. Educa��o n�o pode ser o que esse ministro est� fazendo. Eu acho que, na �rea de educa��o, quem est� trazendo a crise para o governo � o ministro (Abraham Weintraub) porque ele primeiro falou de corte, depois, de contingenciamento. Ele chamou as universidades para o conflito e depois falou: "Eu n�o disse isso, eu disse que era contingenciamento". A� faz um v�deo, um musical da Disney, no qual ataca a bancada do Rio. Agora, tem rebeli�o na bancada do Rio. Boa parte vai votar a Previd�ncia com o governo. Atacar a bancada porque botou uma emenda para o museu e a emenda foi contingenciada? Onde estamos?

O sr. acha que � necess�rio um pacto pela governabilidade entre Executivo, Legislativo e Judici�rio? Isso n�o � um cheque em branco para o governo?

Depende do que seja escrito. Um pacto com compromissos reafirmando a import�ncia das institui��es, com princ�pios, pode avan�ar. Pactos com agenda que caminhem para debate ideol�gico ter�o dificuldade de passar por todos os Poderes, n�o s� na C�mara. Mas acho que a iniciativa � positiva.

O sr. foi alvo de ataques em manifesta��es pr�-governo. Na sua opini�o, o presidente estimulou a ofensiva contra o Congresso?

Acho que as manifesta��es s�o leg�timas. O presidente teve apoio num grupo muito radical. N�o � um grupo que fale com o meu eleitor, com os setores m�dios da sociedade. Agora, na hora em que vai o grupo mais pr�ximo do presidente para a rua, e da forma com que ele se comunicou nos �ltimos meses, querendo transferir a responsabilidade para o Parlamento, o eleitor dele viu aquilo como necess�rio. Talvez de forma incoerente porque, mod�stia � parte, se n�o fosse pelo meu trabalho, a Previd�ncia estava ainda nas gavetas da CCJ (Comiss�o de Constitui��o e Justi�a). O movimento ataca aqueles que t�m salvado o governo.

De que forma?

O Affonso Celso Pastore (ex-presidente do Banco Central) deu uma entrevista (ao Estado, publicada ontem) e, no final, fala quantos votos n�s tivemos. O Parlamento teve 97 milh�es de votos. O presidente foi eleito em dois turnos. O n�cleo dele continua com ele, mas o eleitor que n�o era desse n�cleo j� saiu.

O governo n�o tem base de sustenta��o no Congresso. Como aprovar as reformas assim?

A Previd�ncia tem constru��o no Parlamento e vamos trabalhar para aprovar. A reforma tribut�ria tem consenso maior ainda, os marcos regulat�rios de garantia de investimento para o setor privado, tamb�m. Estamos com comiss�o tratando das parcerias p�blicos-privadas. Chegamos num ponto onde ou n�s constru�mos essa agenda em conjunto ou vamos para o colapso. Vai entrar no colapso de ruptura das rela��es sociais. � nisso que vai chegar. J� estamos num colapso fiscal, num colapso previdenci�rio. A pol�tica est� distante da sociedade, foi criminalizada. Todos os problemas que a sociedade vive hoje passaram a ser da pol�tica. Alguns pontos s�o corretos, mas �s vezes esse p�ndulo � exagerado. Para que a gente possa dar solu��o para o colapso social, precisamos ter uma agenda que venha do Executivo.

O governo continua um deserto de ideias, como o sr. disse antes?

Acho que a coisa est� melhorando. N�s estamos aqui querendo ajudar. O pr�prio presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto) esteve aqui com agenda muito positiva. Vou montar um grupo para trabalhar com ele e tratar de redu��o de juro no cheque especial, como montei outro para tratar de moderniza��o do Estado.

Mas o presidente ainda critica a "velha pol�tica"...

Ao longo do tempo ele vai compreender, at� porque foi deputado, que a maioria dos deputados quer ajudar. Ou todos. Cada um do seu ponto de vista. Para mim, a reforma da Previd�ncia � vital; para o Ivan Valente (deputado do PSOL), n�o �. E a posi��o dele � t�o leg�tima quanto a minha. O governador do Rio Grande do Sul (Eduardo Leite) disse na conven��o do PSDB uma frase muito boa: "Coragem mesmo precisa quem tem a ousadia de ser ponderado". Acho que a gente tem de radicalizar na pondera��o, no equil�brio, no di�logo.

Por que o DEM quer agora se descolar do Centr�o?

Eu n�o entro nessa quest�o de "eu n�o sou daqui, eu n�o sou dali". A presidente do Parlamento espanhol, quando esteve aqui, me perguntou: "Como voc�s v�o fazer para governar sem partido? Porque na Espanha isso � imposs�vel". Ent�o, vamos criticar as pessoas que erram, mas n�o vamos desqualificar os partidos. Quem coloca voc� numa posi��o ou outra s�o seus atos ou atitudes. Se os partidos que est�o no Parlamento provarem que tem agenda das reformas como prioridade... A forma pejorativa como se trata o tal Centr�o hoje, amanh� na hist�ria vai entrar como os partidos que salvaram o Brasil do colapso social, do crescimento da desigualdade, da pobreza, da falta de educa��o e da falta de m�dicos.

O sr. acha que a reforma da Previd�ncia vai ser aprovada?

Tenho certeza.

Quando o ministro Paulo Guedes diz que, se a reforma virar uma "reforminha", pega as coisas e vai embora, isso ajuda?

A gente que est� na pol�tica h� muitos anos sabe que ningu�m � insubstitu�vel. O mercado financeiro, h� um ano, queria R$ 500 bilh�es. E se o governo est� com pressa, a reforma do Michel (ex-presidente Michel Temer) come�ou com R$ 1 trilh�o e o �ltimo texto falava em R$ 500 bilh�es. Eles poderiam ter aprovado em mar�o a (proposta) do Michel, se tivessem voto.


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