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Estado de Minas

Mensagens entre Moro e Deltan revelam colabora��o na Lava-Jato, afirma site

Uma mat�ria do The Intercept Brasil revelou conversas entre o ent�o juiz S�rgio Moro e o procurador Deltan Dalagnol sobre os rumos e a sequ�ncia das investiga��es


postado em 09/06/2019 22:17 / atualizado em 10/06/2019 08:05

(foto: AFP / Heuler Andrey - Pedro de Oliveira/ ALEP)
(foto: AFP / Heuler Andrey - Pedro de Oliveira/ ALEP)
O Minist�rio P�blico Federal divulgou uma nota �s 20h, deste domingo (9/6), informando que a for�a-tarefa da Lava-Jato foi alvo de uma a��o criminosa por parte de um hacker “que praticou os mais graves ataques � atividade do Minist�rio P�blico, � vida privada e � seguran�a de seus integrantes”. 

A publica��o foi motivada por uma mat�ria do The Intercept Brasil que revela conversas entre promotores e, tamb�m, entre o ent�o juiz S�rgio Moro e o procurador Deltan Dalagnol sobre os rumos e a sequ�ncia das investiga��es e, at�, o telefone de testemunhas. 

Segundo texto do MPF, que chega a falar em fake news, as mensagens pessoais de trabalho podem ter sido tiradas de contexto. A mat�ria do Intercept foi dividida em quatro partes. Na publica��o, o ve�culo afirma que n�o procurou as fontes para obter uma resposta sobre as trocas de mensagem para evitar uma poss�vel a��o que impedisse a publica��o. 

O Intercept tamb�m afirma que conseguiu o material antes do suposto ataque ao celular do agora ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica S�rgio Moro. A Pol�cia Federal investiga o ataque ao celular do ministro. A assessoria de imprensa do Minist�rio da Justi�a confirmou a invas�o e o n�mero foi cancelado. 

Dalagnol tuitou a nota do MPF. Em duas das postagens ele divulga trechos do texto do �rg�o. Na �ltima, afirma que o assunto � pol�mico e provoca “interpreta��es equivocadas”. “Como o assunto foi pol�mico, gerou algumas interpreta��es equivocadas. Para esclarecer, o MPF elaborou um documento de perguntas e respostas que explica em detalhes. Compartilhe e ajude a divulgar as informa��es corretas”, escreveu.

Confira, na �ntegra, o texto divulgado pelo MPF:

A for�a-tarefa da Lava Jato no Minist�rio P�blico Federal do Paran� (MPF/PR) vem a p�blico informar que seus membros foram v�timas de a��o criminosa de um hacker que praticou os mais graves ataques � atividade do Minist�rio P�blico, � vida privada e � seguran�a de seus integrantes. 

A a��o vil do hacker invadiu telefones e aplicativos de procuradores da Lava Jato usados para comunica��o privada e no interesse do trabalho, tendo havido ainda a subtra��o de identidade de alguns de seus integrantes. N�o se sabe exatamente ainda a extens�o da invas�o, mas se sabe que foram obtidas c�pias de mensagens e arquivos trocados em rela��es privadas e de trabalho. 

Dentre as informa��es ilegalmente copiadas, possivelmente est�o documentos e dados sobre estrat�gias e investiga��es em andamento e sobre rotinas pessoais e de seguran�a dos integrantes da for�a-tarefa e de suas fam�lias.

H� a tranquilidade de que os dados eventualmente obtidos refletem uma atividade desenvolvida com pleno respeito � legalidade e de forma t�cnica e imparcial, em mais de cinco anos de Opera��o.

Contudo, h� tr�s preocupa��es. Primeiro, os avan�os contra a corrup��o promovidos pela Lava Jato foram seguidos, em diversas oportunidades, por fortes rea��es de pessoas que defendiam os interesses de corruptos, n�o raro de modo oculto e dissimulado.

A viola��o criminosa das comunica��es de autoridades constitu�das � uma grave e il�cita afronta ao Estado e se coaduna com o objetivo de obstar a continuidade da Opera��o, expondo a vida dos seus membros e fam�lias a riscos pessoais. Ningu�m deve ter sua intimidade – seja f�sica, seja moral – devassada ou divulgada contra a sua vontade. Al�m disso, na medida em que exp�e rotinas e detalhes da vida pessoal, a a��o ilegal cria enormes riscos � intimidade e � seguran�a dos integrantes da for�a-tarefa, de seus familiares e amigos.

Em segundo lugar, uma vez ultrapassados todos os limites de respeito �s institui��es e �s autoridades constitu�das na Rep�blica, � de se esperar que a atividade criminosa continue e avance para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto, falsificar integral ou parcialmente informa��es e disseminar “fake news”.

Entretanto, os procuradores da Lava Jato n�o v�o se dobrar � invas�o imoral e ilegal, � extors�o ou � tentativa de expor e deturpar suas vidas pessoais e profissionais. A atua��o s�rdida daqueles que vierem a se aproveitar da a��o do “hacker” para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto e falsificar integral ou parcialmente informa��es atende interesses inconfess�veis de criminosos atingidos pela Lava Jato.

Por fim, os procuradores da Lava Jato em Curitiba mantiveram, ao longo dos �ltimos cinco anos, discuss�es em grupos de mensagens, sobre diversos temas, alguns complexos, em paralelo a reuni�es pessoais que lhes d�o contexto. V�rios dos integrantes da for�a-tarefa de procuradores s�o amigos pr�ximos e, nesse ambiente, s�o comuns desabafos e brincadeiras. Muitas conversas, sem o devido contexto, podem dar margem para interpreta��es equivocadas. A for�a-tarefa lamenta profundamente pelo desconforto daqueles que eventualmente tenham se sentido atingidos.

Diante disso, em paralelo � necess�ria continuidade de seu trabalho em favor da sociedade, a for�a-tarefa da Lava Jato estar� � disposi��o para prestar esclarecimentos sobre fatos e procedimentos de sua responsabilidade, com o objetivo de manter a confian�a p�blica na plena licitude e legitimidade de sua atua��o, assim como de prestar contas de seu trabalho � sociedade.

Contudo, nenhum pedido de esclarecimento ocorreu antes das publica��es, o que surpreende e contraria as melhores pr�ticas jornal�sticas. Esclarecimentos posteriores, evidentemente, podem n�o ser vistos pelo mesmo p�blico que leu as mat�rias originais, o que tamb�m fere um crit�rio de justi�a. Al�m disso, � digno de nota o vi�s tendencioso do conte�do at� o momento divulgado, o que � um indicativo que pode confirmar o objetivo original do hacker de, efetivamente, atacar a opera��o Lava Jato.

De todo modo, eventuais cr�ticas feitas pela opini�o p�blica sobre as mensagens trocadas por seus integrantes ser�o recebidas como uma oportunidade para a reflex�o e o aperfei�oamento dos trabalhos da for�a-tarefa.

Em paralelo � necess�ria reflex�o e presta��o de contas � sociedade, � importante dar continuidade ao trabalho. Apenas neste ano, dezenas de pessoas foram acusadas por corrup��o e mais de 750 milh�es de reais foram recuperados para os cofres p�blicos. Apenas dois dos acordos em negocia��o poder�o resultar para a sociedade brasileira na recupera��o de mais de R$ 1 bilh�o em meados deste ano. No total, em Curitiba, mais de 400 pessoas j� foram acusadas e 13 bilh�es de reais v�m sendo recuperados, representando um avan�o contra a criminalidade sem precedentes. Al�m disso, a for�a-tarefa garantiu que ficassem no Brasil cerca de 2,5 bilh�es de reais que seriam destinados aos Estados Unidos.

Em face da agress�o cibern�tica, foram adotadas medidas para aprimorar a seguran�a das comunica��es dos integrantes do Minist�rio P�blico Federal, assim como para responsabilizar os envolvidos no ataque hacker, que n�o se confunde com a atua��o da imprensa. Desde o primeiro momento em que percebidas as tentativas de ataques, a for�a-tarefa comunicou a Procuradoria-Geral da Rep�blica para que medidas de seguran�a pudessem ser adotadas em rela��o a todos os membros do MPF. Na mesma dire��o, um grupo de trabalho envolvendo diversos procuradores da Rep�blica foi constitu�do para, em aux�lio � Secretaria de Tecnologia da Informa��o e Comunica��o da PGR, aprofundar as investiga��es e buscar as melhores medidas de preven��o a novas investidas criminosas.

Em conclus�o, os membros do Minist�rio P�blico Federal que integram a for�a-tarefa da opera��o Lava Jato renovam publicamente o compromisso de avan�ar o trabalho t�cnico, imparcial e apartid�rio e informam que est�o sendo adotadas medidas para esclarecer a sociedade sobre eventuais d�vidas sobre as mensagens trocadas, para a apura��o rigorosa dos crimes sob o necess�rio sigilo e para minorar os riscos � seguran�a dos procuradores atacados e de suas fam�lias.


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