
Ainda � dif�cil medir as consequ�ncias pol�ticas do vazamento das conversas entre o ministro da Justi�a, S�rgio Moro, e o coordenador da for�a-tarefa da opera��o Lava-Jato no Minist�rio P�blico Federal (MPF), Deltan Dallagnol.
Mas, para boa parte do governo, o importante � que o caso n�o afete a agenda econ�mica. As semelhan�as com o que aconteceu em 2017, quando a reforma da Previd�ncia do ex-presidente Michel Temer precisou ser engavetada, preocupam os governistas e animam a oposi��o, que aponta a crise como um motivo inquestion�vel para obstruir os trabalhos na C�mara.
O vazamento das mensagens � “a JBS do Bolsonaro”, comentou o deputado Ivan Valente (SP), l�der do PSol na C�mara, em refer�ncia ao vazamento de di�logos comprometedores entre o empres�rio Joesley Batista, da JBS, e Temer, em maio de 2017.
Nem o governo descarta que os preju�zos � reforma possam ser parecidos. Nesta segunda-feira (10), em apresenta��o na sess�o plen�ria do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o ministro da Economia, Paulo Guedes, apontou a coincid�ncia.
“Gravaram o presidente Michel Temer, ‘n�o vai ter reforma da Previd�ncia. Pronto, acabou’. Toda hora tem uma. Uma, � o Michel Temer, outra, � o filho do Bolsonaro, outra, � n�o sei o que l�, hoje � o do Moro”, disse.
Por enquanto, a oposi��o prefere que Moro “sangre mais um pouco”, afirmou um deputado do PT. Quanto mais o governo se enfraquece, mais mudan�as ela pode emplacar na reforma, ainda que n�o consiga barr�-la.
Parlamentares do Centr�o j� se mostraram dispostos a assinar a convoca��o de Moro. “Assino na hora. Acho, inclusive, que ele deveria vir por vontade pr�pria”, afirmou Marcelo Ramos (PL-AM), presidente da Comiss�o Especial da Previd�ncia. Ele defende que Moro se afaste do cargo, o que seria bom para acalmar os �nimos da oposi��o e diminuir as chances de que a reforma atrase.
Ainda que Moro n�o abra m�o do cargo, Ramos acredita que a pauta econ�mica est� “blindada” pelos deputados, que entendem a import�ncia do tema, e que o cronograma ser� mantido.
Ele deve se encontrar na tarde desta ter�a-feira (11) com deputados da oposi��o, para avaliar o impacto do assunto na C�mara. Mais cedo, haver� uma reuni�o entre legendas de esquerda, como PT, PSB, PDT, PCdoB e PSol.
Na expectativa de um posicionamento mais coeso por parte dos governadores, que se re�nem nesta ter�a-feira (11) em Bras�lia, o relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), adiou para quinta-feira a divulga��o do texto que ser� avaliado pelos deputados.