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Estado de Minas POL�TICA

Bolsonarista raiz assume a defesa de Fl�vio


postado em 23/06/2019 08:41

Sob o comando do criminalista paulistano Frederick Wassef desde o dia 6 de junho, a defesa do senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ) vai sair da esfera estritamente jur�dica para atuar tamb�m no campo dos meios de comunica��o. Al�m disso, pretende atuar mais perto do Minist�rio P�blico do Rio para enfrentar no m�rito as suspeitas de lavagem de dinheiro, peculato e organiza��o criminosa imputadas ao senador ainda na fase de investiga��o.

A maior mudan�a na linha de defesa de Fl�vio, no entanto, n�o � apenas t�cnica. Integrante do c�rculo mais pr�ximo da fam�lia Bolsonaro, Wassef � o que se pode chamar de bolsonarista "raiz".

Cr�tico do que chama de "ind�stria dos radares", defensor de "a��es mais efetivas da pol�cia" no combate � viol�ncia, cat�lico praticante, advers�rio da esquerda, Wassef costuma fazer rondas de carro pela madrugada paulistana, nas quais grava em v�deo flagrantes de desperd�cio de dinheiro p�blico ou suspeita de corrup��o.

O primeiro contato entre Jair Bolsonaro e Fred, como � conhecido, foi por acaso. Wassef ganhou de presente um smartphone quando estava internado para tratamento de c�ncer, clicou no �cone do Youtube e caiu sem querer em um discurso do atual presidente sobre controle de natalidade. A identifica��o foi imediata.

No dia seguinte, Fred telefonou para o gabinete de Bolsonaro na C�mara. Com seu temperamento intenso, convenceu a secret�ria a passar a liga��o ao ent�o deputado. Depois de mais de uma hora de conversa, marcaram um encontro pessoal. Isso foi em 2014.

Desde ent�o, Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle, passaram a frequentar a casa de Fred e sua ex-mulher, a empres�ria Cristina Boner, em Bras�lia. Em 2015, Bolsonaro comprou por R$ 50 mil uma Land Rover de uma das empresas de Cristina.

Wassef gosta de dizer que foi o primeiro a incentivar o ent�o deputado do baixo clero a disputar a Presid�ncia. Quando a ideia n�o passava de um devaneio, Fred, nascido e criado em bairro nobre de S�o Paulo, levou o capit�o para circular nos sal�es da elite paulistana.

Al�m da amizade, Wassef passou a orientar Bolsonaro juridicamente. "Conhe�o a fam�lia desde 2014 e tive uma atua��o de consultoria jur�dica e advocacia. Sempre no sentido do restabelecimento da verdade. Bolsonaro �, h� tempos, v�tima de crimes como denuncia��o caluniosa, cal�nia e difama��o. Ele foi v�tima de uma insana persegui��o contra um homem que � um verdadeiro her�i."

Rela��o

A rela��o de extrema confian�a levou Wassef a desbancar medalh�es da advocacia criminal que se ofereciam para defender Fl�vio. Antes de assumir o caso do senador, Fred atuava como consultor, �s vezes aconselhando as advogadas Nara Nishizawa e Paula Barione, que continuam na equipe.

Avesso aos holofotes, Wassef costuma manter a discri��o nos casos em que atua. A decis�o de levar Fl�vio para a frente das c�meras � uma exce��o. "Eu n�o vejo que o papel do advogado seja ficar dando entrevista nem publicidade � defesa t�cnica do cliente. Via de regra, nunca falo com imprensa, n�o dou entrevista, jamais permiti ser fotografado." Mudou nesse caso. "Excepcionalmente, entendi que a situa��o � at�pica, fora da curva. Fl�vio est� sofrendo um massacre midi�tico."

Al�m do flanco midi�tico, Wassef quer se aproximar do Minist�rio P�blico do Rio, onde corre a investiga��o contra Fl�vio. "Vou atuar diretamente dentro do MP-RJ cooperando, indicando assist�ncia t�cnica e pretendo provar na pr�pria investiga��o os equ�vocos e distor��es propagadas pela imprensa." Uma das bases da argumenta��o jur�dica ser� a vers�o dada pelo ex-assessor de Fl�vio na Assembleia Legislativa do Rio Fabr�cio Queiroz, investigado por movimenta��es suspeitas de R$ 1,2 milh�o.

"Queiroz falou v�rias vezes que Fl�vio nunca teve conhecimento de tudo o que ele fez no passado, que jamais foi repassado qualquer valor financeiro a ele. A tal da 'rachadinha' n�o existe." Indagado sobre o fato de Queiroz ter admitido que recolhia parte dos sal�rios dos funcion�rios do gabinete para contratar outras pessoas, Wassef disse que se houve algum il�cito, a culpa � do ex-assessor. "Na verdade n�o acredito nem em il�cito. �s vezes, a pessoa pode ter feito o que fez achando que era a melhor forma de administrar seu trabalho. Mas, se houve irregularidade, com certeza a responsabilidade � dele. Meu cliente jamais teve ci�ncia".

Embora tenha dois habeas corpus na Justi�a do Rio nos quais alega que a investiga��o contra Fl�vio � ilegal, Wassef j� se prepara para recorrer �s Cortes superiores.

A argumenta��o que, segundo ele, tem o objetivo de "restabelecer a verdade", se baseia em cinco pontos: a defesa teve uma vit�ria quando o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), trancou a investiga��o admitindo que houve quebra ilegal do sigilo de Fl�vio pelo MP do Rio e Coaf (decis�o revertida pelo ministro Marco Aur�lio Mello); houve vazamento de informa��es sigilosas; o MP negou que o senador fosse investigado quando, segundo a defesa, era o verdadeiro alvo dos promotores; o filho do presidente foi o �nico dos 26 integrantes da Alerj investigados por movimenta��es at�picas cujo caso foi vazado; houve quebra de sigilos e investiga��o contra um parlamentar sem autoriza��o da Justi�a. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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