
Ausentes nas recentes manifesta��es em defesa do presidente Jair Bolsonaro, no fim de maio, os grupos Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre (MBL) convocaram para o domingo atos em todo o Pa�s em defesa do ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, Sergio Moro.
O ministro tem sido alvo de cr�ticas depois de o site The Intercept Brasil publicar mensagens atribu�das a ele, na �poca em que era juiz, e a integrantes da for�a-tarefa da Lava-Jato.
Essas conversas, segundo o site, indicariam interfer�ncia de Moro no andamento das investiga��es da opera��o. A Pol�cia Federal abriu inqu�rito para investigar a invas�o do celular do ministro e de procuradores.
Os dois grupos, que lideraram os movimentos de rua pelo impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, afirmam que optaram por adotar uma agenda que n�o inclui a defesa do governo Bolsonaro. Al�m do apoio a Moro, eles defendem o pacote anticorrup��o enviado pelo ministro ao Congresso - cuja tramita��o tem enfrentado resist�ncia de parlamentares - e a reforma da Previd�ncia.
Os movimentos querem mobilizar o mesmo p�blico entusiasta da Lava Jato que foi �s ruas contra o PT e as den�ncias de corrup��o que atingiram o partido em 2015.
"Os primeiros atos (em favor do governo) surgiram de uma rede coordenada que prega pautas com as quais n�o concordamos. O MBL n�o � pr�-Bolsonaro e mant�m uma linha independente. A decis�o de participar agora foi uma rea��o � invas�o do celular do S�rgio Moro", disse Renato Battista, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre.
Segundo ele, surgiu agora "uma necessidade" de defender a Lava-Jato. Sobre a suposta mensagem na qual Moro teria chamado os integrantes do MBL de "tontos", Battista afirmou que o epis�dio foi levado por eles "na brincadeira". "Muitos querem jogar o MBL contra a Lava Jato", disse.
O grupo de Kim Kataguiri e Fernando Holliday vai receber em seu carro de som pol�ticos que despontaram no MBL e que hoje s�o filiados ao DEM.
Proposta
Porta-voz do Vem Pra Rua, Adelaide Oliveira refor�ou o discurso de independ�ncia em rela��o ao presidente Bolsonaro e fez uma defesa enf�tica do ex-juiz da Lava-Jato. "O hackeamento do telefone dele foi um crime. O conte�do revelado at� agora, segundo juristas, n�o � comprometedor", afirmou Adelaide.
Questionada sobre a aus�ncia do grupo nos atos mais recentes, a porta-voz disse que as manifesta��es pr�-Bolsonaro estavam "excessivamente personalistas". "N�o apoiamos governo nenhum, mas ideias."
J� o movimento Nas Ruas, que tamb�m esteve na linha de frente em 2015, apoia Bolsonaro e estar� na manifesta��o de domingo em defesa de Moro. Desta vez, por�m, o presidente n�o estar� na pauta. "N�o vejo necessidade de defender o Bolsonaro agora", disse a deputada Carla Zambeli (PSL-SP), fundadora do Nas Ruas.