O ex-presidente da empresa durante a crise h�drica, Ricardo Sim�es, que chegou a ser cotado para assumir a presid�ncia, tamb�m ganhou assento na diretoria.
Apesar de t�cnico, Carlos Eduardo Tavares integra o grupo do MDB e do ex-presidente Itamar Franco de Juiz de Fora, que teve o comando da empresa de saneamento durante muitos anos nas m�os do ex-deputado Marcelo Siqueira.
Al�m dele, passa a compor a administra��o da Copasa como diretor vice-presidente, financeiro e de rela��es com investidores Carlos Augusto Botrel Berto. O diretor de Opera��o Sul, que vai acumular interinamente o cargo de Diretor de Opera��o Metropolitana, eleito foi Guilherme Frasson Neto.
Crise h�drica
Para o cargo de diretor t�cnico e de expans�o, que acumula o cargo de diretor de Opera��o Norte, o escolhido foi Ricardo Augusto Sim�es Campos, que presidiu a empresa na gest�o do grupo do PSDB no estado, quando ocorreu a maior crise h�drica na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.
Ele chegou a ser indicado com a perspectiva de ocupar a presid�ncia em maio, mas teve o nome vetado pelo conselho anterior da Copasa. Na ocasi�o, o grupo alegou que o rito para a troca de comando da Copasa estava errado e que deveria ser convocada uma reuni�o para trocar o conselho antes de mudar a dire��o. Com isso, a troca acabou vetada.
Com as diverg�ncias internas, a Copasa continuou por seis meses sob o comando dos administradores da gest�o do ex-governador Fernando Pimentel (PT). A reuni�o para trocar o conselho foi no dia 1º de julho e, nessa quarta-feira, foi eleita a diretoria administrativa.
Doa��o eleitoral
Como antecipou o Estado de Minas, o novo presidente da Copasa Carlos Tavares fez duas doa��es de R$ 15 mil para o ex-prefeito de Juiz de Fora Bruno Siqueira, somando R$ 30 mil.
O filho de Marcelo Siqueira foi o �nico contemplado com a ajuda financeira de Carlos Tavares, que � primo da mulher do pol�tico. Depois de renunciar ao cargo de chefe do Executivo da cidade, o candidato do MDB teve 26,5 mil votos, mas acabou derrotado na campanha que fez por uma vaga de deputado estadual.
O Estado de Minas tentou contato com Carlos Tavares nesta sexta-feira mas ele n�o atendeu a liga��o.
No m�s passado, quando questionado sobre as rela��es pol�ticas com o MDB, ele disse ter sido convocado por sua atua��o na �rea de saneamento por mais de 20 anos e que � um profissional do mercado. Tamb�m disse que o fato de ter doado dinheiro para a campanha de Bruno Siqueira n�o significq ele tenha trabalhado com Marcelo Siqueira.
Carlos Tavares era diretor da empresa Saneamento Ambiental �guas do Brasil (SAAB) desde janeiro de 2012 e deixou o cargo em 6 de junho deste ano, quatro dias antes de o governo de Minas mandar uma adi��o � proposta de reuni�o da Copasa incluindo a indica��o do seu nome para o conselho administrativo. Na mesma data, ele deixou a diretoria da �guas Agulhas Negras, controlada pela primeira (SAAB).
Conflito de interesses
O deputado estadual S�vio Souza Cruz (MDB), que lidera um dos blocos independentes da Assembleia, afirmou que, apesar de integrar o grupo do MDB da Zona da Mata, Carlos Tavares n�o foi uma indica��o do partido e contestou a escolha. “Nunca o vi no MDB mas parece que ele tem rela��es de parentesco com o ex-prefeito Bruno Siqueira”, disse.
S�vio criticou um poss�vel conflito de interesses na posi��o assumida pelo novo presidente da Copasa. “Ele era da empresa �guas do Brasil, que � uma concorrente, e membro do conselho da Associa��o Brasileira de Prestadores Privados de Servi�os de �gua e Esgoto. Est�o falando em privatizar a Copasa e colocam uma pessoa que representa os poss�veis compradores?”, questionou.
Experi�ncia
Em nota, o governo de Minas destacou a experi�ncia de Carlos Eduardo, que disse ser mestre em engenharia e possuir MBA na Funda��o Dom Cabral e P�s-MBA na Kellogg School of Management, em Chicago, nos Estados Unidos.
“A ampla experi�ncia no setor de saneamento, acumulada ao longo de 20 anos, foi decisiva para o conselho. Carlos Eduardo Tavares atuou nas mais diversas �reas de opera��o do neg�cio. Anteriormente, ocupava a posi��o de diretor-executivo de um grande grupo de infraestrutura de saneamento, com faturamento anual superior a R$ 1,5 bilh�o”, informa.
De acordo com o governo, o novo diretor-presidente assume o cargo com grandes desafios. “O objetivo do Governo de Minas Gerais, como acionista controlador, � atuar na melhoria da performance das estatais, al�m da cobertura e qualidade dos servi�os prestados”.