(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Esquerda e direita se unem em rep�dio � fala de Bolsonaro sobre ditadura

Ataque ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, mobiliza pol�ticos e entidades contra declara��es 'sem respaldo em documentos hist�ricos'


postado em 30/07/2019 15:42 / atualizado em 30/07/2019 16:21

(foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)
(foto: Antonio Cruz/ Ag�ncia Brasil)

As declara��es do presidente Jair Bolsonaro (PSL) inicialmente para atacar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, e depois minimizando os atos de tortura no per�odo da ditadura militar, causaram rea��es em institui��es, partidos e pol�ticos.

Nessa segunda-feira, Bolsonaro afirmou que poderia “contar a verdade” sobre a morte de Fernando Santa Cruz, pai de Felipe, e depois apresentou uma vers�o sobre o fato que n�o tem respaldo em informa��es oficiais, inclusive, das pr�prias for�as militares.

Do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), � Anistia Internacional todos repudiaram as falas ou as consideraram “sem humanidade e empatia”, como se referiu a elas o presidente da OAB.


As cr�ticas a Bolsonaro foram, at� ent�o, um dos poucos momentos que uniram atores que, normalmente, est�o em lados opostos. Ainda nessa segunda-feira o senador Antonio Anastasia (PSDB) dirigiu palavras duras contra Bolsonaro em suas redes sociais.

O tucano relembrou o hist�rico de “declara��es absurdas” proferidas pelo presidente em seu mandato e considerou que a mais recente “extrapolou todos os limites”.

 “N�o considero digno o chefe da Na��o manifestar-se desse modo sobre a morte de um brasileiro honrado e corajoso, ofendendo a sua mem�ria e aos seus familiares. Essa fala foi simplesmente vergonhosa. Ao presidente do Conselho Federal da Ordem a minha total solidariedade”, postou.


O partido do governador Romeu Zema, o Novo, considerou que Bolsonaro vai no caminho contr�rio ao de um bom governante.

“O NOVO espera que um pol�tico tenha senso de prioridade, respeito � popula��o e inspire pelo exemplo. As declara��es do presidente Bolsonaro v�o na dire��o oposta. Perde o pa�s”, afirma postagem da legenda nas redes sociais. O PSDB tamb�m fez coro �s cr�ticas. “Uma declara��o desrespeitosa, abusiva e lament�vel. Um L�der pode at� fazer hist�ria, mas n�o tem o poder de reescrev�-la.”


O prefeito de Belo Horizonte disse que o presidente deveria dedicar o tempo a trazer solu��es para os problemas do pa�s. Contudo, chamou de “bobajada” o que ocorreu no per�odo da ditadura.

"Balela"

 

O pr�prio presidente Jair Bolsonaro voltou nesta ter�a-feira a recorrer ao expediente de dar declara��es que n�o se sustentam nos fatos hist�ricos comprovados. Segundo ele, n�o existem documentos que possam comprovar como se deu a morte do pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, durante a ditadura militar, e questionou a veracidade dos documentos produzidos pela Comiss�o Nacional da Verdade, criada durante o governo da presidente Dilma Rousseff.

“N�s queremos desvendar crimes. A quest�o de 1964, n�o existem documentos se matou, n�o matou, isso a� � balela. (...) Voc� quer documento para isso, meu Deus do c�u. Documento � quando voc� casa, voc� se divorcia. Eles t�m documentos dizendo o contr�rio?”, disse Bolsonaro na manh� desta ter�a-feira, ao deixar o Pal�cio da Alvorada ap�s se reunir com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Rea��es imediatas

 Ainda ontem, entidades, partidos e pol�ticos vieram a p�blico para recha�ar a fala de Bolsonaro para atacar o presidente da OAB. Um dos autores do pedido de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, o jurista Miguel Reale Jr. afirmou que Bolsonaro "tem de prestar contas" das suas afirma��es � Comiss�o de Mortos e Desaparecidos Pol�ticos, �rg�o vinculado ao atual Minist�rio da Mulher, da Fam�lia e dos Direitos Humanos. 


Ex-ministro da Justi�a no governo Fernando Henrique Cardoso, Reale Jr. foi o primeiro presidente da comiss�o, cargo que ocupou de 1995 a 2001. Ex-secret�rio de Direitos Humanos do Minist�rio da Justi�a e autor da Lei dos Mortos e Desaparecidos (que reconhece os desaparecidos como mortos e a responsabilidade do Estado nessas mortes), Jos� Gregori tamb�m avaliou que Bolsonaro deve explica��es � comiss�o.


O governador de S�o Paulo, Jo�o D�ria (PSDB), filho de deputado cassado pela ditadura, considerou como “infeliz” a fala do presidente.


A Anistia Internacional tamb�m se manifestou condenando o epis�dio. “� terr�vel que o filho de um desaparecido pelo regime militar tenha que ouvir do presidente do Brasil, que deveria ser o defensor m�ximo do respeito e da justi�a no Pa�s, declara��es t�o duras”, afirmou a diretora-executiva da Anistia no Brasil, Jurema Werneck.


O PT recha�ou o epis�dio e anunciou que representaria contra Jair Bolsonaro. “N�o podemos mais tampar o sol com a peneira. N�s estamos sendo governados por um desequilibrado, que tem tra�os de personalidade claramente contr�rios � democracia", afirmou o l�der da bancada do partido na C�mara, Paulo Pimenta (RS).

A pr�pria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) considerou ontem que as declara��es como "manifesta��es excessivas e de frivolidade extrema". 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)