
O clima quente que tem dominado o expediente das reuni�es na C�mara Municipal de Belo Horizonte n�o esfriou na tarde desta segunda-feira. Isso porque o vereador Mateus Sim�es (Novo) protocolou um aditivo ao pedido de cassa��o que ele mesmo havia feito no final de junho contra Wellington Magalh�es (DC), mas aque ainda n�o foi lido em plen�rio. A atitude fez com que os dois trocassem farpas no plen�rio.
Segundo Magalh�es, at� ent�o ele n�o foi condenado em nada, por isso, n�o teria cabimento que a Casa se adiantasse a pr�pria Justi�a, que n�o o condenou. “Eu n�o fui processado em nada”.
Magalhaes ainda provocou o colega. “Voc� quer que eu saia (do mandato)? Eu vou sair, mas fa�a o pedido por escrito. Mas n�o exp�e essa Casa e os colegas”, disse. Magalh�es ainda afirmou que nunca amea�ou nenhum parlamentar e que tem sofrido com a exposi��o que a repercuss�o do caso tem ganhado na cidade e na imprensa. “Eu t� tranquilo”.
Wellingnton Magalh�es ainda afirmou, em entrevista, que ainda nem teve tempo de se defender sobre as novas den�ncias apresentadas pelo MP. “Estou falando que voltei em uma decis�o do presidente do STJ, que onde sou investigado tem tr�s anos e n�o h� nenhuma prova contra mim, e essas coisas burladas, uma coisa ali, � um fundo de pano. Ent�o, o que foi apresentado � o que j� est� no processo criminal, que eu nem fui ouvido ainda”, afirmou.
J� Mateus Sim�es respondeu dizendo que j� fez o pedido por escrito, no momento em que apresentou o aditivo com as novas den�ncias ao pedido de cassa��o protocolado por ele. Mas, ponderou que “n�o tem nada pessoal” contra Magalh�es, mas que o fato de ele usar tornozeleira eletr�nica no plen�rio, dep�e contra ele.
Mateus ainda afirmou que ate ent�o n�o tinha preocupa��es com sua seguran�a, mas que agora est� come�ando a prestar mais aten��o. “Estou come�ando a ficar preocupado com minha seguran�a, at� meus almo�os est�o sendo filmados. O fato de estarem vigiando minha rotina meu preocupa”, declarou.
Mateus ainda disse que o clima na Casa segue tenso, mesmo depois da vota��o da semana passada. “O ambiente de medo est� instalado na C�mara Municipal”, disse. O vereador do Novo ainda afirmou que os pedidos de cassa��o podem dar a oportunidade de se livrar da “imundice que parece preencher alguns espa�os dessa Casa”.
Em entrevista, Mateus Sim�es ainda afirmou que Magalh�es usa de estrat�gia disfar�ada para fazer intimida��es. “Essa tentativa de intimidar as pessoas da tribuna, ele cita as pessoas, comigo ele fala apontando o dedo em riste o tempo todo. Isso n�o me intimida, mas ele est� tentando criar um clima de medo aqui dentro, muito claramente”, afirmou, dizendo n�o ter nenhuma rela��o com o ex-presidente da Casa.
Sobre o argumento usado por Wellington Magalh�es de que ainda n�o foi condenado pela Justi�a, Sim�es disse que o pedido de cassa��o n�o se baseia na condena��o, mas em outras situa��es, como o pr�prio uso das tornozeleiras eletr�nicas para ser monitorado. “ A quebra est� caracterizada e n�o pode pode continuar exercendo mandato. N�o h� possibilidade de um vereador com a quantidade de provas contra ele exercendo um mandato”.
MP
Na a��o ajuizada na semana passada pelo Minist�rio P�blico, o ex-presidente da C�mara Wellington Magalh�es � acusado de liderar uma organiza��o respons�vel por uma fraude de R$ 30 milh�es em contratos de publicidade da Casa. O MP pede a devolu��o dos recursos aos cofres p�blicos e que o pol�tico seja afastado do mandato.
Segundo o MP, Magalh�es teria recebido R$ 1,8 milh�o de propina em dinheiro, al�m de vinhos importados e hospedagem no exterior.
Al�m de Wellington Magalh�es, aparecem como r�us outras oito pessoas f�sicas ou jur�dicas. O MP pediu a indisponibilidade de bens de todos os denunciados no valor de R$ 9,2 milh�es
Em acordo de dela��o premiada, um deles, Fredherico Ribeiro Guedes, apresentou uma agenda com anota��o de repasses feitos ao vereador.
Preso em abril do ano passado, o vereador ficou mais de um ano afastado da C�mara Municipal, reassumindo o mandato em 17 de junho, amparado por uma decis�o judicial. (Com informa��es de Isabella Souto)