
As corpora��es foram acionadas pelo vereador Sidinei Seabra da Silva (PCdoB), vice-presidente da C�mara Municipal de Concei��o do Mato Dentro e oriundo da comunidade quilombola das Tr�s Barras, e por integrantes do Executivo. O parlamentar explicou como o casal chegou at� o munic�pio com todas as ideias arquitetadas.
“Eles (Paulo e Nahrer) entraram em contato com a gente pois 22 casas do ‘Minha Casa, Minha Vida’ come�aram a ser constru�das em 2014 e pararam, depois que a empresa foi pega em uma opera��o. Est�vamos na luta para que isso terminasse este ano, mas o Paulo entrou em contato e disse que o 'EcoCasa Sustent�vel' seria o novo projeto do Governo e que era para dar seguimento com isso na cidade. Em 14 de junho, ele me disse que a Nahra trabalhava no Governo e faria o cadastro presencialmente. A� ela chegou, falou que trabalhava tamb�m com a ministra Damares, que teria de dar retorno ao presidente Bolsonaro, apresentou o projeto e trouxe documentos mostrando que a cidade seria contemplada com 350 casas e 300 cart�es-reforma. Apresentou isso tamb�m para outras autoridades. Ela dizia que o governo arcaria com uma parte e que o benefici�rio teria que dar R$ 180, dizendo que o governo n�o queria que nada fosse de gra�a. No total, s� ela saiu com R$ 14.540”, disse Sidinei, ao Estado de Minas.
Durante a campanha para as elei��es presidenciais de 2018, o ent�o candidato Jair Bolsonaro se utilizou da figura de Paulo Quilombola para tentar demonstrar que n�o tinha preconceito contra afrodescendentes. O contato entre o atual presidente e o l�der da Federa��o se intensificou depois que a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) denunciou o presidenci�vel por racismo. Na �poca, em um evento, ele disse: “Eu fui em um quilombo em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve l� pesava sete arrobas”. Depois, o ent�o deputado federal afirmou que aquelas pessoas “n�o fazem nada” e “nem para procriador eles servem mais”.
Passados alguns dias da visita de Nahra a Concei��o do Mato Dentro, a popula��o suspeitou e exerceu press�o sobre as autoridades exigindo um retorno. Sidinei tentou retorno com o casal, mas n�o conseguiu. O parlamentar disse que as pessoas s� comprovaram o golpe depois de contato com um pastor da cidade, que tinha contato com Damares.
“Um conhecido da cidade era pastor e ministrava na igreja da Damares. Ele conseguiu contato com a ministra, e a assessoria confirmou que era mentira. A� fomos no ch�o, mas logo fizemos boletim de ocorr�ncia, pedimos inqu�rito, e a pr�pria secretaria da ministra entrou com inqu�rito tamb�m em via federal. Os dois n�o me respondem mais. Eles chegaram a ser localizados, est�o em morando em Goi�s ao que parece, mas a pol�cia segue investigando. Esperamos que a justi�a seja feita”.
O casal foi procurado pela reportagem, mas n�o foi encontrado. A Federa��o Das Comunidades Quilombolas Do Estado Do Par� tamb�m n�o atendeu �s liga��es.
Segundo a assessoria de imprensa da Pol�cia Civil de Minas Gerais, o inqu�rito para apurar as den�ncias foi instaurado em 26 de junho deste ano, quando foi registrada a primeira ocorr�ncia. De acordo com a corpora��o, na data 52 pessoas estiveram na delegacia para informar que foram v�timas de estelionato. A PC informa ainda que est� trabalhando para solucionar o caso.