Alvo de sistem�tico desgaste por parte do presidente Jair Bolsonaro, que dia sim e outro tamb�m faz quest�o de colocar sua autoridade em xeque, o ministro da Justi�a, S�rgio Moro, corre o risco de se tornar uma figura decorativa na Esplanada dos Minist�rios, distante da esp�cie de fiador moral que motivou o convite para deixar a magistratura e integrar o primeiro escal�o do governo.
Em entrevista, Marco Antonio Teixeira avalia que � arriscada a estrat�gia do presidente Jair Bolsonaro de desgastar o seu titular da Justi�a, a fim de concentrar todo o poder em sua pr�pria figura.
"Enfraquecer o Moro pode tamb�m causar danos � imagem de um governo que assumiu com a bandeira de combater a corrup��o, pois o ministro da Justi�a continua sendo uma figura mais popular que a do pr�prio presidente da Rep�blica."
Se � arriscada para o mandat�rio do Pa�s, a estrat�gia, na avalia��o do professor, parece ainda n�o ter afetado o cacife pol�tico do ex-juiz condutor da Lava-Jato em Curitiba. Tanto, que ele j� est� na mira de virtuais candidatos � sucess�o presidencial de 2022, como o governador de S�o Paulo, o tucano Jo�o Doria. "Moro pode ser um bom nome para compor como vice a chapa de Doria", avalia.
O cientista pol�tico n�o acredita que Moro ainda consiga ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), como chegou a ser aventado pelo pr�prio Bolsonaro. Por isso, restar� ao ex-juiz seguir o caminho da pol�tica, a fim de se manter no cen�rio nacional. Indagado se ele poderia disputar uma cadeira no Congresso Nacional, Marco Antonio Teixeira diz que s� se for na disputa ao Senado Federal.
"Na C�mara, ele seria apenas mais um nome dentre os 513 deputados." Mas, a sua aposta � que o titular da Justi�a participe de alguma composi��o, como vice em uma chapa majorit�ria na disputa ao Pal�cio do Planalto ou at� mesmo ao governo de Curitiba. E a julgar pela resili�ncia e postura demonstradas pelo ex-juiz na condu��o da Lava-Jato, o professor da FGV avalia que ele n�o dever� deixar t�o facilmente o atual posto na Esplanada dos Minist�rios.