
Serson e Ferro foram presos por ordem do juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, no �mbito da investiga��o sobre supostos pagamentos de propinas milion�rias aos ex-ministros Ant�nio Palocci e Guido Mantega, dos Governos Lula e Dilma. A dela��o de Palocci � PF embasou a opera��o.
A Lava-Jato pediu a pris�o de Mantega, sob suspeita de ter recebido R$ 50 milh�es do esquema, mas o juiz negou e mandou colocar tornozeleira eletr�nica no ex-ministro. Essa medida foi derrubada nesta quarta-feira, 28, pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo. Mantega nega recebimento de valores il�citos.
A Opera��o Carbonara Chimica foi deflagrada no dia 21. Bernardo Gradin, ex-presidente da Braskem, foi alvo de buscas. Serson reside em S�o Francisco, nos EUA, e se entregou � PF dias depois.
Questionado pelo delegado Thiago Splettstoser Giavarotti, da PF em Curitiba, nesta quarta, Serson contou que "acredita que tenha figurado como procurador" na abertura de uma conta de Ferro no Banco Kramer, na Su��a. Era a conta "Caju". "O banco sabia que a conta era de Maur�cio Ferro e aberta para o recebimento de um b�nus."
A Lava-Jato suspeita que Serson participou do esquema de opera��es simuladas de presta��o de servi�os jur�dicos por meio de seu antigo escrit�rio em S�o Paulo para lavar dinheiro destinado a viabilizar repasses il�citos a Palocci e a Mantega.
Ele disse que "pode ter sido" benefici�rio ou procurador de outras contas no exterior. Serson afirmou que atuou como "consultor" de Ferro na �rea jur�dica da Braskem. Os contratos sob investiga��o foram firmados por Serson com a Braskem entre 2005 e 2013, totalizando R$ 78.197.344,98. "Acredito que esse valor seja pr�ximo do real", declarou o advogado.
A PF indagou de Serson sobre "a que se referiam tais contratos". "Participei de seis ou sete fus�es e incorpora��es no valor total de R$ 15 bilh�es, aproximadamente."
Confrontado com informa��es do funcion�rio do Setor Jur�dico da Braskem Maur�cio Bezerra, segundo o qual "nunca recebeu qualquer parecer elaborado por Nilton Serson", o advogado disse que "n�o conhece tal pessoa".
Perguntado se fez ou mandou fazer transfer�ncias de valores para o exterior a pedido de Ferro, o advogado declarou. "Gostaria de deixar claro que devolvia 30% dos valores que recebia da Braskem para Maur�cio Ferro, em uma pr�tica que no mundo corporativo � chamada de 'finders fee'."
Ele afirmou que "repassava esses valores a Maur�cio", por meio da conta da offshore Neitech Limited, sediada nas Ilhas Virgens Brit�nicas, para outras contas de Ferro "por ele indicadas".
Defesas
Quando a fase 63 da Lava-Jato foi deflagrada, a Braskem enviou a seguinte nota: "A Braskem afirma que tem colaborado e fornecido informa��es �s autoridades competentes como parte do acordo global assinado em dezembro de 2016, que engloba todos os temas relacionados � Opera��o Lava-Jato. A empresa vem fortalecendo seu sistema de conformidade e reitera seu compromisso com a atua��o �tica, �ntegra e transparente."