Expulso do PSB por votar a favor da reforma da Previd�ncia na C�mara, o deputado At�la Lira (PI) disse considerar a atitude "tipicamente autorit�ria e repressora". "V�o usar minha expuls�o para amea�ar os outros", afirmou ele em rela��o aos outros nove parlamentares da legenda que sofreram san��es por serem favor�veis � proposta.
Esse grupo foi salvo da expuls�o em reuni�o do partido nesta sexta-feira, mas teve suas fun��es partid�rias e parlamentares suspensas por um ano. Lira ganhou a puni��o mais severa porque, segundo o PSB, � reincidente e divergiu da orienta��o da legenda na maioria das vota��es no Congresso.
O senhor esperava que o partido fosse tomar essa decis�o?
N�o estava esperando. Tinha ideia de que a minha narrativa de defesa era convincente em todos os aspectos, como liberdade de mandato. Achava que o partido, dado o grande n�mero de deputados que votaram (a favor da reforma da Previd�ncia), teria uma decis�o de censura, mas nunca de suspens�o e exclus�o das prerrogativas, como foi feito.
Por que o senhor n�o foi fazer sua defesa de forma presencial hoje na reuni�o do partido?
N�o fui, porque tinha ideia de como se configurou que era uma coisa organizada para tomar uma decis�o assim repressora. � um partido antigo, ai eles se organizam de uma forma solid�ria. Antes tinha Eduardo Campos que tinha uma lideran�a, hoje n�o tem. Foi uma decis�o tipicamente autorit�ria e repressora. V�o usar minha expuls�o agora para amea�ar os outros.
O senhor chegou a conversar com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, nesta semana?
� um di�logo dif�cil. Simplesmente o comportamento dele era o antigo, do tipo n�o quer di�logo. Disse que eu deveria me relacionar apenas com a comiss�o (do Conselho de �tica do partido) e mesmo assim a comiss�o funcionou sem di�logo.
Como o senhor viu a decis�o que foi tomada para os demais deputados que votaram a favor?
Os outros s�o de primeiro mandato e o partido vai perder a qualidade desses deputados que s�o criativos e inovadores. � uma coisa que prejudicial.
O partido alegou que o senhor j� vinha h� muito tempo divergindo das posi��es do PSB.
Desde quando ingressei no partido, com Eduardo Campos, que eu expressava minhas posi��es. Minhas decis�es s�o abertas, votei no Rodrigo (Maia, para a presid�ncia da C�mara) e nas mat�rias reformistas. Vou dar prosseguimento a isso.
Por que o senhor votou a favor da reforma da Previd�ncia?
Por uma quest�o de equil�brio fiscal. De sustentabilidade douradora. A previd�ncia � o gasto p�blico mais relevante, depois de pessoal. T�nhamos de atualizar essa reforma. Conseguimos mudar a quest�o dos professores, dos rurais. N�o adotamos capitaliza��o. Uma emenda do PSB foi aprovada.
O que o senhor deve fazer agora? J� tem um novo partido?
Como eu n�o esperava, eu agora vou receber a notifica��o, vou examinar se tem algum recurso que possa resolver. Se n�o tiver vou ver qual � o melhor partido. Tem muitos partidos e me dou muito com essas lideran�as e deputados. Sempre tem convite.
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