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Estado de Minas POL�TICA

'Quero ver quem vai calar a minha boca', diz deputado cercado por seguran�as em plen�rio

Deputado Boca Aberta (Pros/PR) � ''vigiado'' por seguran�as da C�mara e se assume como ''terrorista verbal''


postado em 04/09/2019 07:29 / atualizado em 04/09/2019 09:48

"Quero ver quem vai calar a minha boca", esbravejou o deputado Boca Aberta (Pros-PR) no plen�rio da C�mara, no dia 15 de agosto, enquanto era contido por seguran�as. Toda vez que ele se dirige para usar o microfone, os agentes se preparam. O jornal O Estado de S. Paulo presenciou duas vezes, no m�s passado, os policiais legislativos se aproximarem do parlamentar antes mesmo de ele come�ar a disparar a sua metralhadora verbal.

Em primeiro mandato, Boca Aberta � o �nico deputado da atual legislatura com duas representa��es no Conselho de �tica da Casa. At� agora, queixas de colegas resultaram em dois processos que podem render de censura � cassa��o. Outras duas representa��es est�o para serem formalizadas.
Deputado Boca Aberta (Pros-PR)(foto: pt.wikipedia.org)
Deputado Boca Aberta (Pros-PR) (foto: pt.wikipedia.org)

O estilo eloquente de Boca Aberta levou o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a lhe dar um aviso, quase em tom paternal: "Calma. Assim voc� vai acabar tendo mais de cem representa��es". O deputado atacava colegas que tinham deixado a sess�o para ir ao Supremo Tribunal Federal protestar contra a transfer�ncia do ex-presidente Lula para S�o Paulo.

Ao jornal, Boca Aberta se autodefiniu. "Sou a trilha sonora dos exclu�dos. Terrorista verbal. Sanguin�rio na fala e eloquente no discurso." O estilo boquirroto conquistou eleitores, mas desagrada a colegas. "� um golpe. Querem me calar porque falo o que eles n�o querem ouvir. Mas n�o v�o. Nunca!", afirmou.

Eleito com 90.158 votos, Boca Aberta tem sua carreira pol�tica marcada por processos judiciais desde o tempo em que percorria as ruas de Londrina com uma bicicleta motorizada - "Gracie Kelly, a bike terror" - denunciando problemas na segunda maior cidade do Paran�.

"N�o estou aqui para fazer amigos. J� fui cassado por n�o sentar com os porcos para comer a lavagem e n�o vou sentar com eles aqui no Congresso, n�o", disse ao Estado ao comentar a cassa��o que sofreu na C�mara Municipal de Londrina, em 2016.

O estilo o levou ao isolamento. Na sess�o do Conselho de �tica que analisou seus casos, nenhum parlamentar o defendeu. O relat�rio do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), pelo prosseguimento do processo, foi aprovado por unanimidade.

Hospital

O processo mais avan�ado envolve uma invas�o de hospital p�blico em Jataizinho (PR). Boca Aberta chegou ao local �s 4h30, numa a��o que batizou de "blitz da sa�de". Ao ser avisado de que o m�dico de plant�o estava na sala de descanso, invadiu o local e acordou o m�dico. Filmou a cena e postou na rede social.

Na justificativa do processo que pode levar � sua cassa��o, o relator Alexandre Leite disse que Boca Aberta "abusou" das prerrogativas de deputado. "Se � p�blico � meu. Entro e saio na hora que quiser. N�o h� invas�o no que � p�blico."

A confus�o mais recente foi em 15 de agosto. Incomodado com o colega, o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) reclamou. "O que est� virando isso, pelo amor de Deus. Nunca vi nada igual." Boca Aberta n�o gostou. "S� vou calar a minha boca no dia em que meterem bala", disse, fazendo som de disparos com a boca.

O Conselho de �tica tentou duas vezes notificar Boca Aberta sobre a abertura de processo disciplinar. Sem sucesso, a notifica��o foi publicada no Di�rio Oficial do �ltimo dia 30. Agora, ele tem dez dias �teis para se defender.


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