Cartazes, gritos e seguran�a refor�ada: apresenta��o de relat�rio que pode levar ao impeachment do prefeito de Santa Luzia esquenta C�mara

A apresenta��o do relat�rio da Comiss�o Processante, que analisa a den�ncia pelo impeachment do prefeito de Santa Luzia, Christiano Xavier (PSD), lotou a C�mara Municipal da cidade da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, na manh� desta sexta-feira. Cerca de 200 pessoas acompanharam a sess�o no plen�rio, junto de agentes p�blicos, como Guarda Municipal, Pol�cia Militar e Corpo de Bombeiros, e se manifestaram contr�rios ao seguimento das apura��es pelo afastamento do chefe do Executivo.

Durante a sess�o, o p�blico se manifestou a favor do prefeito e contr�rio ao presidente da comiss�o, o vereador Sandro Coelho (PSDB). Comp�em a CP os parlamentares C�sar Lara Diniz (relator - PCdoB) e Vagner Guin� (vice-presidente - PMDB). Gritos como "quer roubar, o Sandro vai te ensinar", "acabou a mamata" e "vergonha" atrapalharam a reuni�o em diversos momentos.

A dona de casa Azizi Vieira, de 62 anos, era uma das manifestantes favor�veis ao prefeito. "Muitas das vezes nenhum deles s�o inocentes, mas �s vezes t�m deslizes pequenos e outras pessoas se aproveitam disso para tentar tirar proveito. N�o acho isso normal, vejo isso como persegui��o ao prefeito. Uma simples viagem, por exemplo, n�o � para isso tudo". Cartazes com escritos "acabou a corrup��o" e "n�o vai ter golpe" ficaram estendidos.

O vereador Sandro Coelho, principal alvo das manifesta��es, minimizou os gritos e naturalizou o fato. "N�o somos contra ningu�m, apenas fazemos nosso trabalho. As manifesta��es s�o comuns, isso � democracia, e era at� esperado esse tanto de gente pois ele convocou todos para c�. Temos que respeitar essas opini�es que n�o sejam de cunho pessoal".

O prefeito n�o compareceu � sess�o e enviou o advogado Vicente Salgueiro para fazer sua defesa. No encontro, foi apresentado por parte da comiss�o o cronograma de trabalho do aprofundamento do processo e demais pedidos legais por meio de intima��o. Vicente comentou como a defesa viu a reuni�o.

"Foram pedidos de um desdobramento normal. A gente recebe com fim de elucidar os fatos mesmo. Vimos algumas inconsist�ncias, questionamos, vai ser deliberado posteriormente, e esperamos que seja acatado. Tudo isso consideramos um trabalho normal da comiss�o, e nos pr�ximos 15 dias devemos ter algumas respostas", disse o representante do prefeito.

 

Logo ap�s a reuni�o na C�mara, a reportagem do Estado de Minas se deslocou � prefeitura para conversar com Christiano. O prefeito, amea�ado de impeachment se mostrou tranquilo quanto �s defesas a serem apresentadas. "Estou tranquilo e ansioso para chegar o dia da vota��o, para eu estar l� acompanhando, a popula��o tamb�m, e sabermos o pensamento real dos membros da C�mara".

 

Christiano justificou a aus�ncia na C�mara, algo que foi esperado pelos manifestantes. "N�o fui pois seria apenas a apresenta��o do relat�rio e do cronograma. N�o ia ter direito a fala, achei desnecess�rio, tem muito trabalho na prefeitura. N�o nos surpreendeu esse apoio, vimos as movimenta��es, todos dizendo que iam, n�o foi uma convoca��o nossa. J� achava que ia muita gente. A cidade de Santa Luzia est� acontecendo, est� um verdadeiro canteiro de obras. Isso vai de encontro com o interesse dos advers�rios pol�ticos".

 

Por fim, o prefeito e delegado criticou o processo de impeachmente. "� uma manobra pol�tica para desgastar o governo e fazer press�o para que a gente ceda, com essa pol�tica retr�grada e nojenta que existia aqui. A gente � pautado na transpar�ncia, acabamos com contratos emergenciais, fizeram isso de olho nas elei��es de 2020". 

A den�ncia que pode levar ao afastamento de Christiano foi aprovada em plen�rio da C�mara em 6 de agosto. O “sim” venceu por dez votos a cinco. Quem apresentou a representa��o contra o chefe do Executivo foi o advogado Abra�o Gracco, o mesmo que pediu o impeachment da ex-prefeita Roseli Pimentel (PSB), em novembro de 2017 (ela renunciou ao cargo em maio de 2018).

Na den�ncia, o advogado defende que Christiano descumpriu a Lei Org�nica ao infringir tr�s normas: ausentar-se do pa�s sem autoriza��o, desrespeitar decreto de calamidade financeira e n�o aplicar verbas p�blicas destinadas � sa�de. Na �ltima segunda-feira, os vereadores da Comiss�o Processante registraram um boletim de ocorr�ncia contra o prefeito, acusando-o de fazer amea�as.