
O presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira, 16, em evento em S�o Paulo, que vai avaliar o m�rito de pedido de Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) para investigar a conduta dos respons�veis pela Opera��o Lava-Jato.
Protocolado por parlamentares da oposi��o, o requerimento reuniu 174 assinaturas - 3 acima do m�nimo de 171. "N�o vi ainda (o documento). CPI precisa ter fato determinado. � isso que preciso analisar nas pr�ximas semanas", disse Maia, sem descartar a instala��o.
No pedido, os deputados afirmam que o atual ministro da Justi�a, Sergio Moro, e procuradores do Paran� tentaram usar da estrutura do Judici�rio para fins pr�prios e pol�ticos. Esse argumento seria justificado pelas mensagens trocadas entre o grupo e reveladas pelo site The Intercept Brasil.
Durante sua fala a empres�rios e pol�ticos reunidos para debater, entre outros assuntos, a necessidade de uma reforma tribut�ria e de um corte radical de despesas do Estado, Maia citou que tamb�m o Judici�rio deve participar desse processo. "Cada ente tem a prerrogativa de encaminhar sua reforma administrativa ao Congresso. S� o Judici�rio pode cuidar da reforma dele. Se n�o encaminharem teremos um sistema distorcido. � importante que os tr�s Poderes compreendam a necessidade, que a gente tenha um Estado mais eficiente e que custe menos para a sociedade."
Ao afirmar que Judici�rio, al�m do Executivo e Legislativo, tem de entender a necessidade de cortar gastos, Maia ressaltou que essa postura evitaria falas como a do procurador de Minas Gerais Leonardo Azeredo, que classificou seu sal�rio de R$ 24 mil como um "miser�" na semana passada.
Nesse contexto, o presidente da C�mara lembrou ainda da decis�o do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o aumento de 16% nos subs�dios de promotores e ju�zes estaduais. E comentou, com surpresa, que a Corte ainda vai analisar pedido dos advogados da Uni�o, que pleiteiam o mesmo per�odo de f�rias do Judici�rio: 60 dias no ano.
Maia, no entanto, n�o adiantou o corte de despesas que pretende fazer na reforma administrativa que elabora para a C�mara dos Deputados. Ele disse que contratou uma consultoria para esse trabalho e comentou que apenas a estrutura da Casa custa R$ 4 bilh�es por ano sem contar o custo direto dos parlamentares.
Aflito
Ao fim de sua apresenta��o durante evento promovido pelo Grupo Voto, Rodrigo Maia comentou que sente "afli��o" e "ang�stia" a respeito dos rumos do Brasil. Disse que o Pa�s d� "um passo � frente e dois atr�s".
"As pessoas parecem que n�o compreenderam que vai ter de ter uma reorganiza��o de todos nas despesas p�blicas, que cresceram nos �ltimos 30 anos, uma parte delas de forma importante, com investimentos na �rea social, universaliza��o das matr�culas do ensino fundamental, mas, por outro lado, cresceram muito nas atividades meio, despesas de pessoal e custeio, o que n�o atende a sociedade. A sociedade paga imposto e o servi�o n�o retorna, n�o tem investimento com infraestrutura. Ent�o, � reorganizar o Estado brasileiro."
Sobre a fala relacionada � sua afli��o, Maia disse se tratar de uma quest�o pessoal, que n�o depende da atua��o do governo federal. "� uma afli��o minha, como deputado, que tenho o poder de pautar a C�mara e vejo que tem muita coisa a ser feita ainda, s� que esses passos n�o s�o no ritmo que eu gostaria. Ent�o � uma afli��o pessoal."