A Pol�cia Federal (PF) atribui "esquema criminoso" ao senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), l�der do Governo no Senado, alvo nesta quinta-FEIRA, 19, de buscas em seu gabinete e em sua resid�ncia no �mbito da Opera��o Desintegra��o. Em entrevista na entrada do pr�dio onde mora, em Bras�lia, o senador informou que colocou o cargo de l�der do governo � disposi��o.
Segundo a PF, a investiga��o busca desarticular um "esquema de pagamentos de vantagens indevidas por empreiteiras � autoridades p�blicas". Bezerra e seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM/PE), tamb�m alvo de buscas, s�o investigados por suposta liga��o com irregularidades e propinas em obras p�blicas, entre elas a da transposi��o do S�o Francisco.
A PF aponta que empreiteiras investigadas assumiam "d�vidas pessoais de autoridades, principalmente relativas �s campanhas eleitorais". Segundo a Federal, a investiga��o teve in�cio em 2017, com base nas dela��es de investigados da Opera��o Turbul�ncia.
A "Turbul�ncia" foi deflagrada em junho de 2016 contra um grupo especializado em lavagem de dinheiro, em Pernambuco e Goi�s, que teria movimentado mais de R$ 600 milh�es desde 2010.
Na �poca, a investiga��o foi iniciada com base na an�lise de movimenta��es financeiras suspeitas detectadas nas contas de algumas empresas envolvidas na aquisi��o da aeronave Cessna Citation PR-AFA.
Esse avi�o transportava o ex-governador de Pernambuco e ent�o candidato � Presid�ncia da Rep�blica, Eduardo Campos pelo PSB, em seu acidente fatal, ocorrido em agosto de 2014.
A PF suspeitava que parte dos recursos que transitaram nas contas de fachada do grupo servia para pagamento de propina a pol�ticos e forma��o de "caixa dois" de empreiteiras.
Os empres�rios Jo�o Lyra, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira fecharam acordo de colabora��o com o Minist�rio P�blico Federal em 2017. Lyra era apontado pela Pol�cia Federal como l�der do esquema investigado pela "Turbul�ncia" e como respons�vel por entregar propina de empreiteiras a Campos.
A Pol�cia Federal indicou que os colaboradores investigados pela "Turbul�ncia" confirmaram o pagamento de "vantagens indevidas" a autoridades p�blicas, entre 2012 e 2014. As opera��es foram realizadas por empreiteiras que estavam executando obras custeadas com recursos p�blicos, indica a PF.
Em den�ncia contra alvos da Opera��o Turbul�ncia, Bezerra � citado como "cliente" de um esquema de lavagem de dinheiro desviado dos cofres p�blicos. O grupo investigado teria movimentado mais de R$ 600 milh�es desde 2010 e seria supostamente liderado pelo empres�rio Jo�o Carlos Lyra.
Entre os valores que foram lavados pela organiza��o estariam recursos p�blicos federais desviados dos lotes 9 e 11 do eixo leste do Projeto de Integra��o do Rio S�o Francisco, indica a pe�a da Procuradoria Geral da Rep�blica em Pernambuco apresentada em agosto de 2016.
O pol�tico n�o foi denunciado pela Turbul�ncia. Como detentor de foro privilegiado, � investigado perante a Procuradoria-Geral da Rep�blica no �mbito do Supremo Tribunal Federal.
Ao todo, o senador � alvo de cinco inqu�ritos, dois deles por supostos crimes contra a lei de licita��es quando era prefeito de Petrolina, dois do per�odo em que era secret�rio estadual e um da �poca em que foi ministro.
Defesa
O advogado Andr� Callegari, que defende Fernando Bezerra e Fernando Coelho Filho divulgou nota sobre a opera��o desta Quinta-feira. "Causa estranheza � defesa que medidas cautelares sejam decretadas em raz�o de fatos pret�ritos que n�o guardam qualquer raz�o de contemporaneidade com o objeto da investiga��o. A �nica justificativa do pedido seria em raz�o da atua��o pol�tica e combativa do senador contra determinados interesses dos �rg�os de persecu��o penal. A defesa ainda n�o teve acesso ao pedido e � decis�o do ministro que autorizou as medidas, mas pode afirmar que as medidas s�o desnecess�rias e extempor�neas".
POL�TICA