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Estado de Minas POL�TICA

Bolsonaro vai rebater cr�tica ambiental em discurso na ONU nesta ter�a-feira

A press�o se intensificou em agosto, com a divulga��o de dados sobre aumento do desmatamento e das queimadas na Amaz�nia no ano de 2019


postado em 22/09/2019 08:51 / atualizado em 22/09/2019 09:12

O governo também deve trazer dados para repetir o argumento de que as queimadas estão na média de anos anteriores(foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil )
O governo tamb�m deve trazer dados para repetir o argumento de que as queimadas est�o na m�dia de anos anteriores (foto: Antonio Cruz/ Ag�ncia Brasil )
Apesar da promessa de um discurso "conciliat�rio", o presidente Jair Bolsonaro deve aproveitar sua fala na abertura da Assembleia-Geral da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), na ter�a-feira, 24, para enviar recados � comunidade internacional. A estreia do brasileiro na organiza��o ter� respostas �s cr�ticas - na vis�o do governo, indevidas - feitas � pol�tica ambiental de Bolsonaro e � condu��o do combate �s queimadas na Amaz�nia.

Desde a campanha eleitoral Bolsonaro foi classificado pela imprensa estrangeira como um populista de extrema-direita, com descri��o dos epis�dios de ret�rica do brasileiro e sua vis�o a respeito de prote��o ambiental. A press�o se intensificou em agosto, com a divulga��o de dados sobre aumento do desmatamento e das queimadas na Amaz�nia no ano de 2019, e levou a um embate p�blico entre Bolsonaro e o presidente franc�s, Emmanuel M�cron.

Itamaraty e militares sabem que o momento � de "baixar a poeira" e, portanto, evitar novas pol�micas. Por isso, a linha a ser seguida pelo presidente ser� a adotada no pronunciamento na TV feito ap�s a intensifica��o dos protestos internacionais sobre a Amaz�nia. A previs�o � de que Bolsonaro repita que o governo brasileiro n�o tolera crimes ambientais, defenda a soberania no Pa�s, envie recados a Macron e indique que as queimadas na floresta tropical n�o atra�ram a aten��o da comunidade internacional em governos anteriores - sugerindo que h� m� vontade com sua gest�o. O governo tamb�m deve trazer dados para repetir o argumento de que as queimadas est�o na m�dia de anos anteriores.

A ideia � tentar reverter a imagem de que as queimadas foram produzidas pelo governo Bolsonaro, segundo um diplomata, e abrir caminho para oportunidades econ�micas na regi�o. No discurso, o presidente deve indicar que o conceito de desenvolvimento sustent�vel existe com a contribui��o do Brasil e que o Pa�s est� aberto a iniciativas de desenvolvimento da regi�o com coopera��o do setor privado.

Bolsonaro vai citar no discurso a Opera��o Acolhida, de recebimento de refugiados venezuelanos. O programa, encabe�ado pelos militares, tem boa recep��o na comunidade internacional. Uma ala do governo trabalhava para que o foco do discurso fosse esse, com ideia de virar a apresenta��o para uma pauta positiva - mas o predom�nio da fala ser� sobre a nova gest�o de Bolsonaro e as respostas sobre a situa��o ambiental.

O presidente j� afirmou que n�o pretende "apontar o dedo" para outros chefes de Estado em sua fala na ONU. "N�s temos que falar do patriotismo nosso, da quest�o da soberania, do que o Brasil representa para o mundo, sempre aberto, um pa�s cujo povo � bem recebido em qualquer lugar. Aqui tamb�m tem forma��o de gente do mundo todo", disse Bolsonaro anteontem, a jornalistas. "A ideia � fazer um pronunciamento falando de quem n�s somos, nossas potencialidades, o que mudou tamb�m. N�o tem mais aquela quest�o ideol�gica."

Em paralelo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem feito um p�riplo por reda��es de ve�culos de imprensa estrangeira, em Washington e Nova York, e representar� o Pa�s na C�pula do Clima, na qual o Brasil n�o ter� direito a discurso. O governo quer ocupar todos os espa�os em que o tema da Amaz�nia puder ser levantado, para tentar rebater cr�ticos.

O texto a ser lido por Bolsonaro foi discutido pelo presidente com o chanceler Ernesto Ara�jo, o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Seguran�a Institucional, e Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. O assessor para assuntos internacionais do Planalto, Filipe Martins, tamb�m participou da elabora��o do discurso.

Preocupados com o tom que o presidente adotar� perante � comunidade internacional, a bancada ruralista enviou o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) como um emiss�rio na interlocu��o com o Planalto, para assegurar que o presidente n�o criar� novos atritos que possam ficar no caminho das negocia��es comerciais do Pa�s.

Discurso de Bolsonaro deve conter cr�ticas � esquerda

O presidente pretende fazer cr�ticas a Cuba e Venezuela durante sua fala, com a vis�o de que governos de esquerda nesses pa�ses levaram � corrup��o e ao sofrimento da popula��o. Um dia antes da abertura da Assembleia-Geral, Ara�jo ir� representar o Brasil em encontro do Grupo de Lima e em reuni�o que poder� ativar o Tratado Interamericano de Assist�ncia Rec�proca (Tiar).

O pacto, da �poca da Guerra Fria, pode permitir, no limite, uma interven��o militar na Venezuela. Militares e diplomatas brasileiros, no entanto, concordaram que o Pa�s seguir� se opondo ao uso de for�a. H� previs�o, no entanto, de que, junto com Col�mbia, o Brasil proponha a cria��o de uma estrutura formal para liberar a aplica��o de san��es pol�ticas e econ�micas ao chavismo por parte dos pa�ses signat�rios do Tiar.

Durante os �ltimos dias, assessores discutiram tamb�m a dura��o do discurso, considerando que a fala n�o pode ser t�o curta como o pronunciamento feito no F�rum Econ�mico de Davos, na Su��a, mas tamb�m que o presidente n�o se sai bem em discursos lidos.

Ap�s cirurgia, Bolsonaro ter� agenda restrita

Em recupera��o ap�s passar por uma cirurgia, o presidente ter� agenda restrita durante a passagem de tr�s dias pelos Estados Unidos, mas vai se reunir com o presidente americano Donald Trump para um jantar. N�o h� expectativa de outros encontros bilaterais na viagem.

Bolsonaro escolheu alguns dos ministros mais pr�ximos para acompanh�-lo na viagem. Entre eles, o general Heleno, considerado um de seus principais conselheiros, e o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. A primeira-dama Michelle Bolsonaro integrar� a comitiva, al�m de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente e indicado para assumir a embaixada do Brasil em Washington. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) tamb�m estar� na viagem.

Passagem pela Assembleia deve ser marcada por protestos

A previs�o de protestos e boicotes j� dissuadiu Bolsonaro da ideia de visitar Nova York em maio. Agora, em meio a uma crise de imagem considerada nos bastidores por diplomatas como uma das mais s�rias dos tempos recentes, Bolsonaro aceitou enfrentar os manifestantes para fazer o discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU.

Pelo menos dois protestos de rua est�o convocados para recepcionar o presidente do Brasil em Nova York. O primeiro est� previsto para a segunda-feira � tarde, quando Bolsonaro desembarca nos Estados Unidos. O ato "cancele, Bolsonaro" deve acontecer a partir das 18h (hor�rio de Bras�lia), no Bryant Park, pr�ximo aos hot�is onde as delega��es estrangeiras se hospedam durante a Assembleia.

A manifesta��o est� sendo convocada pelos movimentos Defend Democracy in Brazil, New York Climate Save Movement e Climate Save Movement. Na manh� do dia seguinte, ativistas tamb�m ligados � defesa da causa ambiental organizam protestos nas ruas pr�ximas � sede da ONU, onde Bolsonaro estar� discursando.

Dentro do plen�rio da Assembleia-Geral, Bolsonaro deve ser alvo de boicote de delega��es como a cubana. Diplomatas do pa�s discutiram nos �ltimos dias a possibilidade de a miss�o de Cuba na ONU n�o compare�a no momento do discurso de Bolsonaro.

N�o seria a primeira vez que isso aconteceria durante discurso do Brasil. Quando o ex-presidente Michel Temer abriu a Assembleia-Geral da ONU logo ap�s o impeachment da presidente Dilma Rousseff, pa�ses da Am�rica Latina protestaram: chefes de Estado da Costa Rica, Venezuela, Equador e Nicar�gua sa�ram do recinto quando o presidente brasileiro come�ava seu discurso. Representantes de Cuba e Bol�via nem chegaram a entrar no local. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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