
A Pol�cia Civil de Minas Gerais indiciou um assessor do vereador cassado pela pr�tica de rachadinha, Cl�udio Duarte, por crime de amea�a ao vice-presidente da C�mara Municipal de Belo Horizonte, Jair di Greg�rio. Na finaliza��o do inqu�rito apresentada nesta sexta-feira (4), os policiais tamb�m conclu�ram que “tecnicamente” a presidente da Casa, vereadora Nely Aquino n�o foi amea�ada. Os dois receberam mensagens na v�spera da vota��o que tirou o mandato do parlamentar pela pr�tica de rachadinha.
O assessor indiciado � Roberto Carlos Silva Freitas, de 53 anos, que confessou ter enviado um v�deo para Nely e um �udio para Jair di Greg�rio. O vice-presidente da Casa recebeu uma grava��o que dizia “eu vou te explodir”. Para Nely chegaram imagens do filho em carro da C�mara, com dois assessores da institui��o.
Segundo o delegado-chefe do 1º Departamento de Pol�cia Civil Wagner Sales, o crime de amea�a a Jair se configurou no �udio, que indicava a inten��o de mat�-lo. De acordo com o inqu�rito, Roberto disse ter agido sozinho por motiva��es pol�ticas. “Nos autos n�o foi comprovada a participa��o do vereador Cl�udio Duarte, que inclusive compareceu espontaneamente para prestar depoimento”, disse o delegado.
N�o houve conclus�o de quem era a voz que amea�a explodir o vereador Jair di Greg�rio. Segundo o delegado Thiago Pacheco, que presidiu o inqu�rito, o ex-funcion�rio Roberto disse ter ido � favela e pedido algu�m para gravar a fala para ele. Na avalia��o do policial, ele teria agido buscando uma esp�cie de retalia��o por ter seu emprego amea�ado com a cassa��o de Cl�udio Duarte.
Roberto Freitas trabalhou como assessor do vereador Cl�udio Duarte de janeiro de 2017 a agosto de 2019. Segundo a assessoria da C�mara, ele foi contratado com um sal�rio de R$ 2,2 mil e, em dezembro de 2018, teve o contracheque ampliado para R$ 11.652,30.
A investiga��o apontou que o v�deo com o filho de Nely foi gravado por um irm�o de outro assessor de Cl�udio Duarte chamado Giovane. Ouvido pela pol�cia, ele afirmou que a inten��o seria denunciar o uso irregular de ve�culo e assessores da C�mara Municipal para fins particulares, no caso, levar o filho � escola.
Nova Marielle
No dia da vota��o da cassa��o de Cl�udio Duarte, a vereadora Nely Aquino fez um discurso emocionado e disse ter sido amea�ada, mas que n�o se tornaria uma nova Marielle Franco, se referindo � parlamentar assassinada no Rio de Janeiro.
Questionado sobre o fato de o material ter sido enviado na v�spera da vota��o e sem que uma den�ncia sobre a suposta pr�tica de improbidade administrativa tivesse sido feita at� ent�o, o delegado Wagner Sales disse que a vereadora Nely Aquino pode ter se sentido amea�ada, mas “tecnicamente” isso n�o configura o crime previsto no C�digo Penal, que fala em prometer causar mal injusto ou grave a algu�m.
Segundo os delegados, o Minist�rio P�blico est� investigando se houve improbidade administrativa da presidente da C�mara. No inqu�rito, a institui��o informou que o uso do carro e dos assessores era protocolar, j� que ela havia relatado estar sendo amea�ada. O policial ressaltou que as amea�as anteriores, que ensejariam o uso do aparato da C�mara, n�o chegaram a ser comunicadas � pol�cia.
O crime de amea�a prev� como puni��o a deten��o de um a seis meses e pode ser convertido em penas alternativas. O inqu�rito ser� encaminhado ao Minist�rio P�blico. A defesa de Roberto ainda n�o se posicionou sobre o indiciamento.