A ex-deputada Manuela D"�vila (PCdoB-RS) afirmou � Pol�cia Federal (PF) que parte das conversas que teve com o hacker Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", desapareceu dos arquivos do seu aparelho celular. Segundo ela, as mensagens tratavam de um perfil no Twitter que atacava o jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, e sobre o uso da sua conta no aplicativo Telegram.
Manuela intermediou o contato de Delgatti com Greenwald. O jornalista � um dos respons�veis por divulgar mensagens pessoais capturadas pelo hacker nos celulares de procuradores da Lava Jato. Delgatti est� preso desde julho por invadir o telefone de autoridades do Pa�s.
Em depoimento prestado � PF no dia 28 de agosto de 2019, Manuela disse que tirou prints das mensagens trocadas com Delgatti, mas que essas "fotografias das mensagens" n�o inclu�am algumas das conversas que ela teve com o hacker e, por isso, n�o foram inclu�das no inqu�rito policial.
Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o contato do hacker com Manuela D"�vila foi al�m de uma mera troca de contato telef�nico, como ela chegou a afirmar. O inqu�rito sigiloso, ao qual a reportagem teve acesso, mostra que os dois conversaram por nove dias via aplicativo de mensagens - do dia 12 e 20 de maio deste ano.
No depoimento, a ex-deputada afirma que o contato entre os dois se estendeu al�m disso, pelo menos at� o fim de junho. Essas mensagens, por�m, n�o chegaram a ser entregues �s autoridades policiais.
'Pav�o Misterioso'
Em uma conversa apagada, segundo contou Manuela � PF, Delgatti contava � ex-parlamentar que tinha descoberto quem eram as pessoas por tr�s do perfil "Pav�o Misterioso", uma p�gina no Twitter que promove ataques a Greenwald e � "Vaza Jato", como o site The Intercept Brasil batizou a s�rie de mensagens de procuradores divulgadas.
Manuela disse � PF que "n�o se interessou pelo assunto e que por isso n�o se preocupou em fazer prints". Uma segunda conversa n�o entregue � PF teria ocorrido, segundo Manuela, no fim de junho de 2019.
A troca de mensagens teria sido provocada pela pr�pria ex-deputada, ap�s ela perceber que sua conta no Telegram estava coberta pelo modo de verifica��o em duas etapas (um dispositivo de seguran�a do aplicativo).
� PF, Manuela disse que procurou o hacker porque estava impossibilitada de fazer a instala��o do Telegram em outro aparelho celular.
"Tamb�m tinha receio de n�o conseguir usar mais o Telegram caso o hacker resolvesse "deslogar" o aplicativo", disse ela ao delegado Fl�vio Zampronha, respons�vel pela Opera��o Spoofing.
Ela contou ao delegado da PF que o primeiro contato com o hacker se deu �s 11h de 12 de maio de 2019, quando recebeu uma mensagem no Telegram de um n�mero da Virg�nia (EUA).
Segundo Manuela, logo em seguida recebeu uma liga��o, que ela acreditou na ocasi�o ter partido do pr�prio Telegram: "Telegram, Telegram", disse, segundo ela, uma pessoa do outro lado da linha.
Ap�s a liga��o, a ex-deputada afirmou que recebeu uma mensagem na qual o nome aparecia como sendo o senador Cid Gomes (PDT), mas que na verdade era Delgatti, j� pedindo "ajuda" para vazar as mensagens.
No depoimento, Manuela ainda disse que nunca trocou mensagens de voz com Delgatti e afirmou que nunca falou pessoalmente com o hacker. Ela tamb�m colocou seu celular � disposi��o da per�cia para que os investigadores pudessem tentar acesso a informa��es necess�rias ao inqu�rito.
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