Apesar de ter o seu nome oficializado como o novo l�der do PSL na C�mara, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) preferiu a cautela sobre a decis�o confirmada pela Mesa Diretora da Casa na manh� desta segunda-feira, 21. O grupo ligado ao presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), afirma que o documento viola um acordo interno para cessar o conflito e mant�m repres�lias contra parlamentares que assinaram a lista em favor do filho do presidente.
"Neste momento eu n�o sei se a lista que est� valendo � a minha lista. Se houve ou n�o qualquer tipo de acordo, n�o posso me posicionar como sendo ou n�o o l�der do partido", afirmou Eduardo Bolsonaro.
Logo ap�s a C�mara dos Deputados oficializar o seu nome, o deputado federal Eduardo Bolsonaro se trancou no gabinete da Comiss�o de Rela��es Exteriores e Defesa Nacional (Creden), a qual preside, para confirmar a informa��o com aliados. "Vamos acompanhar o dia. N�o sei de acordo", afirmou Eduardo Bolsonaro.
Segundo o deputado J�nior Bozzella (SP), o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ligou para Bivar no per�odo da manh�, �s 7 horas, propondo uma tr�gua. A sugest�o era de que o cen�rio atual fosse mantido, com Delegado Waldir (GO) na lideran�a, e que ningu�m mais entregaria listas � C�mara e n�o haveria mais suspens�o de parlamentares pelo partido. Ramos nega ter feito qualquer tipo de negocia��o.
O l�der do governo na C�mara, Vitor Hugo (PSL-GO), por�m, protocolou �s 9h30 uma nova lista com 29 apoios a Eduardo Bolsonaro. Desses, 28 assinaturas foram validadas e transformaram o filho do presidente como o novo l�der. Logo ap�s, �s 11h30, Waldir divulgou um v�deo no final da manh� admitindo a derrota e entregando a lideran�a a Eduardo.
"J� estarei � disposi��o do novo l�der para de forma transparente passar para ele toda a lideran�a do PSL, queria agradecer aos parlamentares que confiaram nesse nosso projeto e dizer que n�o sou subordinado a nenhum governador e nenhum presidente, mas sim ao meu eleitor", disse Waldir no v�deo divulgado.
Questionado sobre o v�deo, Bozzella disse que Waldir n�o sabia dos detalhes desse acordo at� gravar o material e, por isso, fez o gesto de entrega pac�fica da lideran�a ao saber que Deputado Vitor Hugo (PSL-GO) havia protocolado um pedido.
"Vamos ter a maioria porque as suspens�es ser�o mantidas", disse Bozzella.
Contexto
O mais ruidoso cap�tulo da briga come�ou na quarta-feira, 16, quando Bolsonaro tentou substituir Delegado Waldir por seu filho Eduardo na lideran�a do PSL na C�mara. Para tanto, chamou um grupo de parlamentares do seu grupo para uma conversa a portas fechadas, no Pal�cio do Planalto, e exerceu seu poder de press�o.
Bolsonaro estava irritado com Waldir, que no dia anterior orientara a bancada a votar contra uma Medida Provis�ria de interesse do governo, e cobrou apoio � troca de comando na lideran�a. Fez o apelo pessoalmente e em telefonemas.
�udios do presidente vazaram e, depois disso, em reuni�o da ala "bivarista" do PSL (ligados ao presidente da sigla, Luciano Bivar), Waldir disse que iria "implodir" o presidente, chamando-o de "vagabundo".
O protocolo da C�mara recebeu listas assinadas por deputados do PSL - duas delas pediam a substitui��o da lideran�a e outra, a sua manuten��o. A Secretaria-Geral da Mesa Diretora da C�mara conferiu as assinaturas e invalidou quatro delas. Com isso, Delegado Waldir foi mantido como l�der.
Bolsonaro tamb�m substituiu a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), l�der do governo no Congresso, pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Da ala pr�-Bivar e desafeta de Eduardo, Joice foi signat�ria de uma lista pedindo a manuten��o de Waldir no posto, o que enfureceu o presidente.
Na sexta, 18, o delegado Waldir, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, voltou chamar Bolsonaro de "vagabundo" e acusou o presidente de estar "comprando" deputados com cargos e fundo partid�rio em troca do apoio ao nome de Eduardo para a lideran�a da bancada do partido. O deputado afirmou que o governo est� "parado".
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POL�TICA
'N�o sei se neste momento sou l�der', diz Eduardo Bolsonaro
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