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Estado de Minas JUNHO 2013 / CAUSAS E CONSEQU�NCIAS

Efeito dos protestos de junho de 2013 no pa�s ainda s�o alvo de debate

Dez anos depois, estudiosos ainda tentam entender como o atos de 2013 influenciaram acontecimentos pol�ticos dos anos seguintes


11/06/2023 04:00 - atualizado 11/06/2023 09:22
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Os protestos contra o aumento de passagem viraram manifestações gigantescas contra a Copa, a corrupção e o salário mínimo
Os protestos contra o aumento de passagem viraram manifesta��es gigantescas contra a Copa, a corrup��o e o sal�rio m�nimo (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS - 15/6/2013)

 

 A discuss�o sobre como o pa�s absorveu a convuls�o social que tomou as ruas em todos os estados brasileiros em junho de  2013 ocupou o debate p�blico ao longo dos �ltimos dez anos. Seja em ambientes acad�micos, nos lares, no trabalho ou em mesas de bar, estabelecer rela��es entre os protestos daquele m�s e os eventos igualmente transformadores que os sucederam virou tema nacional. Entender os impactos daquele per�odo, no entanto, � tarefa bastante complexa.


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 “Eu costumo falar para os meus alunos que h� per�odos na hist�ria que podemos chamar de densos. S�o per�odos em que em alguns anos acontece tanto que eles se tornam momentos chave. Essa d�cada de 2013 a 2023 � um exemplo. Houve tantas reviravoltas, o PT estava no poder, a Dilma � derrubada em 1016, tivemos a extrema direita no poder entre 2019 e 2022 e, depois, a volta do Lula. Nesse meio tempo aconteceu o final do julgamento da a��o penal do chamado Mensal�o, a reelei��o da Dilma, a Opera��o Lava-Jato”, comenta a professora do departamento de Hist�ria da UFMG, K�tia Gerab Baggio.

 

 

 

A professora ainda aponta que as manifesta��es de 2013 incensaram a pauta anticorrup��o a um n�vel de aceita��o popular que mais tarde legitimaria os m�todos usados na Opera��o Lava-Jato, por exemplo: “Abriu-se uma janela que demonstrou que havia um espa�o muito grande para usar a corrup��o como um elemento central para desestabilizar o governo Dilma. Esse sentimento se fortaleceu ap�s 2013 e seguiu em movimentos como o ‘n�o vai ter Copa’ e abriu espa�o inclusive para a forma como se desenvolveu a Lava-Jato”.

 

O professor da Escola de Arquitetura da UFMG, Roberto Andr�s, ressalta que os movimentos de rua se seguiram ap�s junho de 2013, com pautas mais definidas e com altern�ncias ideol�gicas na ocupa��o das cidades. “A gente teve, no segundo semestre de 2013, muita atividade, o maior ciclo de ocupa��es em c�maras municipais, que come�ou aqui em BH. Tivemos um salto nas ocupa��es por moradia que at� projetou o Guilherme Boulos em S�o Paulo. Tivemos ainda greve dos professores no Rio de Janeiro, greve dos garis. Mas h� tamb�m uma repress�o muito forte, com centenas de pessoas presas, uma elei��o acirrada em 2014. Isso gera um v�cuo nas ruas que depois � ocupado pela direita, especialmente em 2015 e 2016, quando, inclusive, o perfil dos manifestantes muda, fica mais velho e mais rico”, comenta.

 

Para Andr�s, os desdobramentos pol�ticos das jornadas de junho de 2013 precisam ser avaliados meticulosamente e n�o h� rela��es de causalidade que demonstrem um fortalecimento direto de setores � esquerda ou � direita, mas sim uma cadeia complexa de efeitos. “� uma cadeia causal que tem muitos fatores. No Brasil, essa quest�o de procurar a origem, o pecado original � tamb�m uma forma de livrar a classe pol�tica do que fez e do que n�o fez e da responsabilidade pelo que acontece”, explica.


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