Nem mesmo a presen�a do novo l�der do PSL, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), evitou uma nova derrota do governo na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) das Fake News.
Deputados e senadores do colegiado aprovaram nesta quarta-feira, 23, a convoca��o de assessores do presidente Jair Bolsonaro, incluindo o secret�rio de Comunica��o, Fabio Wajngarten, o assessor especial da Presid�ncia, Felipe G. Martins, al�m de integrantes do chamado "gabinete do �dio".
O termo � usado internamente no governo para se referir ao n�cleo composto pelos assessores da Presid�ncia T�rcio Arnaud Tomaz, Jos� Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo no m�s passado. Os tr�s foram convocados, o que significa que ser�o obrigados a comparecer � CPI. Ainda n�o h� data para que isso ocorra.
Defensor da pauta de costumes, o grupo � ligado ao vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente, respons�vel pela estrat�gia de comunica��o da campanha do pai no ano passado. Entre as fun��es que o grupo exerce no governo est� a atualiza��o das redes sociais da Presid�ncia da Rep�blica.
A comiss�o investiga a dissemina��o de not�cias falsas nas elei��es de 2018. Advers�rios tentam usar a CPI para encontrar irregularidades na campanha que elegeu Bolsonaro.
A oposi��o tem levado larga vantagem na comiss�o. Como mostrou o Estado, dos 92 pedidos aprovados at� ontem, 85 tiveram como autor parlamentares do PT, PSB ou PDT.
CPI tamb�m chama ex-aliados
Na reuni�o desta quarta-feira, a CPI tamb�m aprovou ouvir ex-aliados de Bolsonaro. Entre eles o ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido ap�s entrar em confronto com Carlos Bolsonaro. Ele foi convidado, ent�o pode escolher se aceita falar aos parlamentares.
A oposi��o conseguiu ainda chamar a ex-l�der do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), e o ex-l�der do PSL na C�mara Delegado Waldir (GO). Joice acusou os filhos de Bolsonaro - de comandarem uma rede de 1,5 mil perfis falsos para dissemina��o de not�cias falsas. As declara��es foram dadas na segunda-feira, 21, ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Ainda foram chamados a dar explica��es os empres�rios Luciano Hang e Ot�vio Oscar Fakhoury, apoiadores da campanha do presidente.
Parlamentares discutem convocar Carlos Bolsonaro
Parlamentares chegaram a discutir durante a sess�o se convocariam Carlos Bolsonaro para prestar depoimento � CPI. Um pedido para ouvi-lo, por�m, n�o chegou a entrar na pauta. Na semana passada, o vereador licenciado admitiu pela primeira vez administrar as redes do pai ao postar cr�ticas ao fim da possibilidade de pris�o ap�s condena��o em 2ª inst�ncia no perfil do pai no Twitter e depois apagar.
"Se quiserem chamar o Carlos que chamem. Para mim � indiferente. Seria at� bom porque ele falaria umas verdades", afirmou o deputado Eduardo Bolsonaro.
O pr�prio Carlos sinalizou que pode ir � CPI. "Vamos l� falar umas verdades a estes porcarias!", postou no Twitter ao comentar uma not�cia sobre o assunto.
Comandada por Eduardo, a bancada governista tentou votar em bloco os 96 requerimentos para incluir na lista de convocados os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz In�cio Lula da Silva. A manobra foi rejeitada por 12 a 9. Contudo, eles conseguiram aprovar a convoca��o da deputada Gleisi Hoffmann (PT-SP), presidente nacional do PT.
PSOL pede investiga��o sobre fake news
O PSOL entrou com uma representa��o na Procuradoria-Geral da Rep�blica para investigar a dissemina��o de not�cias falsas nas redes sociais. O documento cita nominalmente Jair Bolsonaro e os tr�s filhos do presidente - Fl�vio, Eduardo e Carlos - e pede a apura��o de den�ncias da exist�ncia do esquema de mil�cia digital. O an�ncio foi feito na reuni�o da CPI das Fake News pelo l�der do PSOL na C�mara, deputado Ivan Valente (SP).
A representa��o pede abertura de investiga��o e os depoimentos dos deputados Alexandre Frota (PSDB-SP), Joice Hasselmann e Delegado Waldir, que nos �ltimos dias fizeram declara��es p�blicas sobre a exist�ncia de grupos dentro do Pal�cio do Planalto para disseminar not�cias falsas.