
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), amigo e principal aliado pol�tico da vereadora assassinada Marielle Franco, pediu ao procurador-geral de Justi�a do Rio, Jos� Eduardo Gussem, o afastamento da procuradora Carmen Eliza Bastos de Carvalho das investiga��es sobre a morte da parlamentar.
Carmen publicou imagens nas redes sociais em que demonstra apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Ela tamb�m aparece em foto lado do deputado estadual Rodrigo Amorim, que quebrou uma placa com o nome de Marielle no ano passado.
"Cabe destacar que, em que pese n�o existir isen��o pol�tica, pois seres humanos t�m suas opini�es pol�ticas e t�m direito ao pleno exerc�cio da cidadania, o que a Lei Org�nica do Minist�rio P�blico veda � a participa��o pol�tico-partid�ria, impondo um dever de agir desprovido de paix�es pol�ticas, com a devida isen��o ou imparcialidade, na condi��o de membro do Minist�rio P�blico ou do Poder Judici�rio", escreve Freixo na representa��o enviada nesta sexta-feira, 1, ao MP estadual.
Segundo o deputado do PSOL, Carmen ignorou um dever funcional do cargo ao n�o se declarar suspeita para atuar no caso, "violando o art. 118, VII da Lei Complementar nº 106/2003 e art. 43 da Lei 8.625/1993."
Desde que as fotos de Carmen vieram � tona, na manh� desta quinta-feira, 31, o Minist�rio P�blico ainda n�o se posicionou oficialmente. Uma reuni�o da c�pula do �rg�o chegou a ocorrer ontem � noite, mas a promotora teria se recusado a deixar as investiga��es.
Outro pedido feito por Freixo na representa��o � que seja realizada uma nova per�cia nos arquivos que registram as entradas no condom�nio Vivendas da Barra, onde moram Bolsonaro e o policial Ronnie Lessa, preso acusado de disparar os tiros contra Marielle em mar�o de 2018.
A per�cia que embasou o argumento de que o porteiro mentiu ao associar Bolsonaro a outro envolvido no crime, Elcio Vieira de Queiroz, foi finalizada em menos de duas horas e meia. Ao solicitar a per�cia, as promotoras tamb�m ignoraram poss�veis adultera��es nos arquivos em si, como exclus�es ou renomea��es. Apenas os �udios de interfone foram periciados - a fim de atestar que foi Ronnie Lessa, n�o Bolsonaro, quem autorizou a entrada de Elcio Queiroz no condom�nio no dia do crime.
Carmen estava na coletiva de imprensa em que o Grupo de Atua��o Especializada no Combate ao Crime Organizada (Gaeco) desmentiu o depoimento prestado pelo porteiro do condom�nio.