O Minist�rio P�blico do Rio retomar� nesta quarta-feira, 6, as investiga��es do caso Marielle Franco. A Procuradoria Geral de Justi�a fluminense recebeu de volta nesta ter�a os autos da investiga��o que estavam com a Procuradoria-Geral da Rep�blica. O encaminhamento � esfera federal ocorrera porque o presidente Jair Bolsonaro tinha sido citado e tem prerrogativa de foro. S� o Supremo Tribunal Federal (STF) pode julg�-lo. Como a PGR arquivou a apura��o relativa a Bolsonaro, a Procuradoria Geral de Justi�a do Rio agora voltar� a investigar informa��es dadas por um porteiro do condom�nio Vivendas da Barra - desde que n�o citem o presidente.
Segundo o Jornal Nacional, da Rede Globo, revelou na ter�a-feira, 29, um porteiro do Vivendas anotou em um livro da portaria que Elcio Queiroz, um dos acusados de matar Marielle e o motorista Anderson Gomes, esteve no condom�nio em 14 de mar�o de 2018. Nesse dia, Marielle seria morta, � noite. A anota��o diz que Elcio pediu para ir � casa 58. Em dois depoimentos, um porteiro afirmou ter telefonado e obtido autoriza��o de "Seu Jair". Ent�o deputado, Bolsonaro estava naquele dia em Bras�lia. No dia 30, ap�s exame nos �udios das liga��es da portaria, promotoras desmentiram o empregado tinha mentido. Uma grava��o mostrava que quem liberou a entrada foi Ronnie Lessa, outro acusado, na casa 65.
O MP descobriu a anota��o da visita de �lcio depois que a mulher de Ronnie, Elaine Lessa, foi presa, em 3 de outubro. Esse documento j� estava nos autos, mas ainda n�o tinha sido notado pelos investigadores. Elaine tinha no telefone celular uma foto da planilha. A informa��o chegou � c�pula da PGJ em 8 de outubro e, ap�s uma reuni�o no dia 9, a Subprocuradoria de Assuntos Institucionais do MPRJ foi acionada. No dia seguinte, as promotoras Simone Sib�lio do Nascimento e Let�cia Emile Petriz, que cuidam do caso, foram ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. A Corte receberia os autos e, dias depois, os CDs com as grava��es das comunica��es entre os porteiros e as casas no Vivendas.
�quela altura, o MP j� tinha encaminhado as grava��es para seus analistas da Coordenadoria de Seguran�a e Intelig�ncia. Como n�o tem foro para investigar o presidente, o Minist�rio P�blico n�o poderia tratar, nesse trabalho, de nada relativo � casa 58, de Bolsonaro, mas apenas da casa 65, onde morava Lessa antes de ser preso. O exame foi feito no dia 30 e apontou que a voz que autorizou �lcio a entrar � a de Ronnie. Agora, depois que a PGR concluiu que n�o h� nada que envolva Bolsonaro e devolveu o material � PGJ, os promotores do Rio retomar�o as investiga��es sobre as declara��es do porteiro. Juridicamente, antes que os autos voltassem ao Rio, o MP fluminense n�o podia agir em rela��o a ele, que estava "vinculado" � investiga��o de Bolsonaro.
Apesar da repercuss�o negativa, o MP do Rio considera que a planilha e a grava��o s�o provas relevantes para resolver o caso Marielle. Elas vinculam, materialmente, �lcio e Lessa, presos desde mar�o. Falta agora descobrir o motivo e quem ordenou o duplo assassinato.
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POL�TICA
MP do Rio retoma investiga��o sobre o porteiro do caso Marielle nesta quarta
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