O governador Romeu Zema (Novo) afirmou que a proposta do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que pode acabar de uma vez com 211 munic�pios mineiros n�o est� 100% certa e dificilmente ser� aprovada pelo Congresso Nacional.
Em entrevista � Folha de S. Paulo, ele defendeu o enxugamento de gastos das administra��es municipais e apontou como uma das alternativas para reduzir despesas o fim do sal�rio dos vereadores nas C�maras Municipais de cidades pequenas.
“Vejo dif�cil de passar, at� porque o Congresso n�o gostaria de desagradar a prefeitos”, afirmou na entrevista. Zema citou o munic�pio mineiro de Serra da Saudade, que tem 900 habitantes e nove vereadores remunerados. “Poderia ter menos vereadores e, quem sabe, volunt�rios.”
O governador mineiro disse que algumas localidades distantes podem ficar prejudicadas com o texto da equipe econ�mica. “Eu n�o te diria que ela est� 100% certa, n�o”, afirmou. A proposta de emenda � Constitui��o (PEC) prev� que cidades com at� 5 mil habitantes cuja receita pr�pria seja de at� 10% da arrecada��o total sejam extintas.
Constitui��o e ditadura
Na entrevista � Folha, Zema tamb�m foi questionado sobre um discurso que fez a empres�rios dos Brics no BDMG na quinta-feira passada, quando afirmou que o Brasil viveu uma “democracia irrespons�vel”. Na ocasi�o, ele elogiou o governo Bolsonaro, que chamou de "patriota".
Na entrevista publicada hoje, o governador afirmou que a Constitui��o “conspira contra a classe pol�tica” e transformou o Brasil em um pa�s “um tanto quanto ingovern�vel”.
Segundo o governador mineiro, a democracia brasileira assegura “excesso de direitos e pouqu�ssimos deveres”.
Questionado sobre o per�odo da ditadura militar, Zema afirmou que o per�odo pode ser considerado golpe e revolu��o. Ele citou o chamado “milagre econ�mico” e disse que o governo dos militares estruturou institui��es como Banco Central, e BNDES e criou a Eletrobras. “Na pauta econ�mica foi bem, na de direitos humanos deixou muito a desejar”, disse.