O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cancelou seus compromissos da tarde desta segunda-feira, 18, em S�o Paulo, e decidiu voltar a Bras�lia. Ele ir� se reunir, das 16h �s 17h, com o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ministro Andr� Luiz de Almeida Mendon�a, advogado-geral da Uni�o. O encontro ocorre no STF e, conforme a agenda de Campos Neto, ser� para tratar de assuntos governamentais.
Em S�o Paulo, Campos Neto se reuniria durante a tarde com economistas do mercado financeiro. Os compromissos, no entanto, foram cancelados em fun��o da agenda com Toffoli.
Na semana passada, o Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado, confirmou informa��o de que o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, exigiu do Banco Central c�pias de todos os Relat�rios de Intelig�ncia Financeira (RIFs) produzidos nos �ltimos tr�s anos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), rebatizado como Unidade de Intelig�ncia Financeira (UIF). Da mesma forma, determinou que a Receita Federal encaminhe ao Supremo todas as Representa��es Fiscais para Fins Penais (RFFP) elaboradas no mesmo per�odo.
Em resposta � decis�o de Toffoli, o Banco Central autorizou o acesso do ministro �s informa��es, comunicando a exist�ncia de 19.441 relat�rios com dados de quase 600 mil pessoas (412.484 pessoas naturais e 186.173 pessoas jur�dicas), incluindo autoridades com prerrogativa de foro privilegiado.
A Unidade de Intelig�ncia Financeira (UIF), no entanto, alertou para um "n�mero consider�vel de pessoas expostas politicamente - PEP - e de pessoas com prerrogativa de foro por fun��o".
O despacho sigiloso do ministro, cujo teor foi divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, foi feito no caso em que Toffoli determinou a suspens�o nacional de todos os processos judiciais em que tenha havido compartilhamento de informa��es da Receita e do antigo Coaf sem autoriza��o judicial e para fins penais, o que beneficiou, entre outros, o senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.
O plen�rio do STF vai analisar o tema na pr�xima quarta-feira, 20. A expectativa de integrantes da Corte � a de que a liminar de Toffoli seja referendada pelo plen�rio, mas procuradores apostam em uma modula��o dos efeitos, para reduzir o alcance da medida.
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