
Apesar de dizer que se sentiu "pressionado", o porteiro afirmou que ningu�m o pressionou a prestar a vers�o em que menciona o presidente.
O funcion�rio foi ouvido no inqu�rito aberto para apurar o seu pr�prio testemunho no caso Marielle. A investiga��o foi solicitada pelo ministro S�rgio Moro (Justi�a e Seguran�a P�blica) para apurar "tentativa de envolvimento indevido" do nome de Bolsonaro nas investiga��es sobre o assassinato da vereadora.
O inqu�rito corre em sigilo e o Minist�rio P�blico Federal afirma que s� se manifestar� na conclus�o do caso.
O porteiro disse que lan�ou errado na planilha e depois ele, porteiro, se sentiu "pressionado" - n�o que algu�m o tenha pressionado e deu aquela primeira vers�o para o epis�dio.
O caso
A investiga��o teve in�cio ap�s reportagem da TV Globo mostrar que um homem chamado Elcio (que seria Elcio Queiroz, um dos acusados pela execu��o de Marielle) deu entrada no condom�nio Vivendas da Barra em 14 de mar�o de 2018 dirigindo um Renault Logan prata. Ele teria informado ao porteiro que iria visitar a casa 58, de Bolsonaro. O porteiro afirmou ter confirmado a entrada com o "seu Jair".
O presidente, � �poca deputado federal, estava em Bras�lia conforme registros da C�mara dos Deputados.
Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos h� 616 dias - mar�o de 2018 - em circunst�ncias at� hoje n�o esclarecidas.
A repercuss�o do caso levou Moro a solicitar, via Procuradoria-Geral da Rep�blica, a abertura de um inqu�rito na Pol�cia Federal para apurar o depoimento do porteiro.
Segundo o ministro, h� "inconsist�ncias" no depoimento do funcion�rio, o que poderia classificar o ato como "crimes de obstru��o � Justi�a, falso testemunho ou denuncia��o caluniosa".
Aras aceitou o pedido de Moro e enviou o of�cio ao Minist�rio P�blico Federal do Rio de Janeiro, que solicitou a abertura das investiga��es no dia 06. No mesmo dia, a Pol�cia Federal abriu o inqu�rito.
Federaliza��o
Em setembro, a ent�o a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, pediu que o caso fosse conduzido em �mbito federal, o que ser� analisado pelo Superior Tribunal de Justi�a (STJ) at� o fim deste ano. Foi um dos �ltimos atos de Raquel no cargo.
A defesa de Lessa e Queiroz, inclusive, utiliza a manifesta��o de Raquel para pedir a suspens�o do processo, alegando falhas na investiga��o e obstru��o por parte da Pol�cia Civil.
A federaliza��o do caso, no entanto, enfrenta resist�ncias do Minist�rio P�blico do Rio, que comanda as investiga��es. Se aprovada, o caso deixar� as m�os da promotoria estadual.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-ministro da Defesa e Seguran�a P�blica na gest�o Michel Temer, Raul Jungmann, classificou como "injustific�vel" a a��o do Minist�rio P�blico do Rio em barrar a federaliza��o.
O Minist�rio P�blico repudiou as declara��es do ex-ministro e afirmou que o acionou formalmente para dar explica��es � Justi�a.