
Em 15 de agosto de 2018, Deltan criticou uma decis�o da Segunda Turma do STF que determinou o envio para a Justi�a Federal e Eleitoral do DF trechos de dela��o premiada sobre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e o ex-ministro Guido Mantega que se encontravam sob a compet�ncia da Justi�a Federal de Curitiba.
"Agora o que � triste ver, Milton (Milton Yung, jornalista da CBN), � o fato de que o Supremo, mesmo j� conhecendo o sistema e lembrar que a decis�o foi 3 a 1, os tr�s mesmos de sempre do Supremo Tribunal Federal que tiram tudo de Curitiba e que mandam tudo para a Justi�a Eleitoral e que d�o sempre os habeas corpus, que est�o sempre formando uma panelinha assim que manda uma mensagem muito forte de leni�ncia a favor da corrup��o", disse Deltan na ocasi�o, em refer�ncia aos ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e ao hoje presidente do STF, ministro Dias Toffoli.
Ap�s receber a puni��o, Deltan sinalizou que sua manifesta��o � decorrente de um "sistema de Justi�a que n�o funciona, em regra, contra poderosos". "� na omiss�o e no sil�ncio que a injusti�a se fortalece", afirmou o procurador.
O coordenador da for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal na Lava-Jato do Paran� disse ainda que a advert�ncia que recebeu n�o refletia o "apre�o" que ele tem pelas institui��es e que continuar� trabalhando para "reduzir a corrup��o e a impunidade".
Esta � a primeira vez que o Conselho Nacional do MP pune Deltan - na pr�tica, a advert�ncia � uma puni��o branda, que fica registrada na ficha funcional do procurador, servindo como uma esp�cie de "mancha" no curr�culo.
O conselheiro Luiz Fernando Bandeira, relator do caso, decidiu mitigar a puni��o do procurador - que poderia ter sido de censura - para uma advert�ncia, por causa dos "bons antecedentes" de Deltan.
O relator entendeu que a fala do chefe da Lava-Jato configura "ataque deliberado e gratuito a integrantes do Poder Judici�rio, constituindo viola��o a direito relativo � integridade moral".
Na noite desta segunda, 25, Deltan j� havia se manifestado no Twitter sobre a sess�o do CNMP e o caso das cr�ticas aos ministros do Supremo. O procurador disse que fez uma "ressalva expressa" na r�dio e sinalizou que "n�o via raz�es" para ser censurado.
"Em minha defesa, afirmei que minha declara��o foi uma cr�tica de autoridade p�blica sobre atos de outra autoridade p�blica, em mat�ria de interesse p�blico, sem grosseria. O cerne da liberdade de express�o � que ela existe para proteger o direito � cr�tica e n�o aos elogios", destacou o chefe da Lava-Jato em Curitiba.