
"Eu tenho um momento dif�cil pela frente que s�o os R$ 2 bilh�es do fund�o. Eu lan�o a campanha aqui: n�o vote em parlamentar que usa o fund�o", disse o presidente durante inaugura��o do novo pronto-socorro da Santa Casa de Miseric�rdia de Santos, no litoral paulista. O presidente tem sido pressionado por seus apoiadores desde que o projeto de lei chegou �s suas m�os para ser sancionado. O valor de R$ 2 bilh�es foi negociado pelo governo com o Congresso.
Bolsonaro voltou a usar a Lei do Impeachment, de 1950, para justificar uma decis�o que vai de encontro ao seu discurso de campanha e � vontade de seus eleitores. "A senha est� dada. O fund�o � uma lei que nasceu em 2017 e eu tenho que cumpri-la. Se n�o o fizer estarei ferindo o artigo 87 da Constitui��o e a Lei do Impeachment, de 1950, e eu n�o vou dar esse mole para a oposi��o", justificou.
Bolsonaro deu a entender que os atuais detentores de mandato devem usar de seus cargos para conseguir votos. "O parlamentar que j� tem mandato, o prefeito, ele tem o momento para se fazer presente junto � popula��o de modo que n�o precise de dinheiro para a sua reelei��o ou at� elei��o", disse.
O fundo eleitoral � abastecido com dinheiro do Tesouro Nacional e se destina ao financiamento das campanhas pol�ticas. Ele foi criado em 2017 para compensar as perdas impostas por decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) que, dois anos antes, proibiu as doa��es de pessoas jur�dicas para as campanhas eleitorais.
A distribui��o da verba para candidatos fica a crit�rio das c�pulas partid�rias, que, em geral, privilegiam pol�ticos com mandato. O valor de R$ 2 bilh�es foi aprovado pelo Congresso em dezembro. Bolsonaro pode sancionar ou vetar o valor. Existe, ainda, o Fundo Partid�rio, que banca atividades do dia a dia das legendas.
Bolsonaro interrompeu suas f�rias no Guaruj� para participar da inaugura��o do novo Pronto-Socorro da Santa Casa de Santos. Bolsonaro e o provedor da Santa Casa deram informa��es divergentes ao falar do papel do governo federal na obra. "A participa��o minha aqui foi m�nima. N�s, ao fazermos a economia bem andar, liberamos todas as emendas parlamentares. O senhor me disse que parte ou grande parte destes recursos veio destas emendas", disse Bolsonaro ao provedor da Santa Casa, Ariovaldo Feliciano.
Minutos antes Feliciano, ao lado do presidente, disse que a obra foi totalmente bancada com recursos do hospital, sem dinheiro da Uni�o nem de emendas parlamentares. Naquele momento Bolsonaro prestava aten��o nos manifestantes que o chamavam de "mito".
Bolsonaro foi � inaugura��o acompanhado pelo presidente da Federa��o das Ind�strias de S�o Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, coordenador estadual do Alian�a Pelo Brasil, partido que o presidente tenta criar desde que deixou o PSL.
Em frente � Santa Casa, um homem foi detido pela Policia Militar enquanto se manifestava com uma Constitui��o nas m�os. Pouco antes, o homem havia sido expulso do local com viol�ncia por um grupo que carregava faixa e usava camisetas da Alian�a.
No final do discurso, Bolsonaro, que costuma dispensar um tratamento agressivo aos jornalistas que cobrem o governo, fez um elogio � imprensa. "Um grande abra�o � minha querida imprensa brasileira. Eu quero uma imprensa livre que transporte a verdade aos quatro cantos do Brasil. Eu reconhe�o o papel de voc�s. Quero que a imprensa se recupere cada vez mais e apresente verdades ao nosso povo", afirmou. Seus apoiadores reagiram com palavr�es e ofensas aos jornalistas que cobriam o evento.