
O livro Tormenta – O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos, da jornalista Tha�s Oyama, que revela os bastidores da atual gest�o no pal�cio do Planalto, irritou o presidente. Ap�s repercuss�o da obra, que acaba de ser lan�ada, Bolsonaro criticou a jornalista, dizendo que a imprensa deveria “tomar vergonha na cara” e afirmou que ela, “no Jap�o, ia morrer de fome”, fazendo uma refer�ncia ao sobrenome e ascend�ncia asi�tica de Tha�s Oyama.
Tormenta mostra como Bolsonaro chegou ao comando do pa�s e fatos curiosos do primeiro ano de mandato. A autora re�ne, ao longo das 272 p�ginas, as principais decis�es da administra��o, as rela��es com o Congresso e ministros, as crises mais agudas, a vida particular do presidente e os dramas familiares dos Bolsonaro, principalmente a inst�vel personalidade do filho “Zero Dois”, Carlos, fonte de dores de cabe�a. Confira a seguir alguns trechos do livro.
O drama do 'Zero dois'
A jornalista retrata o capit�o reformado do Ex�rcito Jair Bolsonaro como um homem confuso, desconfiado e cheio de d�vidas sobre os que cercam. De acordo com a obra, o presidente � muito ligado ao filho Carlos Bolsonaro, deixando muitas vezes a influ�ncia dele interferir nas decis�es do governo e nas pr�prias decis�es presidenciais. No cap�tulo “Zero Dois”, a jornalista revela os “dramas” e “chantagens emocionais” que o segundo filho do presidente faz para convencer o pai de que sempre est� certo.
Carlos some por dias quando n�o concorda com algo e toma rem�dios para o controle do humor, deixando Bolsonaro desesperado por muitas vezes, com receio de que o filho “fa�a besteira”. O livro narra a admira��o que 02 sente pelo pai e conta sobre os ci�mes, �s vezes beirando ao doentio, que o filho sente por Bolsonaro, muitas vezes afastando l�deres pol�ticos e alian�as do governo. Carlos, segundo Tha�s, tem o rosto do pai tatuado no bra�o.
Carlos some por dias quando n�o concorda com algo e toma rem�dios para o controle do humor, deixando Bolsonaro desesperado por muitas vezes, com receio de que o filho “fa�a besteira”. O livro narra a admira��o que 02 sente pelo pai e conta sobre os ci�mes, �s vezes beirando ao doentio, que o filho sente por Bolsonaro, muitas vezes afastando l�deres pol�ticos e alian�as do governo. Carlos, segundo Tha�s, tem o rosto do pai tatuado no bra�o.
Quando o vice-presidente Hamilton Mour�o esteve na mira bolsonarista por ter emitido opini�es que divergiam com as do presidente, Carlos orquestrou uma manobra virtual para estremecer a imagem do vice. Tu�tes, mensagens de WhatsApp e insinua��es foram feitas pelo filho do presidente, deixando um exemplo claro dos ataques de ci�mes e superprote��o que 02 tem pelo pai.
O efeito foi inverso: Bolsonaro n�o gostou e pediu a Carlos que apagasse um v�deo do perfil oficial do presidente no Twitter em que Olavo de Carvalho criticava os militares, num recado “indireto” a Mour�o. Depois disso, Carlos teria desaparecido e deixado como recado para o pai a mesma postagem, por�m publicada no pr�prio perfil.
O efeito foi inverso: Bolsonaro n�o gostou e pediu a Carlos que apagasse um v�deo do perfil oficial do presidente no Twitter em que Olavo de Carvalho criticava os militares, num recado “indireto” a Mour�o. Depois disso, Carlos teria desaparecido e deixado como recado para o pai a mesma postagem, por�m publicada no pr�prio perfil.
De f� a demitido
Tha�s revela tamb�m detalhes da rela��o de Gustavo Bebianno e Bolsonaro, apontando o advogado como grande f� do presidente. O livro conta que Bebbiano considerava o presidente “diferente de todos os outros”.
Ele enxergava em Bolsonaro uma alma de crian�a e inoc�ncia diferente do que ele diz ser “as velhas raposas” da pol�tica. De acordo com o relato, o advogado come�ou a enviar centenas de e-mails para o gabinete de parlamentar, elogiando principalmente suas cr�ticas aos petistas.
Bebbiano tornou-se o coordenador da campanha vitoriosa de deputado ao Planalto e foi nomeado ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia. O casamento, palavra que o presidente gosta de usar, durou pouco.
Em um novo cap�tulo do envolvimento de Carlos Bolsonaro nas decis�es do governo, Bebbiano acabou demitido menos de dois meses ap�s a posse. Tha�s relata que, ap�s a demiss�o, “o ex-ministro chorava feito crian�a, com a cabe�a afundada no ombro do coronel Jos� Mateus Teixeira Ribeiro”.
Ele enxergava em Bolsonaro uma alma de crian�a e inoc�ncia diferente do que ele diz ser “as velhas raposas” da pol�tica. De acordo com o relato, o advogado come�ou a enviar centenas de e-mails para o gabinete de parlamentar, elogiando principalmente suas cr�ticas aos petistas.
Bebbiano tornou-se o coordenador da campanha vitoriosa de deputado ao Planalto e foi nomeado ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia. O casamento, palavra que o presidente gosta de usar, durou pouco.
Em um novo cap�tulo do envolvimento de Carlos Bolsonaro nas decis�es do governo, Bebbiano acabou demitido menos de dois meses ap�s a posse. Tha�s relata que, ap�s a demiss�o, “o ex-ministro chorava feito crian�a, com a cabe�a afundada no ombro do coronel Jos� Mateus Teixeira Ribeiro”.
'Hospital de petistas'
Que Bolsonaro faz duras cr�ticas ao PT e ao ex-presidente Lula j� � de conhecimento comum, mas a jornalista revela que, ap�s o atentado em Juiz de Fora, o ent�o candidato se recusou a ser atendido no Hospital S�rio-Liban�s, em S�o Paulo, por considerar a unidade um “hospital de petistas”.
O ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff trataram o c�ncer na institui��o. Acabou, ent�o, sendo transferido da cidade mineira para o Hospital Albert Eisntein.
O ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff trataram o c�ncer na institui��o. Acabou, ent�o, sendo transferido da cidade mineira para o Hospital Albert Eisntein.
Voto pol�mico
Tha�s conta os bastidores do voto pol�mico pr�-impeachment da Dilma, quando Bolsonaro citou o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. De acordo com a jornalista, o ent�o deputado escreveu em um papel o voto por ter se irritado com as “homenagens” que estavam sendo feitas pelos parlamentares favor�veis a Dilma.
Alguns deputados citaram Zumbi dos Palmares, Lu�s Carlos Prestes, Carlos Lamarca, Darcy Ribeiro. A jornalista conta, por�m, que, inflamado com a situa��o, Bolsonaro se irritou ainda mais quando o guerrilheiro Carlos Marighella foi citado. Ao ser alertado por um colega que a fala iria “dar o que falar”, a resposta de Bolsonaro teria sido “foda-se, foda-se, foda-se”.
Alguns deputados citaram Zumbi dos Palmares, Lu�s Carlos Prestes, Carlos Lamarca, Darcy Ribeiro. A jornalista conta, por�m, que, inflamado com a situa��o, Bolsonaro se irritou ainda mais quando o guerrilheiro Carlos Marighella foi citado. Ao ser alertado por um colega que a fala iria “dar o que falar”, a resposta de Bolsonaro teria sido “foda-se, foda-se, foda-se”.
Militar indisciplinado
A obra tamb�m revela o desinteresse do Ex�rcito pelo presidente. De acordo com Tha�s, existe uma “raz�o hist�rica” para que n�o morressem de amores por Bolsonaro. “Numa institui��o que preza a hierarquia e a disciplina como valores essenciais, Bolsonaro havia rompido com uma e a outra”, diz ela em trecho do livro.
Jair Bolsonaro foi respons�vel por liderar um plano para instalar bombas na Escola de Aperfei�oamento de Oficiais para pressionar o comando da for�a por aumento no soldo dos pra�as. O capit�o reformado foi processado e absolvido, mas n�o conseguiu se livrar da desconfian�a de seus superiores. A jornalista destaca que a imagem do militar indisciplinado e refrat�rio assombrou Bolsonaro por muitos anos.
Jair Bolsonaro foi respons�vel por liderar um plano para instalar bombas na Escola de Aperfei�oamento de Oficiais para pressionar o comando da for�a por aumento no soldo dos pra�as. O capit�o reformado foi processado e absolvido, mas n�o conseguiu se livrar da desconfian�a de seus superiores. A jornalista destaca que a imagem do militar indisciplinado e refrat�rio assombrou Bolsonaro por muitos anos.
Demiss�o de Moro
Tha�s tamb�m relata que Bolsonaro cogitou demitir o ministro da Justi�a, S�rgio Moro, em agosto. Conforme noticiado na �poca, Moro teria se indisposto com o presidente diante da interfer�ncia do chefe na Pol�cia Federal.
Na ocasi�o, Bolsonaro afirmou: “Se eu trocar hoje (o diretor-geral da PF), qual o problema? Est� na lei que eu que indico e n�o o S�rgio Moro. E ponto final”. “A despeito dos conselhos de auxiliares, Bolsonaro decidiu que iria mesmo demitir Moro. ‘Vou pagar pra ver’, disse. O general Augusto Heleno, ao notar a determina��o do presidente, descarregou a �ltima bala: ‘Se demitir o Moro, o governo acaba’, disse”, escreveu a jornalista.
Na ocasi�o, Bolsonaro afirmou: “Se eu trocar hoje (o diretor-geral da PF), qual o problema? Est� na lei que eu que indico e n�o o S�rgio Moro. E ponto final”. “A despeito dos conselhos de auxiliares, Bolsonaro decidiu que iria mesmo demitir Moro. ‘Vou pagar pra ver’, disse. O general Augusto Heleno, ao notar a determina��o do presidente, descarregou a �ltima bala: ‘Se demitir o Moro, o governo acaba’, disse”, escreveu a jornalista.
Mesa de bar
O livro relata que um dos secret�rios de Paulo Guedes diz que o presidente “reage a certas informa��es como se estivesse assistindo ao Jornal Nacional com amigos numa mesa de bar” e que o ministro da Economia precisa explicar as coisas para ele.
Vida pessoal
Em um dos trechos da vida de Bolsonaro fora do Planalto, a jornalista conta que o presidente n�o gosta de morar no Pal�cio da Alvorada e que “se dependesse da vontade dele, a fam�lia moraria na Granja do Torto, onde se instalou durante o governo de transi��o, mas a primeira-dama n�o quis”.
Al�m disso, revela que Bolsonaro passa horas no closet, no celular, postando textos nas redes sociais ou conversando com amigos. Ele mandou instalar um pufe e uma escrivaninha no c�modo. Como de praxe, o presidente recebe os amigos vestido sempre do mesmo jeito: camiseta de time, bermuda e chinelo de pl�stico.
Em um dos passeios com a filha, ele teria ido a um churrasco e contado que ganhou quatro quilos desde que assumiu a Presid�ncia. Revelou ainda aos presentes detalhes �ntimos da vida do casal: contou que Michelle “sempre quer assistir � novela” enquanto ele quer ver futebol e que toma Cialis, rem�dio indicado para casos de disfun��o er�til.
Al�m disso, revela que Bolsonaro passa horas no closet, no celular, postando textos nas redes sociais ou conversando com amigos. Ele mandou instalar um pufe e uma escrivaninha no c�modo. Como de praxe, o presidente recebe os amigos vestido sempre do mesmo jeito: camiseta de time, bermuda e chinelo de pl�stico.
Em um dos passeios com a filha, ele teria ido a um churrasco e contado que ganhou quatro quilos desde que assumiu a Presid�ncia. Revelou ainda aos presentes detalhes �ntimos da vida do casal: contou que Michelle “sempre quer assistir � novela” enquanto ele quer ver futebol e que toma Cialis, rem�dio indicado para casos de disfun��o er�til.
*Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz