A Secretaria de Seguran�a P�blica da Bahia afirmou, neste domingo, 9, que foram apreendidos 13 celulares, uma pistola, um rev�lver e duas espingardas no im�vel na zona rural do munic�pio de Esplanada, onde foi morto Adriano Magalh�es da N�brega, o capit�o Adriano.
Ele era um dos alvos da investiga��o sobre suposta rachadinha no gabinete do senador Fl�vio Bolsonaro, � �poca em que o filho do presidente Jair Bolsonaro esteve na Assembleia Legislativa do Rio.
Al�m de ter sido indicado pelo 03 � mais alta honraria do Rio, a Medalha Tiradentes, Adriano manteve no gabinete do parlamentar sua mulher e sua m�e, que chegaram a ter o sigilo quebrado no inqu�rito do caso Queiroz. Suspeito de chefiar o escrit�rio do crime, mil�cia suspeita de participar do assassinato de Marielle Franco, ele n�o resistiu ap�s trocar tiros em uma opera��o policial para captur�-lo.
Segundo a pasta, Guarni��es do Batalh�o de Opera��es Policiais Especiais (Bope), da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte, do Grupamento A�reo (Graer) e da Superintend�ncia de Intelig�ncia (SI) da SSP da Bahia encerraram as varreduras, no in�cio da tarde deste domingo, 9.
"Os materiais foram encontrados em diferentes c�modos da casa. O caso que terminou com a morte em confronto do ex-policial militar do Rio de Janeiro e foragido da Justi�a foi registrado no Departamento de Repress�o e Combate ao Crime Organizado (Draco) da Bahia", disse a Secretaria.
De acordo com a pasta, a formaliza��o da ocorr�ncia foi repassada para equipe do Rio que deu apoio com informa��es e investigava Adriano.
Segundo a Secretaria de Seguran�a P�blica da Bahia, Adriano passou a ser monitorado por equipes da SI da SSP da Bahia, ap�s informa��es de que ele teria buscado esconderijo na Bahia. "Nas primeiras horas da manh� ele foi localizado em um im�vel, na zona rural de Esplanada. No momento do cumprimento do mandado de pris�o ele resistiu com disparos de arma de fogo e terminou ferido".
"Ele chegou a ser socorrido por um hospital da regi�o, mas n�o resistiu aos ferimentos. Com o foragido foi encontrada uma pistola austr�aca calibre 9mm. Vasculhando outros cantos da casa os policiais encontraram mais tr�s armas", informa a pasta, por meio de nota.
"Procuramos sempre apoiar as pol�cias dos outros Estados e, desta vez, priorizamos o caso por ser de relev�ncia nacional. Buscamos efetuar a pris�o, mas o procurado preferiu reagir atirando", comentou o secret�rio da Seguran�a P�blica da Bahia, Maur�cio Teles Barbosa.
Ao Estado, o advogado Paulo Emilio Catta Preta, que defendia Adriano, afirmou ter recebido uma liga��o de seu cliente na quarta, 7. O ex-PM disse que tinha "certeza" de que queriam mat�-lo para "queimar arquivo". A vi�va do miliciano tamb�m fez o mesmo relato.
Ap�s a morte, M�nica Ben�cio, vi�va da ex-vereadora Marielle Franco, e o PSOL, cobraram explica��es sobre a morte de Adriano. O partido vai pedir uma audi�ncia com a Secretaria de Seguran�a P�blica da Bahia para cobrar esclarecimentos sobre a morte.
O capit�o Adriano estava foragido desde a Opera��o Os Intoc�veis, deflagrada em janeiro de 2019, contra uma mil�cia que atua em Rio das Pedras, comunidade pobre da Barra da Tijuca. De acordo com a Promotoria do Rio, o grupo atuava na grilagem de terras, na compra, venda e aluguel irregular de im�veis, na cobran�a de taxas da popula��o local e na recepta��o de mercadoria roubada, entre outros crimes. A Receita Federal chegou a fazer uma parceria com a Promotoria do Rio para compartilhar dados fiscais colhidos na Opera��o Os Intoc�veis, com o fim de tamb�m elucidar o suposto esquema de desvio de sal�rios.
A mulher do ex-capit�o, Danielle Mendon�a da Costa N�brega, trabalhou no gabinete de Fl�vio de 6 de setembro de 2007 at� 14 de novembro do ano passado. J� a m�e de N�brega, Raimunda Veras Magalh�es, esteve lotada no mesmo gabinete de 11 de maio de 2016 tamb�m at� 14 de novembro de 2018. Ambas recebiam sal�rio de R$ 6.490,35. Raimunda � citada no relat�rio do Coaf que investiga corrup��o no Legislativo fluminense. Ela repassou R$ 4.600 para a conta de Queiroz.
Quando o Minist�rio P�blico Estadual do Rio pediu a quebra de sigilo de Fl�vio Bolsonaro e seus assessores, na lista dos alvos constavam os nomes de Raimunda e Danielle. Seus nomes eram marcados em negrito no documento, para ressaltar o elo com o miliciano.
Em dezembro, o MP do Rio concluiu que o Capit�o Adriano era beneficiado pelo dinheiro do suposto esquema de "rachadinha" que existia no gabinete do senador Fl�vio Bolsonaro quando ele era deputado estadual no Rio. Os promotores chegaram a essa conclus�o depois de analisar conversas via WhatsApp e dados de transa��es financeiras do ex-PM. As informa��es constavam no pedido do Minist�rio P�blico Estadual do Rio para que fossem deflagradas buscas e apreens�es no Caso Queiroz.
Adriano foi homenageado por Fl�vio em 2003 e 2004 na Assembleia Legislativa por sua atua��o como policial. Tanto o senador, quanto seu homem de confian�a, Fabr�cio Queiroz, tinham a mesma vers�o sobre a nomea��o. Queiroz afirmou que ele mesmo quem indicou a contrata��o da m�e e da mulher do ex-capit�o do Bope Adriano Magalh�es da N�brega para o gabinete do ent�o deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio.
Nota assinada pelo advogado Paulo M�rcio Ennes Klein, � �poca na defesa de Queiroz, informava que o seu cliente "� ex-policial militar e conheceu o sr. Adriano na �poca em que ambos trabalhavam no 18� Batalh�o da Pol�cia Militar e, ap�s a nomea��o dele como assessor do ex-deputado estadual solicitou ao gabinete mo��o para o sr. Adriano, bem como a nomea��o dele para trabalhar no referido gabinete, em raz�o dos elevados �ndices de �xito na condu��o das ocorr�ncias policiais registradas, at� ent�o, na equipe em que trabalhava na PM."
POL�TICA