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Estado de Minas POL�TICA

Bolsonaro fica 'arrumando inimigo para arranjar um conflito', diz Maia


postado em 18/03/2020 12:20

Evitando reagir aos ataques do presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, que acusou o Congresso de usar a crise do coronav�rus para uma "luta pelo poder", o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu na ter�a-feira, 17, a aprova��o r�pida de um programa, nos moldes do Bolsa Fam�lia, com um benef�cio tempor�rio de renda m�nima para atender 18 milh�es de trabalhadores informais. Maia afirmou que, em vez de dar prioridade a diverg�ncias pol�ticas, Bolsonaro deveria concentrar energia para combater o avan�o da doen�a.

"Ele fica arrumando inimigo para arranjar um conflito. � besteira. O problema agora � muito grave", disse o presidente da C�mara ao jornal O Estado de S. Paulo.

O sr. tem refor�ado a necessidade de di�logo entre os Poderes para enfrentar o coronav�rus, mas essa crise ganhou um componente pol�tico, com o presidente Jair Bolsonaro dizendo que "seria um golpe isolar chefe do Executivo por interesses n�o republicanos". Como o sr. reage?

Ele n�o compreendeu. O isolamento � para ele se proteger e proteger os outros da transmiss�o (do v�rus). N�o � o isolamento pol�tico.

O presidente est� atrapalhando o combate da pandemia?

O meu papel � articular solu��es com os deputados e com aqueles que comandam o enfrentamento � crise. Na segunda-feira, estive com o ministro Mandetta (Luiz Henrique Mandetta, da Sa�de), com o presidente do Supremo, Dias Toffolli, com o presidente (do Senado) Davi Alcolumbre, discutindo a crise na �rea de Sa�de e tamb�m tenho conversado de forma permanente com v�rios quadros da equipe econ�mica. Todas as pautas que o governo encaminhar ser�o atendidas.

Mas Bolsonaro disse ter passado 15 meses levando pancada do sr. e de Alcolumbre...

Estamos vivendo talvez a maior crise dos �ltimos 100 anos. Eu n�o vou ficar discutindo diverg�ncia pol�tica. O Parlamento foi mais do que um aliado da agenda de reformas desse governo, comandou de forma efetiva as reformas.

O pr�prio Bolsonaro insinuou que haveria uma articula��o para o impeachment. � fato?

Isso n�o est� na agenda da C�mara. A nossa agenda � �nica: enfrentamento ao coronav�rus nos pr�ximos meses no Brasil. Ele fica arrumando inimigo para arranjar um conflito. � besteira. N�s estamos com uma proje��o grave no mundo real. O mundo real � o que contrata, que gera emprego, que investe. Hoje (na ter�a-feira) morreu o primeiro brasileiro. Temos de garantir sempre o di�logo permanente com a equipe econ�mica, com a �rea social do governo, para que possamos construir um cintur�o de solu��es.

O presidente colocou a disputa pelo controle do Or�amento e a suposta press�o que sofre do Congresso como pano de fundo da crise. Ele n�o est� entendendo a gravidade da situa��o?

Voc� acha que eu tenho que estar preocupado com o que o Bolsonaro est� falando ou em ajudar o Brasil a conter essa crise? O que eu digo a ele � que ele pode contar com o Parlamento, como sempre contou. Pode atacar, bater, criar as narrativas que, do meu ponto de vista, n�o s�o verdadeiras, mas nos pr�ximos tr�s ou quatro meses, ter� n�o um, mas 513 aliados.

Qual ser� a a��o do Congresso para enfrentar a epidemia do coronav�rus?

Essa � uma crise que vai precisar de um entendimento e da harmonia entre os Poderes. O que nos une hoje, na pol�tica brasileira, � a necessidade de enfrentarmos essa situa��o. Est� na hora de a gente perder a vergonha, o constrangimento, a dificuldade de alguns de falar abertamente que n�s vivemos uma grave crise.

Teremos dinheiro suficiente para enfrentar a crise?

Em momentos de cat�strofe, h� previs�o inclusive na pr�pria PEC do teto do gasto para que possamos super�-la com cr�dito extraordin�rio. O que o governo apresentou at� agora foi positivo, um passo, mas, com essas medidas, continuamos com um risco enorme de crescimento brutal do desemprego. O governo vai precisar dar um maior suporte, tanto do ponto de vista or�ament�rio como de decis�es mais duras em rela��o � circula��o de pessoas. N�o podemos, por conta da atividade econ�mica, correr o risco de sermos respons�veis pela perda de uma vida no Brasil.

O que pode mais ser feito?

Teremos que aumentar o d�ficit da meta fiscal. Tem certas coisas na vida que s�o inevit�veis. Vamos ter de olhar para os 18 milh�es que est�o na faixa mais vulner�vel do mercado de trabalho brasileiro, que s�o os informais, que est�o sem carteira, trabalho dom�stico, que n�o contribuem para o INSS. Olhar o taxista, o Uber, de forma que possamos construir algum programa para eles, nos pr�ximos tr�s, seis meses, para dar alguma renda.

Eles teriam acesso a uma renda direta?

Algo no modelo do Bolsa Fam�lia, penso eu. � preciso uma solu��o para essas pessoas no curto prazo, um programa para garantir uma renda m�nima para que 18 milh�es de pessoas possam pelo menos ter condi��es de comprar alimento. O risco de ter desemprego grande no setor que mais emprega n�o � pequeno. O governo mandou algumas ideias. O Parlamento est� pronto (para votar).

O setor de servi�os, grande empregador, � o mais afetado. O que fazer?

Temos que olhar toda a cadeia do setor de servi�os do Brasil. Em 2008, por exemplo, se fez a suspens�o tempor�ria dos contratos de trabalho. O governo tem que entender que vamos precisar de mais recursos e deve estar pensando nisso. Espero. N�o estou aqui para inventar a roda. Precisamos trabalhar em conjunto.

H� muitos setores atingidos. Eles v�o precisar de ajuda do governo?

Todos v�o precisar de um m�nimo. As companhias a�reas est�o desmontando no mundo inteiro. O setor todo de turismo, bares, hot�is, cidades tur�sticas. Um quadro do governo conversou comigo sobre, na hip�tese de suspens�o do contrato de trabalho, usar o seguro-desemprego at� uma faixa de sal�rio, para garantir a manuten��o da renda nos pr�ximos tr�s a quatro meses.

O sr. defende uma inje��o grande de recursos or�ament�rios para a crise?

N�o h� outra sa�da. � pouco R$ 5 bilh�es para a sa�de.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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