
O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na noite desta ter�a-feira, 24, pegou de surpresa integrantes do Pal�cio do Planalto. O discurso, em que pediu o fim do "confinamento em massa" diante da escalada da pandemia do novo coronav�rus, foi preparado no gabinete do presidente com a participa��o de poucas pessoas.
O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), considerado o mais radical da fam�lia presidencial, participou da elabora��o do pronunciamento. Tamb�m estavam presentes integrantes do chamado "gabinete do �dio", onde atuam assessores respons�veis pelas redes sociais pessoais do presidente e ligados a Carlos.
At� o final da tarde, poucos auxiliares sabiam que Bolsonaro preparava uma declara��o em cadeia de r�dio e televis�o. A decis�o de falar � na��o foi tomada ap�s as reuni�es com os governadores do Sul e do Centro-Oeste. A grava��o foi feita � tarde.
O presidente vinha sendo elogiado dentro do pr�prio governo por se abrir ao di�logo com os governadores e sinalizar uma mudan�a de postura sobre os efeitos da covid-19, que j� havia matado 46 pessoas no Pa�s at� a noite de ter�a-feira. O pronunciamento, no entanto, surpreendeu negativamente auxiliares do Planalto que viram um retrocesso na posi��o de Bolsonaro.
No discurso, o presidente defendeu a reabertura do com�rcio e das escolas. Segundo ele, a imprensa foi respons�vel por passar � popula��o da "sensa��o de pavor" e potencializou o "cen�rio de histeria."
O presidente disse ainda que, caso contra�sse o coronav�rus, ele n�o sentiria nenhum efeito dado o seu "hist�rico de atleta".
Bolsonaro viajou para os Estados Unidos com ao menos 23 pessoas que receberam diagn�stico positivo para a doen�a. H� duas semanas, a reportagem pede os resultados dos seus exames para covid-19, mas n�o obt�m resposta. Durante o pronunciamento, Bolsonaro foi alvo de panela�os em ao menos dez capitais. Ap�s o discursos, as cr�ticas ao presidente estiveram entre os assuntos mais comentados do Twitter.