Diante do crescente protagonismo de l�deres de centro-direita como o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), e do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na oposi��o a Jair Bolsonaro durante a crise do coronav�rus, l�deres da esquerda se uniram em um manifesto para pedir a ren�ncia do presidente.
Segundo eles, a sa�da volunt�ria de Bolsonaro seria "menos custosa" ao Pa�s. O processo de impeachment, segundo alguns signat�rios, paralisaria o Congresso e o Pa�s durante o combate � doen�a.
"Bolsonaro n�o tem condi��es de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a sa�de e a economia. Comete crimes, frauda informa��es, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da popula��o mais vulner�vel. Precisamos de uni�o e entendimento para enfrentar a pandemia, n�o de um presidente que contraria as autoridades de sa�de p�blica e submete a vida de todos aos seus interesses pol�ticos autorit�rios. Basta! Bolsonaro � mais que um problema pol�tico, tornou-se um problema de sa�de p�blica. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma sa�da democr�tica ao pa�s. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que est� cometendo contra nosso povo", diz o documento.
Assinam o texto os tr�s principais candidatos de esquerda derrotados por Bolsonaro na elei��o presidencial de 2018, Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL), os presidentes do PT, Gleisi Hoffmann; PDT, Carlos Lupi; PC do B, Luciana Santos; PSB, Carlos Siqueira; PSOL, Juliano Medeiros, e PCB, Edmilson Costa, al�m de outras lideran�as da esquerda como o governador do Maranh�o, Flavio Dino (PC do B), o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) e os ex-senadores Roberto Requi�o (MDB-PR) e Manuela D'�vila (PC do B-RS).
No texto, os l�deres de esquerda sugerem ainda a ado��o de uma s�rie de medidas de um Plano Emergencial de A��o: refor�o �s medidas de redu��o do contato social, cria��o de leitos de UTI e importa��o em massa de testes e equipamentos de prote��o, implementa��o da renda b�sica permanente para trabalhadores desempregados e informais, suspens�o da cobran�a de tarifas de servi�os para a popula��o de baixa renda, proibi��o de demiss�es com o socorro do Estado aos setores mais prejudicados via financiamentos subsidiados e cria��o de um imposto sobre grandes fortunas.
De acordo com signat�rios ouvidos pela reportagem, um dos objetivos � recolocar a esquerda no papel de contraponto a Bolsonaro, hoje exercido pelos governadores, em especial Doria, e pelo Congresso. No manifesto, as lideran�as cobram medidas do Congresso, governadores, prefeitos e Minist�rio P�blico, excluindo Bolsonaro e seu governo das articula��es para conter os danos f�sicos e econ�micos da pandemia.
"Frente a um governo que aposta irresponsavelmente no caos social, econ�mico e pol�tico, � obriga��o do Congresso Nacional legislar na emerg�ncia, para proteger o povo e o pa�s da pandemia. � dever de governadores e prefeitos zelarem pela sa�de p�blica, atuando de forma coordenada, como muitos t�m feito de forma louv�vel. � tamb�m obriga��o do Minist�rio P�blico e do Judici�rio deter prontamente as iniciativas criminosas de um Executivo que transgride as garantias constitucionais � vida humana. � dever de todos atuar com responsabilidade e patriotismo", diz o manifesto.
O texto vinha sendo articulado por Boulos e Tarso desde a Sexta-feira (27). Alguns signat�rios como Ciro Gomes e os presidentes dos partidos s� entraram na articula��o na manh� desta segunda-feira, 30. Segundo Boulos, o documento � o primeiro passo desta nova unidade da esquerda e novas iniciativas vir�o. "O diferencial desta proposta s�o as medidas voltadas para o povo e n�o para os banqueiros. � uma articula��o in�dita da esquerda nos �ltimos anos", disse o l�der do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
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