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Estado de Minas POL�TICA

Mandetta diz que fica no Minist�rio da Sa�de e avisa: 'Esperamos que a gente possa ter paz para conduzir'

Demiss�o foi cogitada ao longo desta segunda-feira, mas n�o se concretizou


postado em 06/04/2020 20:31 / atualizado em 06/04/2020 22:12

Em momento de alta popularidade, Mandetta disse que segue no Ministério da Saúde(foto: Evaristo Sá/AFP)
Em momento de alta popularidade, Mandetta disse que segue no Minist�rio da Sa�de (foto: Evaristo S�/AFP)
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu manter Luiz Henrique Mandetta como ministro da sa�de. Ao longo desta segunda-feira, cogitou-se a possibilidade da demiss�o do chefe da pasta, em meio a tens�es e discord�ncias com o executivo sobre o combate � pandemia do novo coronav�rus no Brasil. No entanto, � noite, Mandetta concedeu entrevista coletiva e afirmou que fica no cargoEle apenas exigiu "paz" e mais tranquilidade ao Minist�rio para combater a COVID-19.

Come�amos com mais um solavanco a semana de trabalho. Esperamos que a gente possa ter paz para poder conduzir”, disse Mandetta, em recado claro enviado ao presidente Jair Bolsonaro, autor de v�rias cr�ticas � sua gest�o da crise do coronav�rus. 

Segundo publicou o jornal O Globo, Bolsonaro teria decidido pela sa�da de Mandetta, que seria oficializada em publica��o extraordin�ria do Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) ainda nesta segunda-feira. A possibilidade, por�m, n�o se concretizou.

Na tarde desta segunda-feira, Mandetta participou de uma reuni�o com o Bolsonaro no Pal�cio do Planalto, em Bras�lia. Tamb�m estiveram no encontro outros ministros, o vice Hamilton Mour�o (PRTB) e presidentes de bancos p�blicos. Segundo o ministro. o governo se alinhou e est� mais unido.

"Foi uma reuni�o produtiva, uma reuni�o muito boa, acho que governo de posiciona no sentido de ter mais uni�o, ter mais foco, de ter todos unidos em dire��o a esse problema", disse.

O recado ao presidente Jair Bolsonaro foi ainda mais claro em outro ponto. "N�o temos nenhum receio da cr�tica, a cr�tica construtiva ela enobrece e nos faz rever e dar passos � frente. Gostamos da cr�tica construtiva. O que n�s temos dificuldade �, quando, em determinadas situa��es, por determinadas impress�es, as cr�ticas n�o v�m no sentido de construir, mas que vem para trazer dificuldade no ambiente trabalho. E isso eu n�o preciso traduzir, isso tem sido uma constante".

O ministro voltou a recomendar isolamento � popula��o, at� que a ci�ncia encontre um tratamento eficaz contra o coronav�rus. "S� espero que a gente possa, aqui, com essa equipe, n�s vamos atravessar, trabalhar, todo mundo tem no��o de Brasil muito forte. A sa�de, a ci�ncia ainda vai achar uma sa�da mais elegante para esse problema. Por enquanto, o que temos � uma sa�da primitiva de procurar isolamento frente a uma doen�a contagiosa", completou.

Diverg�ncias

Apesar da manuten��o de Mandetta no cargo, as diverg�ncias e tens�es do Minist�rio da Sa�de com o presidente ainda existem. O ministro segue as recomenda��es da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) no combate � COVID-19 e orienta um isolamento social que inclua a maioria das pessoas, com o objetivo de evitar mortes e sobrecarga no sistema de sa�de.

Mandetta espera que termnem embates públicos gerados pelo presidente Jair Bolsonaro(foto: SERGIO LIMA / AFP)
Mandetta espera que termnem embates p�blicos gerados pelo presidente Jair Bolsonaro (foto: SERGIO LIMA / AFP)


J� Bolsonaro, com o prop�sito de reduzir danos econ�micos, defende o chamado “isolamento vertical”, em que apenas aqueles que est�o em grupos de risco (idosos e portadores de doen�as cr�nicas, como diabetes, hipertens�o e asma) devem ficar em casa. O presidente, inclusive, tem se aproximado do deputado federal e m�dico Osmar Terra (MDB-RS).

Ex-ministro da Cidadania, Terra contraria recomenda��es da OMS e defende um isolamento social mais brando, apenas para pessoas dos grupos de risco. Ele era cotado para assumir a Sa�de em caso de demiss�o de Mandetta.

Declara��es p�blicas

As diverg�ncias entre Bolsonaro e Mandetta, que j� causavam desconforto interno entre membros do governo, se tornaram p�blicas. Na �ltima sexta-feira, Bolsonaro disse que faltava “humildade” a Mandetta. Apesar das cr�ticas, garantiu que n�o o demitiria “no meio da guerra”.

"O Mandetta j� sabe que a gente est� se bicando h� algum tempo. Eu n�o pretendo demitir o ministro no meio da guerra. Agora, ele � uma pessoa que em algum momento extrapolou. Eu sempre respeitei todos os ministros, o Mandetta tamb�m. Ele montou o minist�rio de acordo com sua vontade. Eu espero que ele d� conta do recado", disse Bolsonaro, em entrevista � r�dio Jovem Pan.

Em seguida, Bolsonaro frisou que “nenhum ministro � indemiss�vel”. "N�o � nenhuma amea�a ao Mandetta, n�o. Se ele sair bem, nenhum problema, mas nenhum ministro meu � indemiss�vel. Todo mundo pode ser demitido, como cinco j� foram embora. Eu acho que o Mandetta deveria ouvir um pouco mais o presidente da Rep�blica", disse.

Ap�s as cr�ticas, Mandetta preferiu n�o responder diretamente o presidente. “Quem tem mandato fala, e quem n�o tem, como eu, trabalha”, disse. “N�o achei nada, n�o. N�o estou sabendo de nada, n�o. Estou trabalhando aqui. Vamos trabalhar. Lavoro, lavoro, lavoro [trabalho, em italiano]”, prosseguiu. No dia seguinte, refor�ou que n�o pediria demiss�o em meio � crise do coronav�rus: “M�dico n�o abandona paciente”.

Ministro da Saúde pediu paz para trabalho de combate à COVID-19 continuar(foto: Evaristo Sá/AFP)
Ministro da Sa�de pediu paz para trabalho de combate � COVID-19 continuar (foto: Evaristo S�/AFP)

Popularidade

Al�m das discord�ncias sobre a forma de combater a pandemia do COVID-19, outro fator que tem incomodado Bolsonaro � a crescente popularidade de Mandetta. Segundo pesquisa divulgada na �ltima sexta-feira pelo instituto Datafolha, 76% dos entrevistados apoiam as a��es do Minist�rio da Sa�de - um salto de 21 pontos percentuais em rela��o aos 55% de aprova��o do �ltimo dia 20 de mar�o.

J� Bolsonaro, que antagoniza com Mandetta na forma de enfrentamento ao novo coronav�rus, n�o cresceu a base de apoio em rela��o � pesquisa anterior. As medidas do presidente contra a pandemia foram aprovadas por 33% das 1.511 pessoas entrevistadas entre os dias 1º e 3 de abril.

Nesse domingo, Bolsonaro n�o citou Mandetta nominalmente, mas deu declara��es que soaram como uma indireta endere�ada ao ministro. Em conversa com apoiadores no Pal�cio da Alvorada, disse que “algo subiu na cabe�a” de integrantes do governo e que a “hora” dessas pessoas iria chegar. Mandetta foi questionado por um jornalista sobre o epis�dio, mas disse que estava dormindo e n�o tinha ouvido a declara��o do presidente.


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