(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

O que o futebol tem a ensinar ao ministro Mandetta?

Atingido pelas caneladas de palacianos e sob risco de substitui��o, ministro da Sa�de � torcedor ilustre do Comercial. Ele participou da melhor campanha do time pela Copa do Brasil


postado em 12/04/2020 12:05 / atualizado em 12/04/2020 12:34

Mandetta (D), de bermuda, no clássico Comerário em 2019: nesse dia, o rival ganhou por 3 x 1(foto: Otávio Neto/CBN )
Mandetta (D), de bermuda, no cl�ssico Comer�rio em 2019: nesse dia, o rival ganhou por 3 x 1 (foto: Ot�vio Neto/CBN )
Quem v� o ministro Luiz Henrique Mandetta diariamente com colete do Sistema �nico de Sa�de (SUS) e camisa branca arrega�ando as mangas no comando da guerra do Brasil contra a pandemia do novo coronav�rus, talvez n�o saiba que o futebol ajudou na forma��o do ortopedista sul-mato-grossense, de 55 anos. 

O ministro mais popular do governo atualmente tamb�m trava batalha contra o “fogo amigo” dentro do pr�prio Pal�cio do Planalto. Contestado pelo ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni e pelo deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) — flagrados conspirando contra Mandetta em reportagem da CNN Brasil, e amea�ado de demiss�o mais de uma vez pelo presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, ele trabalha n�o somente para se manter no cargo, mas pelas convic��es que defende na luta pela prote��o � vida. 

Nascido em Campo Grande, ele foi m�dico da comiss�o t�cnica do seu time de cora��o — o Esporte Clube Comercial — nos anos 1990, um dos per�odos dourados da agremia��o de 77 anos. Antes de se formar em medicina, fez at� papel de gandula no Est�dio Pedro Pedrossian, o Moren�o, a principal arena do estado.

P�-quente, Mandetta faz parte da hist�ria do time. Conquistou t�tulos estaduais, saiu na foto do p�ster e participou da melhor campanha da equipe na Copa do Brasil. Em 1994, o Comercial chegou �s quartas de final do torneio nacional. Eliminou o Paysandu na primeira fase, superou o Kabur� nas oitavas e caiu nas quartas contra Linhares-ES. Se avan�asse, duelaria com o Cear�, que decidiu o t�tulo daquele ano com o Gr�mio.

A reportagem conversou com cinco personagens que trabalharam com Mandetta na diretoria, comiss�o t�cnica e no time do Comercial na passagem do m�dico pelo clube. Anderson Souza Gomes, o Tainha, 47, � um deles. O atacante s� entrou em campo em uma final do campeonato sul-matogrossense porque o atual ministro da Sa�de fez a diferen�a. “Ele foi uma pessoa muito importante na minha carreira. Tive uma les�o muscular, e ele me tratou na �poca. Rompi os dois adutores de uma vez. Ele era m�dico do Comercial, e s� joguei a minha primeira final de um Campeonato Estadual gra�as � compet�ncia profissional dele. Com 15 dias, eu estava jogando novamente. E assim ele est� agindo como ministro da Sa�de. Ele tem meu respeito”, diz Tainha, um dos maiores artilheiros da hist�ria do futebol do Mato Grosso do Sul.

Meia-atacante do Comercial nos anos 1990, Nelson Barros da Silva, 49 anos, conhecido em Campo Grande como Chaveirinho, lembra bem da contribui��o de Mandetta na comiss�o t�cnica. “Era um jovem m�dico torcedor comercialino. A fam�lia dele sempre foi muito ligada ao time. Qualquer problema de contus�o no jogo ou de doen�a da fam�lia, ele mandava a gente ir ao consult�rio dele. E n�o cobrava”, testemunha o jogador aposentado.

Chaveirinho lembra que Mandetta era o m�dico do Comercial na hist�rica campanha de 1994 na Copa do Brasil. “Um cara muito s�rio, educado, sabia lidar com atletas. Ele era uma novidade para a gente e n�s, para ele, mas nos ajudou muito, at� mesmo fora da �rea dele. Ele � ortopedista, mas contribuiu muito com a gente em outras especialidades”, conta.

Botafoguense 

Seu Mauro Belarmino, 63, ficou pr�ximo de Mandetta quando precisou salvar a carreira de uma jovem promessa. “Eu trabalhava nas divis�es de base e sempre tive boa rela��o com ele. Mandetta era o m�dico do Comercial. Uma vez, n�s fomos disputar a Ta�a Rio e um menino nosso sofreu uma les�o grave. Procuramos m�dicos no Rio para atend�-lo, mas n�o conseguimos. Quando voltamos, o Mandetta atendeu o Alisson, operou e ele ainda jogou por uns 10 anos. Ele � um baita ser humano, um dos caras mais corretos”, lembra.

Rubisvaldo Pereira de Souza, o Rub�o, 68, revela outra faceta da trajet�ria de Mandetta no esporte. “Ele e o primo (Marquinhos Trad) foram gandulas no Moren�o (principal est�dio do Mato Grosso do Sul) na adolesc�ncia. Depois, lembro-me dele como m�dico do Comercial. Atendia de gra�a no consult�rio dele e no hospital Santa Casa. O pai tamb�m era ortopedista e ajudou muito o clube, sempre foi muito ligado ao time”, conta Rub�o.

O Comercial n�o � a �nica paix�o de Mandetta. “Ele tamb�m torce pelo Botafogo. Acompanhou muito o time quando morou no Rio (formou-se em medicina na Universidade Gama Filho)”, diz ao blog o narrador Arthur M�rio, da R�dio Hora 92.3 FM. “Recentemente, ele andava triste com a situa��o dos clubes do Mato Grosso do Sul e falou que uma sa�da para o futebol daqui crescer seria fundir o Comercial e o Oper�rio”, revela o ex-presidente do Comercial, referindo-se aos dois clubes mais populares do estado.

Arthur M�rio conta, ainda, que Mandetta � f� do modelo esportivo dos Estados Unidos, onde os atletas come�am a ser descobertos nas escolas. “Ele fez especializa��o em ortopedia em Atlanta (Scottish Rite Hospital for Children), na Ge�rgia, e viu de perto como funciona”, diz.

Embora tenha moral no Comercial, Mandetta abre m�o de contrapartidas aos servi�os prestados ao clube. Todos os entrevistados relatam que ele comparece como torcedor nas partidas do Comercial. Senta-se no meio da galera quando vai a Campo Grande. N�o abre m�o de comprar ingresso e ir ao est�dio como popular, de camisa vermelha do time, bermud�o e mocassim. Quando a agenda permitia, batia o ponto no Comer�rio — o principal cl�ssico estadual. No ano passado, foi p�-frio. O Oper�rio derrotou o Comercial por 3 x 1. Ele estava l�. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)