
O substituto ser� o oncologista Nelson Teich, que se reuniu com Bolsonaro na manh� desta quinta, em Bras�lia. No encontro, o m�dico apresentou propostas de enfrentamento � COVID-19 no pa�s.
Pelo Twitter, Mandetta anunciou a demiss�o. "Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demiss�o do Minist�rio da Sa�de. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de p�r de p� o projeto de melhoria da sa�de dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronav�rus, o grande desafio que o nosso sistema de sa�de est� por enfrentar. Agrade�o a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo �xito ao meu sucessor no cargo de ministro da Sa�de. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que aben�oem muito o nosso pa�s", publicou.
Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demiss�o do Minist�rio da Sa�de.
%u2014 Henrique Mandetta (@lhmandetta) April 16, 2020
Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de p�r de p� o projeto de melhoria da sa�de dos brasileiros e
Agrade�o a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo �xito ao meu sucessor no cargo de ministro da Sa�de. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que aben�oem muito o nosso pa�s.
%u2014 Henrique Mandetta (@lhmandetta) April 16, 2020
Ciente a imin�ncia da demiss�o, Mandetta adotou um discurso de despedida desde essa quarta-feira. Em entrevista coletiva, o ent�o ministro da sa�de disse “n�o ser insubstitu�vel” e que as a��es propostas pela pasta no combate ao avan�o da COVID-19 no pa�s s�o baseadas em ci�ncia.
“N�o somos insubstitu�veis, nunca falamos que somos. S�o vis�es diferentes. Ele (Bolsonaro) claramente externa que quer um outro tipo de posi��o por parte do Minist�rio da Sa�de. Eu, baseado no que n�s recebemos e baseado em ci�ncia, tenho esse caminho para oferecer. Fora desse caminho, tem que achar alternativas. E tem muitas alternativas, gente muito boa, muito experiente”, disse.
Mais tarde, Mandetta subiu o tom, desabafou e fez claras cr�ticas � postura do presidente Jair Bolsonaro no combate � pandemia. “S�o 60 dias nessa batalha. Isso cansa! Sessenta dias tendo de medir palavras. Voc� conversa hoje, a pessoa (Bolsonaro) entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo diferente. Voc� vai, conversa, parece que est� tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. J� chega, n�? J� ajudamos bastante”, disse, em entrevista � revista Veja.
Enquanto esteve no cargo, Mandetta seguiu recomenda��es da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) e orientou um confinamento mais abrangente, que inclu�sse a maioria da popula��o, com o objetivo de evitar mortes e sobrecarga no sistema de sa�de. J� Bolsonaro, com o prop�sito de reduzir danos econ�micos, defende o chamado “isolamento vertical”, em que apenas aqueles que est�o em grupos de risco (idosos e pessoas com doen�as cr�nicas) devem ficar em casa.
Tens�es

Por�m, dias depois, Bolsonaro desrespeitou publicamente recomenda��es do Minist�rio da Sa�de e causou aglomera��es em tr�s dias consecutivos - duas vezes em Bras�lia e uma na cidade goiana de �guas Lindas. A atitude do presidente foi mal recebida por Mandetta e outros integrantes da pasta.
A tens�o voltou a crescer quando o ministro concedeu uma entrevista ao Fant�stico, da TV Globo, no �ltimo domingo. Mandetta lamentou as diverg�ncias no combate � pandemia e disse que a o brasileiro n�o sabe quem deve escutar: o Minist�rio da Sa�de ou o presidente. As declara��es irritaram o governo e aumentaram a press�o pela demiss�o, agora com o aval da pr�pria “ala militar”.
"O presidente olha pelo lado da economia. O Minist�rio da Sa�de entende a economia, entende a cultura e educa��o, mas chama pelo lado de equil�brio e prote��o � vida. Eu espero que essa valida��o dos diferentes modelos de enfrenta��o possa ser comum e termos uma ala �nica, uma fala unificada. Porque isso leva pro brasileiro uma dubiedade. Ele n�o sabe se ele escuta o ministro da Sa�de, se ele escuta o presidente, quem � que ele escuta”, disse Mandetta, na ocasi�o.
Trajet�ria
M�dico ortopedista, Luiz Henrique Mandetta, de 55 anos, foi deputado federal em duas legislaturas pelo DEM do Mato Grosso do Sul, entre 2011 e 2018. Indicado pelo governador de Goi�s, Ronaldo Caiado (DEM), foi convidado por Bolsonaro, em novembro de 2018, para assumir o Minist�rio da Sa�de.
Antiabortista e cr�tico ferrenho do programa Mais M�dicos, criado pelo governo Dilma Rousseff (PT) em 2013, Mandetta era bem avaliado por Bolsonaro at� o in�cio da crise do coronav�rus no Brasil. As discord�ncias e tens�es p�blicas, por�m, colocaram fim � passagem do m�dico pela pasta.