
Sem citar dados, ele comparou o Brasil ao Zimb�bue e tentou construir o racioc�nio de que um pa�s com situa��o socioecon�mica prejudicada teria pior desempenho diante da crise provocada pela pandemia de COVID-19.
“N�o tenho n�meros aqui. Mas entre o Brasil, por exemplo, tem uma renda per capita, tem uma economia, e um pa�s pobre, de um outro continente, o africano, por exemplo. A expectativa de vida � maior aqui ou maior l� de Zimb�bue? A expectativa � maior aqui. Por qu�? Porque a renda � maior. Ent�o, se a nossa renda vai cair, a morte chega mais cedo. � isso que sempre busquei levar ao conhecimento p�blico. N�o podia fugir da verdade”, disse o presidente.
O argumento desenvolvido por Bolsonaro � incoerente, pois mistura expectativa de vida com impacto do coronav�rus. De fato, cidad�os do Zimb�bue (pa�s com renda per capita de 2.147 d�lares) vivem menos do que brasileiros. No pa�s africano, a expectativa de vida � de 60,8 anos contra 75,4 do Brasil (onde a renda bruta por habitante de 8.920 d�lares), segundo dados do Banco Mundial.
Entretanto, o �ndice de letalidade provocada pelo v�rus n�o � diretamente proporcional aos econ�micos. No Zimb�bue, h� apenas quatro casos de morte por coronav�rus confirmados.
Por outro lado, os seis primeiros pa�ses do globo com maior n�mero de �bitos pela COVID-19 s�o do chamado “Primeiro mundo”: Estados Unidos, It�lia, Espanha, Fran�a, Reino Unido e Alemanha.
Os Estados Unidos, pa�s que lidera o funesto ranking de mortes, com mais de 50 mil �bitos, t�m uma renda per capita de 62.794 d�lares, quase oito vezes maior que a do Brasil.
A quantidade de �bitos em outros pa�ses desenvolvidos n�o serve de sustenta��o ao argumento de Bolsonaro. Na It�lia, pa�s com renda per capita de 34.483 d�lares, a doen�a matou 25.549 pessoas.
Os n�meros s�o semelhantes na Espanha (30.370 d�lares per capita/22.157 mortes), Fran�a (41.463/21.856 mortes), Reino Unido (42.943 d�lares/18.738 mortes) e Alemanha (47.603 d�lares/5.503 mortes).