
O estopim para a crise foi a exonera��o de Maur�cio Valeixo da diretoria-geral da Pol�cia Federal. Moro alegou que Bolsonaro queria interferir nas investiga��es conduzidas pelo �rg�o. Nesta sexta-feira (24), o presidente disse que o ex-ministro prop�s aceitar a troca no comando da PF desde que fosse indicado ao STF. Pelo Twitter, Moro negou a acusa��o.
Junio Amaral afirma que a suposta condi��o imposta pelo ex-ministro era de conhecimento dos aliados de Bolsonaro no Congresso. “Moro sabia que a sa�da do governo dele, dessa forma, seria uma ‘bomba’. Ent�o, ele ficou amea�ando e chantageando o tempo todo para conseguir a vaga no STF. O presidente tentou levar at� onde p�de”, afirmou.
Cristiano Silveira, que � deputado estadual, conta ter ficado surpreso com o conflito que marcou o rompimento. Ele ressaltou a necessidade de investigar as den�ncias feitas pelo ex-juiz. “Moro fez confid�ncias de tratativas que come�o a chamar de ‘dela��o premiada’. Ele disse que Bolsonaro queria tutelar a Pol�cia e, ainda, que precisava de uma pens�o por ter abandonado a magistratura”, comenta, em refer�ncia ao que o antigo ocupante da pasta da Justi�a disse em sua despedida. Ao deixar o cargo, Moro revelou que pediu uma pens�o � sua fam�lia caso algo de grave lhe ocorresse.
‘Pior momento’
Na vis�o de Junio Amaral, Moro pediu demiss�o no ‘pior momento’ poss�vel, por causa da crise econ�mica e sanit�ria imposta pela pandemia do novo coronav�rus. Ele diz, ainda, que o ex-ministro n�o teve ‘�tica’ ao fazer as acusa��es ao presidente.“Jamais deixarei de reconhecer os trabalhos feitos por Moro, principalmente enquanto juiz. Bolsonaro tamb�m reconhece isso, mas a maneira como ele escolheu sair foi a mais injusta poss�vel. Se as acusa��es que ele apresenta s�o verdadeiras, por qual motivo n�o mostrou isso antes?”, questionou.
Autonomia � PF
Ao explicar as raz�es para o desligamento do posto, Moro disse que a autonomia prometida por Bolsonaro n�o estava sendo cumprida. Segundo ele, o presidente queria acessar at� mesmo relat�rios confidenciais. Ao comentar a sa�da do ex-juiz, o deputado federal F�bio Ramalho (MDB-MG) pediu apura��o das den�ncias, mas destacou a necessidade de um mecanismo legal que garanta liberdade de atua��o � Pol�cia Federal.O deputado federal Marcelo Aro (PP-MG) considerou equivocada a forma como Jair Bolsonaro conduziu a exonera��o de diretor da Pol�cia Federal, Maur�cio Valeixo, e a crise com o ex-ministro Sergio Moro. Em meio � pandemia do coronav�rus, ele esperava mais serenenidade do presidente.
“Em rela��o � sa�da do Moro, minha opini�o � que o presidente tem agido de uma maneira um pouco atabalhoada. Ele poderia fazer o que quer, mas com jeito, da maneira correta, no tempo correto. Avalio que ele fez no tempo errado, do jeito errado e da forma errada. A gente roga para que, de fato, o presidente tenha um pouquinho mais sensibilidade para ver o momento em que estamos vivendo, a crise do coronav�rus, e que possa juntar for�as para superar a crise e n�o agravar a crise”, comentou Aro.